quarta-feira, dezembro 28, 2011

Eu e os Candeeiros...


Na minha passagem pelas Caldas, lá descobri mais dois ou três candeeiros, para a colecção.

Gosto de andar pela cidade e sentir-me mais turista que alguém da terra. Sei que também  é por isso que olho com tempo para todas as coisas que me rodeiam...

sexta-feira, dezembro 23, 2011

Boas Festas


Desejo Boas Festas a todos aqueles que fazem "viagens pelo oeste".

Que em 2012 vejamos alguma luz, como a que se vê ao fundo deste quase túnel, do nosso parque, das Caldas...

terça-feira, dezembro 20, 2011

A Visão das Berlengas


No meu regresso ao Oeste, decidi sair da auto-estrada e viajar rente ao Oceano.

Acabei por ir até ao Cabo Carvoeiro e gostei de ver as Berlengas e os Farilhões, com uma nitidez pouco vulgar.

Gostava de encontrar Mariano Calado e acabei a circular na sua longa Avenida...

quarta-feira, dezembro 14, 2011

Imaginem Só Quem Encontrei na Lagoa...


Quando estamos uns meses sem aparecer no Oeste, apetece-nos dar uma espreitadela a todos os lugares que nos dizem algo.

Foi por isso que durante a manhã do feriado, fui até ao coração da Lagoa de Óbidos, andando e parando, nas suas margens.

Já quase na Foz do Arelho, encontrei a "Rita Pavoni", a ser puxada para a margem por um pescador...

domingo, dezembro 11, 2011

Grandes Planos: O Rei


Provavelmente era republicano, mas pela sua qualidade e pelo que nos deixou, considero José Malhoa o Rei das Artes, pelo menos das Caldas da Rainha.

O seu museu continua a ser mais emblemático das Cidade, e também um dos mais bonitos do país, por estar metido dentro do Parque D. Carlos, com toda aquela envolvência florida e agradável.

sexta-feira, dezembro 09, 2011

Grandes Planos: A Rainha


Finalmente fui às Caldas!

Jantei com um bom grupo de amigos de infância, onde se soltaram muitas histórias e outras tantas personagens. O que achei mais estranho foi ouvir falar de nomes, saber da sua existência mas não lhes conseguir dar rostos...

Hoje de manhã andei pela cidade, olhei isto e aquilo, tirei fotografias aqui e ali. Olhei com atenção para a estátua da Rainha D. Leonor e achei-a serena e nada "generala", apesar de nos impor a sua presença de um forma forte...

Espero que ninguém pense em retirá-la do seu pedestal.

quarta-feira, novembro 30, 2011

Saudade...


Apetecia-me passear de sobretudo dentro do frio que encolhe as árvores, mesmo as gigantes, quase despidas do Parque.

Também me apetecia sentir a humidade do oceano, que tenta entrar dentro de nós, rente ao mar da Foz.

Fecho os olhos e quase que ouço o mar, juntamente com algumas vozes familiares, com quem é sempre um prazer trocar mais de dois dedos de conversa...

O óleo é de José Malhoa, "Outono"...

terça-feira, novembro 15, 2011

À Procura da Geração Anterior...


A diferença de dois anos nunca foi grande, os amigos do meu irmão foram os meus.

Embora tenha dificuldade em fazer divisões geracionais, somos, sem qualquer dúvida, da mesma geração.

Quando começo a procurar a geração anterior à nossa, acho que recuo demais no tempo. Vou buscar o Henrique e os seus amigos (que deviam ter mais dez anos que eu, pelo menos, pois o Henrique ainda foi obrigado a cumprir o serviço militar em Timor, no começo da década de setenta do século passado). Por ele ser irmão do Fernando, o nosso grande amigo de infância, olhávamos para a sua "tribo" com bastante admiração e condescendência, até por serem quase loucos... especialmente o Rui "taranta" e o Joaquim "bronquite".

Embora fosse pequenote, lembro-me de os espreitar na praia a rondar as miúdas e também de os ver sairem de casa com camisas floridas, sem se preocuparem com os velhos "machos" que achavam que aquilo era coisa de maricas. Só não fazia ideia era que eles estavam a sofrer influencias dos movimentos "hippies" e do Maio de 68...

