quarta-feira, setembro 30, 2015

Os Quarenta anos da Cidade


A outra revista que me foi oferecida é uma edição da "Gazeta das Caldas", que tem como título, "Caldas da Rainha - Quarenta anos de Cidade, Cinco Séculos de História", e foi publicada em 1967.

É uma revista que aborda a efeméride, com testemunhos, algumas sínteses históricas e também homenagens a caldenses que se destacaram nesses tempos.

Um dos seus aspectos mais interessantes são as páginas de publicidade, sobre tantos lugares que já não existem...

terça-feira, setembro 29, 2015

O "Diálogo Dum Repórter com o Mundo Português"


O meu amigo Luís, sempre que encontra alguma coisa sobre as Caldas lembra-se sempre de mim.

Foi desta forma que fui presenteado com três revistas (que desconhecia a sua existência...).

Duas delas são da autoria de Armando Carneiro e têm o título, "Diálogo Dum Repórter com o Mundo Português" e foram publicadas em Maio e Junho/ Julho de 1971.

A primeira é dedicada da primeira a última página às Caldas. Além de fazer a história da nossa Cidade, tem uma entrevista ao presidente da Câmara de então, eng, Luís de Paiva e Sousa, a reportagem da visita de Marcelo Caetano e Américo Tomás, para a cerimónia da inauguração da estátua do marechal Óscar Carmona, a 18 de Abril.

O segundo número aborda a arte cerâmica, que faz parte da história das Caldas, muito graças ao grande Rafael Bordalo Pinheiro, entre outras particularidades viradas para o futuro da região. Há também uma curiosa reportagem sobre o saudoso CCC (Conjunto Cénico Caldense).

Belas prendas que recebi!

segunda-feira, setembro 28, 2015

Caldas SC: Fernando Vaz o Senhor Treinador (14)


O Caldas teve o privilégio de ter contado na época de 1955/56 com Fernando Vaz no comando técnico da sua equipa de futebol, que conseguiu o grande objectivo do clube: a manutenção na I Divisão.

Penso que não estou a exagerar, se dizer que este foi o melhor treinador que passou pelo Caldas Sport Clube ao longo de toda a sua história.

Quando chegou às Caldas Fernando Vaz já tinha treinado o Sporting (adjunto de Cândido de Oliveira e técnico principal), o Belenenses, o S. Braga, o V. Guimarães e o FC Porto. Embora jovem, contava com 37 anos, já tinha ganho bastante experiência com a passagem por alguns dos nossos melhores clubes.

Antes de ter sido convidado para adjunto do seu grande amigo e mentor, Cândido de Oliveira, fora jornalista no jornal desportivo, "A Bola" (novamente pela mão do Mestre Cândido...), onde era chefe de redacção, quando decidiu ser treinador a tempo inteiro.

Este Casapiano esteve em actividade mais de trinta anos, sendo o treinador que tem mais jogos disputados na I Divisão (626), conquistando ainda um campeonato pelo Sporting na época de 1969/70 e três Taças de Portugal (uma pelo Sporting e duas pelo Vitória de Setúbal), além de outras excelentes classificações e várias subidas de divisão em clubes mais modestos.

Treinou os seguintes clubes: Sporting, Belenenses, V. Setúbal, S. Braga, FC Porto, V. Guimarães, Caldas, CUF, Académica, Atlético, Beira-Mar e Marítimo (onde se despediu dos estádios como técnico na época 1978/79).

Passou mais que uma vez pelo mesmo clube. Só no Vitória de Setúbal permaneceu dez épocas e no Sporting - o seu clube de coração - nove, cinco como técnico principal e quatro como adjunto.

Fernando Vaz abandonou a carreira de treinador mas não os estádios, pois voltou ao jornalismo na "A Bola", que exerceu até se despedir de todos nós, a 25 de Agosto de 1986. 

Além de ter este currículo extraordinário, foi um treinador que deixou muitas saudades na nossa Cidade. Foi várias vezes convidado para regressar, mas não voltou a treinar o Caldas Sport Clube  ao longo da sua memorável carreira...

terça-feira, setembro 15, 2015

O Poder da Igreja nas Aldeias


Ao falar com um amigo que está prestes a apresentar um livro sobre a história da Aldeia onde nasceu, ele contou-me da grande influência que os padres tinham no quotidiano da sua Terra. Muitos descendiam mesmo das famílias mais importantes. Ou seja, era uma forma de perpetuar o poder existente.

E foi assim durante séculos. Até pelo menos ao 25 de Abril.

Nada de muito estranho. Todos sabemos que a Igreja Católica esteve sempre ao lado dos mais fortes e ricos, limitando-se a prometer a "vida eterna" aos crentes mais desvalidos pela vida, que pelo menos deviam permitir-se pensar que havia qualquer coisa estranha naquela história. 

Ainda por cima estes padres eram mais comuns do que deixavam transparecer. Além de terem uma governanta para todo o serviço,  fomentavam um "exército" de mulheres que cortejavam de várias formas. E tinham sempre vários afilhados, com o facto curioso de alguns terem a sua "cara chapada"...

E nem vou falar de outras atrocidades. Da sua cumplicidade com as perseguições políticas levadas a cabo pela PIDE...

Sei que em algumas aldeias as pessoas ainda gostam de olhar para o padre como um "deus", mas felizmente as coisas mudaram e já não são o que eram. 

terça-feira, setembro 08, 2015

Olhar pata Trás e Descobrir os Limites da Liberdade


Sem que existisse um motivo especial, lembrei-me do quanto era livre na infância...

Claro que houve logo uma voz (daquelas interiores...), que exclamou que a inocência e a ignorância tornam-nos aparentemente livres. E é verdade.

Como nasci e cresci distante de qualquer tipo de poder, no seio de uma família simples com hábitos vulgares, assentes no trabalho diário, o tal de "onde nasce o pão", tenho dificuldade em me ver  a viver numa ditadura na infância.

Mas se pensar mais um pouco, descubro que havia coisas estranhas, embora nem me desse ao trabalho de pensar nelas. Havia um medo diferente do que existe hoje. As pessoas tinham mais consciência dos limites que existiam na sociedade, do que podiam e não podiam fazer.

Era ainda mais fácil alguém abusar da autoridade que tinha. Qualquer soldado da GNR tinha "um rei na barriga" (e as deles eram quase sempre enormes...).

Havia uma ideia generalizada (pelo menos no seio da minha família...), de que quem era polícia (GNR, PSP ou PIDE) não era boa pessoa. Os seus elementos eram escolhidos a dedo, por serem tipos capazes de cometer  até actos criminosos, a coberto de uma lei  com demasiados olhos.

Claro que esta minha visão (que pode estar um pouco distorcida), era de quem cresceu numa cidade de província e passava férias na aldeia...

O óleo é de Célia Reisman.