sábado, fevereiro 28, 2009

As Bicicletas Eram o Transporte Habitual nos Anos Sessenta

Escrevi algo sobre o Terramoto de 1969, no meu "Largo", sem focar que nessa noite, que só foi de dormir, para nós crianças, os meus pais tiveram uns visitantes inesperados, na nossa casa no Bairro dos Arneiros. O meu tio e um amigo, sem sono e curiosos com os efeitos do tremor de terra na cidade, pegaram nas bicicletas e deram um giro pelo centro das Caldas, com paragem no nosso bairro, provavelmente para retemperarem forças, para a viagem de regresso, até ao Casal de Santo António, na estrada de Tornada...

Há quarenta anos eram raras as pessoas que possuíam automóvel. Proliferavam as motorizadas (que faziam um barulho terrível...) e as bicicletas pelas ruas das cidades deste país.

Claro que eles não eram nada parecidos com "ladrões de bicicletas", mas achei este cartaz tão bonito...

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Em Ano de Eleições...

Em ano de eleições, acho que sim, que devemos aproveitar a onda de boa vontade deste governo, e pode ser que as palavras do "Piño" sobre as Faianças Bordalo Pinheiro, façam eco no Conselho de Ministros...

A petição que circula na "net" é uma boa ideia.
Para assinarem a petição basta clicar:

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

A Oeste Nada de Novo...

Quando se não tem nada para dizer, pode utilizar-se o título de um filme (de outros oestes), escolher-se uma fotografia ou uma pintura, e já está...

Embora o quadro de Thomas Hart Benton, me tenha feito recuar até à infância, às viagens divertidas que fazíamos de carroça, com o avô, pelas suas várias fazendas...
Hoje já não existem carroças, nem tão pouco fazendas cultivadas...
Não sei se foi a "europa" (esta ainda mete mais gente, que quando falamos no "estado"...), o PS ou o PSD, provavelmente foram todos. São todos cúmplices de não termos sequer os serviços minimos de agricultura ou pesca...

domingo, fevereiro 08, 2009

O Poder da Natureza

Nós pensamos que somos os "senhores do mundo", mas a natureza lá nos vai pregando partidas, para ver se mudamos hábitos e percebemos que ela é demasiado rebelde para se deixar dominar.
Por termos muito mar, de Norte a Sul, é junto à costa que se sentem mais os efeitos desta rebeldia...
Particularizando a questão, tenho pena do que fizeram à Foz do Arelho (Lagoa e Mar...), especialmente nas duas últimas décadas, onde sempre se monesprezou a sua validade como praia de grande qualidade ambiental.
Claro que sou suspeito a falar da Foz, porque sempre foi a minha praia e dos meus amigos de infância e adolescência.
Lastimo a forma, quase sempre desastrosa, com que o Município caldense tem encarado os problemas que têm surgido, ano após ano, resolvendo-os quase sempre, demasiado tarde. Foi assim com a dragagem da Lagoa, com o tratamento de esgotos, e claro, com a manutenção do areal da própria praia.
A natureza até tem dado bastantes hipóteses aos responsáveis, para resolverem estes problemas, mas eles continuam a pensar que eles se resolvem sozinhos...
Pensam que para destruir, estamos cá nós, humanos, depois, a própria natureza tratará de repor as coisas no lugar...
Só que os interesses entre ambos já há bastante tempo que não coincidem. É perfeitamente natural que a "natureza" prefira que a praia se transfira para o lado sul, porque os veraneantes daquela margem, são muito menos chatos e barulhentos...


quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Sonhos que se Tornam Pesadelos...

Embora fosse demasiado pequeno na década de sessenta (a que me trouxe ao mundo...) e setenta, como tenho lido e conversado bastante sobre estes tempos, noto que em três, quatro anos, recuámos quase quatro décadas. Voltámos a ser um país sem rumo, perdido nas "europas"...

Não vou falar de causas (seria preciso o dia todo...), mas apenas de alguns efeitos.
Com o quase desaparecimento da classe média, a tal que é sempre difícil de configurar por acolher estratos sociais muito diferenciados (os que são quase ricos e os que deixaram de ser pobres...), desaparece quase tudo num país.
Voltámos ao país do final dos anos sessenta, princípio de setenta, em que havia apenas ricos (20%) e pobres (80%).
E isto é tão negativo... normalmente é a classe média que funciona como motor da economia e da sociedade.
Sim, não tenham dúvidas disto. Normalmente os ricos estão demasiado ocupados com os seus dinheiros e os pobres com a falta dele. Sobra a classe média, empreendedora e ambiciosa, para actuar como o principal veiculo do desenvolvimento e inovação de qualquer país.

Não sei porquê, mas acordei a pensar nisto...

Podemos recuar no tempo, ir ao "cavaquistão", ao "guterrismo", à "tanga-durão", ao"calimero-lopes", mas quem "matou" de vez a classe média foi o senhor, que de filósofo só tem o nome.
Em trinta e muitos anos de democracia nunca vi um governo proteger tanto o alto capitalismo, ao mesmo tempo que ia destruindo a classe média, enchendo-a de impostos e cortando-lhe a possibilidade de criar, de empreender, transformando os nossos sonhos em autênticos pesadelos...
Para terminar a sua epopeia, completamente oposta à do "robin dos bosques", ainda teve o descaramento de financiar um banco privado, que funcionava com direito reservado, aberto apenas a quem tinha dinheiro e poder.
Sei que ainda é cedo para se fazer história. Resta a esperança de que o tempo faça justiça a esta gente mal formada, que continua a confundir interesses pessoais com nacionais.
Este óleo é de Salvador Dali, a "Invenção dos Monstros"...