Apesar da ditadura, parece que o "mundo" não estava assim tão longe.

O óleo é de Mike Briscoe.

segunda-feira, novembro 07, 2011

O Grande Malhoa


Estava por ali, naquele espaço, a olhar aqueles quadros, como faço tantas vezes nas Caldas, aos domingos de manhã (agora que querem acabar com as "borlas", vai ter de ser diferente...) quando me perco no Museu Malhoa, sem me cansar de olhar as obras, que já olhei, dezenas de vezes...


Foi por isso que me apeteceu intrometer na conversa dos dois sujeitos que falavam alto sobre o naturalismo, dizendo que os tipos do Grupo do Leão deviam ter-se dedicado à fotografia e não à pintura.

Limitei-me a sorrir e a passar ao largo, agradecido ao grande José Malhoa e companhia.

domingo, outubro 30, 2011

O Jantar Adiado


Outubro tem sido um mês muito movimentado, conseguiu inclusive adiar o jantar com o meu irmão e um amigo (de quem quero subtrair dividendos da sua memória de elefante...), na minha Cidade Natal.

Espero que Novembro seja mais calmo, inclusive aos fins de semana. E que o tal jantar de "memórias" seja mesmo uma realidade...


O óleo é de Lindsay Goodwin.

sábado, outubro 22, 2011

O Fim da Viagem na Linha do Oeste


Este governo vai ficar na história, de certeza.


E não será pelas melhores razões. Não se contenta com os cortes nos subsídios de férias e de natal, continua a fechar tudo o que mexe e não dá lucro.


A última notícia que li nos jornais (é capa na "Gazeta"), é o fim da viagem para os passageiros entre as Caldas e a Figueira da Foz.


O próximo passo, se continuarem no poder, será acabar com o que resta, da ligação entre a Capital e as Caldas...


Nada é feito por acaso. Desde o "cavaquismo", com a construção da A8, que o comboio foi um alvo a abater.


Quase duas décadas depois, é tempo de passarem as "certidões de óbito".


Espero que o dr. Costa esteja feliz, tal como a dra. Maria da Conceição e restante poder "laranja" local.


O óleo de Carlos Marijuan, mostra-nos a sensação bonita de vermos a terra a andar, das janelas do comboio.

sábado, outubro 15, 2011

A Rainha e a Estátua


O Zé Ventura escreveu nas suas "
Águas Mornas", que acha a estátua da Rainha D. Leonor, austera e pouco feminina (disse, penso com algum humor, que parecia a filha de um general).


Talvez o escultor Francisco Franco lhe tenha querido dar uma imagem de força, de grandeza, até porque ela foi isso tudo, em vida.

Eu como sempre me habituei a vê-la naquele lugar, imponente, a dar as boas vindas a quem chega, nunca me tinha debruçado pela sua "estética". É por isso que tenho dificuldade em arranjar outra posição, outra graciosidade.

sábado, outubro 08, 2011

As Fotografias do Aníbal...


Também vou colocar uma fotografia do Aníbal Sequeira, aqui nas "Viagens". Uma das sessenta que fazem parte da sua exposição que será inaugurada logo à tarde, às 16 horas, no Solar dos Zagalos, na Sobreda da Caparica.


Esta é especial, além da sua beleza, "A Poeira do Caminho", lembra-me a infância do meu pai, pastor pelos montes e vales da Beira Baixa...

quarta-feira, outubro 05, 2011

Nem a Rainha me Convence...


Sou e serei republicano, nem a D. Leonor, a Rainha da minha cidade, me convence a mudar de ideias...

quinta-feira, setembro 29, 2011

O Projecto Cultural "Manobras no Porto"


Fiquei satisfeito ao ver na televisão a aposta cultural do projecto "Manobras no Porto".


Além da inovação e da surpresa de se encontrarem vacas junto ao metro da Trindade, que possibilitaram o saborear de uma "meia de leite directa", há a parte cultural da coisa, a descoberta do mundo rural para tantos jovens, que desconhecem em absoluto como é a vida no campo, onde não faltam de plantas e animais.

