quinta-feira, junho 23, 2011

O Sétimo Jogador


Ouvia-o falar e recordava uma história parecida, mas com contornos diferentes.


Ele era o imprescindível, ao contrário de mim, que poderia ser substituído por qualquer outro, com o mesmo êxito.

E isso não aconteceu apenas no futebol, também se passou no voleibol, no basquetebol e no andebol. Não passava de um jogador mediano, que normalmente fechava as equipas.

Explicações? A amizade, mas também a minha entrega. Acho que todos sabiam que se fosse preciso corria mais que eles, porque além de forte fisicamente, era extremamente generoso e solidário para com as equipas onde jogava.

Foi assim, como "sétimo jogador" que ganhei vários torneios populares de futebol de sete, para miúdos entre os doze e os catorze anos, com amigos que ainda prezo, mesmo que não os encontre há mais de duas décadas (e alguns casos três...).

O guarda-redes das equipas era sempre o Xico Madeira, franzino e pequenino, mas capaz de fazer defesas "impossíveis", tal como o seu irmão Jorge, um pouco mais velho. Depois jogavam o Zé da Silva, o Xico "Gago", o Paulo Gaspar, o Rui Pedro, o Nuno, o António Carlos (apenas uma ou duas vezes, o seu individualismo não se enquadrava muito no nosso sentido colectivo, por isso é que era conhecido pela malta como o "caga-manias"...) e mais um outro amigo que agora não recordo. Eu normalmente fechava a equipa (quase nunca existiam suplentes...).

O mais giro disto tudo foi um "craque" de qualquer rua, me ter recordado que não passava do "sétimo jogador"...

terça-feira, junho 21, 2011

Olá Verão


Começa hoje o Verão, naquele que dizem ser o dia maior do ano.

Verão que já começou há meses, embora com algumas intermitências, que são sempre agrestes para algumas colheitas.


O óleo é de Gene Brown.

segunda-feira, junho 13, 2011

Barco que Partes



Navio que partes para longe,
Por que é que, ao contrário dos outros,
Não fico, depois de desapareceres, com saudades de ti?
Porque quando te não vejo, deixaste de existir.
E se se tem saudades do que não existe,
Sinto-a em relação a cousa nenhuma;
Não é do navio, é de nós, que sentimos saudade.

Alberto Caeiro


O óleo é de Luiza Caetano

quarta-feira, junho 01, 2011

Dias de Criança


Olho para trás e sinto-me um privilegiado.

Ao contrário dos meus pais e avós, fui criança em toda a sua plenitude.

A minha infância teve muita diversão e descoberta, além duma vivência cheia de variedades.

Vivia na cidade, passava temporadas no campo, na casa dos meus avós, fazia praia no mar do Oeste (acho que o iodo era o grande culpado...).

Tinha menos brinquedos que os meus filhos mas era muito mais livre (e porque não feliz?). As ruas eram minhas e dos meus amigos, assim como os campos...

O óleo é de Le Longyao.