sábado, dezembro 19, 2009

Luiz Pacheco e as Caldas


Por José do Carmo Francisco

«1 Homem dividido vale por 2» - Luiz Pacheco

Trata-se de um livro duplo: além do material respeitante a Luiz Pacheco (o autor) as suas 378 páginas integram a bibliografia completa de Pacheco (o editor). Entre outros a Contraponto de Luiz Pacheco editou Apollinaire, Raul Brandão, Alfonso Castelao, Camilo Castelo Branco, Mário Cesariny de Vasconcelos, Natália Correia, Dostoiewski, Hélia Correia, Manuel Grangeio Crespo, Durrenmatt, António Ferreira, Garrett, Vergílio Ferreira, Carlo Goldoni, Herberto Hélder, Ibsen, Ionesco, Karl Jaspers, Kleist, Manuel Laranjeira, Raul Leal, Manuel de Lima, António Maria Lisboa, António Tavares Manaças, José Alberto Marques e Virgílio Martinho.
No que diz respeito a Pacheco (personagem) o outro lado do livro refere uma curiosa ligação afectiva a Caldas da Rainha: «Não me julguem que chegado a esta terra como náufrago ou foragido (e alguns sabem-no) sou aqui um tipo género pára-quedista. Por acaso, sou muito mais Caldense que muitos que por cá nasceram ou vivem – e isto bastantes o sabem já. Um dia espero contar como cheguei, quem já conhecia; quem já não vim encontrar e me fez deambular, meio-sonâmbulo, ensimesmado, pelas áleas do cemitério: a Dona Eugénia Soeiro de Brito, o Pai Freitas, o dono (como se chamava? Tiago?) do Gato Preto; o Jaime Arsénio de Oliveira e outros fantasmas mais. E aqueles que vim a conhecer, me deram a mão, ficaram Amigos ou malquistos e enchiam esta página. As minhas memórias de caldense adoptivo dariam um rico volume, se o chegar a escrever. E se não sair em letras está-me escrito na pele.»
(Editora: D. Quixote – Biblioteca Nacional, Comissário: Luís Gomes)

8 comentários:

Maria disse...

Ficou-lhe escrito na pele. De quem vivia em Caldas falou pouco nos 'Exercícios de Estilo'. Conheci-o e convivemos tinha ele meia dúzia de filhos e a Irene esperava outro e depois mais outro... Tempos inesquecíveis. Por tudo!
Quem sabe um dia não me encontro contigo e falamos do meu 'maníssimo Luiz'...

Beijinhos, Luís

Abreu disse...

Folgo em saber que desta vez o poeta mais famoso das Caldas, não disse que tinha andado aos figos com o Pacheco.

E até nem escreveu malzito.

Alice C. disse...

Nunca gostei da pinta do homem. Sempre o achei um ordinarão. Não consigo reconhecê-lo como génio. Pelos vistos deve ser problema meu, Luís.

Alfredo Marçal disse...

Luis Pacheco tanto podia ser um tiranete como um escritor genial.

Agora todos dizem bem dele, mas como pessoa valia zero. Coitados dos filhos e das mulheres.

Lembro-me de o ver nas Caldas, mas nunca nos falámos, nem nunca fui atacado pelo pedido de "cinco coroas".

Luis Eme disse...

sim, seria um tema interessante, Maria...

Luis Eme disse...

ainda bem que gostaste, Abreu.

Luis Eme disse...

nem sei o que dizer, Alice.

o tipo era "meio avariado", por isso é que tinha coisas de genial...

Luis Eme disse...

eu fui, Alfredo...

foi a única pessoa que me pediu dinheiro quando o tentei entrevistar...