Felizmente os meus filhos desde muito cedo tiveram a felicidade de contactar com animais domésticos de várias espécies, graças aos meus tios Arcelino e Maria, de Salir de Matos, que quase tinham um "jardim zoológico" ao pé de casa. Nesta imagem a minha filha, ainda de colo, foi confrontada com a presença de um cabritinho, a quem pôde fazer umas festinhas e tudo...

domingo, setembro 25, 2011

E Esta Esplanada?


Também gostei de passar por esta esplanada, praticamente no centro da cidade (traseiras da Igreja de Nossa Senhora da Conceição).

sexta-feira, setembro 23, 2011

Arte de Rua com Bom Gosto


Há vários dias que não passo aqui pelas "Viagens", por falta de tempo e também de inspiração. Por isso vou socorrer-me da beleza das imagens...

A última vez que estive nas Caldas foi durante o fim de semana do 15 de Agosto, e como de costume, aproveitei para tirar várias fotografias da cidade.

Uma das que me chamou a atenção pela positiva foi este "grafite", encomendado de certeza pelo dono da ourivesaria, e não o achei nada mal...

domingo, setembro 11, 2011

A Cidade da Liberdade


Não sei porquê, mas sempre olhei para Nova Iorque como a cidade do mundo que melhor simbolizava a Liberdade.


E não tinha nada a ver com a sua estátua...

Ainda hoje, continua a ser o lugar que quero um dia visitar nas américas, mais até que o Rio de Janeiro.

Mesmo sabendo que nada voltou a ser como antes...



quarta-feira, agosto 24, 2011

As Cores e os Cheiros da Praça da Fruta


Durante o fim de semana do 15 de Agosto senti a habitual visita à Praça da Fruta das Caldas da Rainha de uma forma diferente.

Consegui tirar muitas fotografias e mesmo assim escutar a forma simpática como os vendedores (a maior parte com a idade da sabedoria...) procuravam vender a sua mercadoria, a preços que achei bastante convidativos.

Lembrei-me do meu avô Manuel Joaquim... um "super-campeão" de vendas, que chegava a casa sem sobras e a horas decentes para almoçar, para espanto da avó.

Gostei de andar por ali, misturado com as cores e com os cheiros, sempre agradáveis da fruta, dos legumes e das flores.

Até consegui esquecer por momentos a "crise"...

quinta-feira, agosto 18, 2011

O Jardim do Oriente de Bombarral





Em boa altura Joe Berardo decidiu transformar a Quinta dos Lóridos num jardim do Oriente, repleto de estátuas que retratam um pouco a Cultura Chinesa (e arredores), tornando todo aquele espaço num lugar extremamente agradável para ser visitado.

Ao decidirmos visitar o espaço no domingo passado, estávamos longe de pensar encontrar por ali milhares de turistas. Agosto é mesmo assim...

Apesar das entradas serem gratuitas, o que se saúda, há uma loja de vinhos, por onde todos temos de passar quando saímos, assim como um "comboio" pago (que leva os visitantes de visita ao Jardim), que minimizam as despesas do empresário português.

Embora possam dizer que estou a exigir demais, acho que devia ser distribuído às pessoas um pequeno folheto explicativo sobre a origem do Jardim naquele lugar e o seu simbolismo...


segunda-feira, agosto 15, 2011

A Tourada desta Ano


A Maria comentou que a Tourada de 15 de Agosto das Caldas já tinha os bilhetes esgotados.


Achei curioso o programa das festas afixado nas ruas da cidade. O Vitor Mendes (que em Espanha no seus bons tempos era "vendido" como Mendez...) regressa mais uma vez ao palco tauromático, e há uma ressalva que os bilhetes são vendidos a partir de 10 euros (espero que o tempo das "vacas magras" não se reflicta nos touros em lide, de Coimbra).

E não deixa de ser uma boa ideia a homenagem a Manuel dos Santos, um nome grande do toureio apeado, que ombreou com os melhores do mundo, no tempo dos grandes matadores espanhóis, imortalizados por Hemingway.

sábado, agosto 13, 2011

O Meu 15 de Agosto


O 15 de Agosto sempre foi um dia grande nas Caldas da Rainha, com muitos visitantes, que não queriam perder a feira anual.

A feira nesse tempo era uma "instituição" admirável, especialmente quando ocupava o coração da Mata da Rainha, num tempo quase sem lojas de bijutarias e brinquedos.

