segunda-feira, maio 26, 2008

Notícias da Cultura na Minha Cidade...

Finalmente, a Cultura voltou a ter um espaço digno nas Caldas da Rainha, com a inauguração do Centro de Cultura e Congressos da Cidade (CCC).

Agora, o mais importante é que os responsáveis pela Cultura das Caldas saibam tirar o melhor proveito de umas instalações com esta dimensão, bastante multifacetadas, que também devem ter as portas abertas aos artistas do concelho...

É bom mudar hábitos, esquecer o ditado que diz: «santos da terra não fazem milagres», e que tanto jeito tem dado a muito boa gente...


Que esta bonita ilustração de Jacek Yerka, seja inspiradora e haja lugar para tudo e para todos no novo CCC das Caldas da Rainha...

quarta-feira, maio 21, 2008

A Nossa Guerra

Deve haver muito pouca gente, que não tenha tido um familiar em África, a defender as nossas antigas colónias.
Eu tenho dois tios e dois primos, que estiveram em Angola, Moçambique e Guiné. Felizmente regressaram sem marcas visíveis desta passagem, próxima do "inferno"...
O mesmo não aconteceu a Mário Henriques, o primeiro mártir desta guerra estúpida, que conheci, amigo de infância dos meus tios de Salir de Matos.
Tinha apenas onze anos (pensava que tinha menos, mas o meu tio Zé disse-me que ele já faleceu depois da Revolução de Abril...), quando nos chegou a notícia da sua morte...
Toda a aldeia de Salir de Matos sentiu aquela morte, de uma forma profunda, por ser um meio pequeno e por toda a gente se conhecer. Os seus pais e a sua namorada, que passou por uma espécie de viuvez, foram quem sentiu mais esta perda...
Passados todos estes anos, ainda me lembro do seu sorriso, da sua alegria de viver, das suas brincadeiras, de andar às suas cavalitas...
O Mário é apenas um exemplo, entre muitos, dos milhares de jovens portugueses, que perderam a vida no Ultramar, nos anos sessenta e setenta, em defesa da pátria.

sábado, maio 17, 2008

A Importância da Água

Há um século, a água era um bem, muito menos desperdiçado, que nos nossos dias, cada vez menos fartos, apesar da ilusão consumista...

Esta fotografia de Jorge Almeida Lima, era comum a tantas terras, ainda sem água canalizada em casa, que se socorriam dos chafarizes públicos, para abastecer os lares deste liquido precioso.
As pessoas acorriam, muitas vezes com sofreguidão, com medo que a água acabasse, enchendo baldes e cântaros, para as lavagens e usos domésticos.
Das bicas saía a água para beber, guardada nas tradicionais bilhas de barro, onde se mantinha fresca...
Apesar de não ter um século, ainda sou "deste tempo" dos chafarizes públicos, pelo menos quando passava férias em Salir de Matos. Devo acrescentar que era uma festa ir buscar água ao chafariz da aldeia, com as brincadeiras do costume, em que acabava no mínimo salpicado, nas muitas "batalhas navais", travadas com o meu irmão nos tanques...

terça-feira, maio 13, 2008

As Cavacas das Caldas

O primeiro símbolo gastronómico que conheci na minha cidade, foram as célebres e doces Cavacas das Caldas.

E, imaginem só, em Salir de Matos...

Uns tios e primos tinham uma fábrica artesanal destes doces, na aldeia, penso que gerida pela tia Glória com o auxílio dos filhos e de uma empregada, da qual não recordo o nome.

O que sei, é que tanto eu como o meu irmão, adorávamos aparecer e deliciarmos-nos com os restos de açúcar que ficavam dentro dos alguidares de alumínio...

Estes nossos familiares acabaram com o negócio das Cavacas, por razões que desconheço. Sei apenas que ainda éramos pequenotes e durante algum tempo, sentimos saudades daquela fábrica de doces...
Este postal antigo mostra-nos as vendedeiras de Cavacas, na famosa Praça da Fruta...

terça-feira, maio 06, 2008

O Fim das "Quintas Pedagógicas" Domésticas...

O meu filho sempre gostou do campo. Desde pequenote que gosta de brincar na terra (pobre quintal da avó, tão esburacado...), de ver crescer as plantas e de descobrir o mundo dos animais...

Uma das nossas visitas imperdíveis em Salir de Matos é ao casal do tio Arcelino, onde o meu filho tem a oportunidade de ver de perto um verdadeiro "zoo" da bicharada doméstica.

Claro que as coisas já não são o que eram, devido ao aparecimento da ASAE e de uma série de restrições legais (que até se intrometem nas tradições locais, como a matança do porco em família...), que não permitem a qualquer pessoa ter animais em casa...
Nos seus melhores momentos, encontrávamos um bezerro, uma porca e leitões, coelhos, galinhas, galos, patos, ovelhas e cabras, espalhados ao longo dos vários currais e capoeiras do casal.
Hoje existem menos espécies de animais domésticos, mas nem mesmo assim o Miguel dispensa uma visita à "quinta pedagógica" do tio Arcelino...