Tudo aquilo ainda me parece enorme, visto com os pequenos olhos de criança, capaz de se deslumbrar por tudo e por nada.

Uma boa parte das diversões e o circo ocupavam o pelado do campo de futebol do Caldas. Parece que ainda estou a ver os heróis do "Poço da Morte", com as suas motas, que só quando cresci mais um palmo, pude ver ao vivo e espantar-me com uma das suas "avarias": conduzir com os olhos vendados...

Nesta época alguns tios aproveitavam para nos visitar e enchiam-nos a casa, do Bairro dos Arneiros.

Outro atractivo deste dia era a imponente tourada na velha praça da Cidade. O avô, velho aficionado, raramente a perdia. Foi a seu lado que vi pela primeira vez Ricardo Chibanga tourear de joelhos e depois ficar à frente do touro, ainda de joelhos na areia mas com os braços abertos, como se estivessemos a assistir a um número de ilusionismo e não de toureio apeado, pois o animal nem se mexia.

Com o passar dos anos o 15 de Agosto perdeu fulgor, a feira andou por vários sítios. Mas sobretudo cresci e deixei escapar quase todos os toques de magia, que nos povoam o imaginário infantil...

O óleo é de Kandinsky.

terça-feira, agosto 09, 2011

A Ópera já não é só das Classes Dominantes (felizmente)


A ópera é um espectáculo muito apelativo, e até popular, mesmo que sempre tenha sido vendido ao longo dos tempos, de uma forma praticamente exclusiva, à nobreza e alta burguesia, e posteriormente aos senhores que se seguiram, que mesmo sem títulos, não deixaram (nem deixam...) de fazer vida de marqueses, condes ou barões, mesmo os que se disfarçam de democratas e nos pedem sacrifícios.


O meu pai apesar das suas origens populares gostava de ópera, como provavelmente muita gente da sua geração, mesmo que estivessem privados de entrar no "São Carlos" e afins.

Como gostava bastante da cultura espanhola, se estivesse cá, o "Barbeiro de Sevilha" era uma peça a rever, já que também vai passar pelo C.C.C. das Caldas, no dia 9 de Outubro.

segunda-feira, agosto 01, 2011

A Solidariedade não é Suficiente


Fiquei surpreendido quando ontem à noite coloquei os olhos pelos jornais que estavam na caixa do correio e descobri na "Gazeta das Caldas" que a "Livraria 107" corria o risco de fechar, devido à crise que promete continuar a fazer "miséria" pelo nosso país, nos próximos anos.


Fiquei triste pela notícia, pela Isabel e pelo serviço que esta "instituição" tem prestado às Caldas da Rainha.

Claro que tristezas não pagam dívidas, muito menos a solidariedade das palavras. O importante é percebermos que para que a "107" continue de portas abertas, é preciso comprarmos livros nesta livraria que é familiar, mesmo para quem lá entra pela primeira vez, graças às pessoas que estão no balcão, que entre outras coisas, gostam muito de livros.

Apenas posso prometer que quando for às Caldas, não me vou esquecer de passar por lá e trazer um ou dois livros. E dizer a quem passa por aqui e gosta de livros, para não se esquecer de passar pela livraria mais central e mais bonita das Caldas e trazer também um livro. Parece pouco, mas ajudará, de certeza.

O desenho é do Zé Rui.

sexta-feira, julho 15, 2011

Vou Para o Sul Mais uma Vez


Mesmo sentindo saudades do nevoeiro matinal e das ondas vivas da Foz do Arelho, parto mais uma vez para o Sul.

Confesso que parto convencido, porque o sítio que me espera é um lugar onde estamos de férias, de corpo e alma.

quinta-feira, julho 14, 2011

O Tempo Dá e Tira


Não sabia como explicar as diabruras do tempo à minha filhota, foi por isso que me lembrei que o meu irmão tocava viola desde a adolescência e provavelmente nunca mais dedilhou as cordas de qualquer instrumento de cordas...

O tempo vai nos afastando de coisas que gostamos de fazer e que passado tempo parece que perdemos o jeito e fingimo-nos esquecidos.

O óleo é de Eric G, Thompson.

segunda-feira, julho 11, 2011

A Placa da Rua


Gosto destas placas das ruas das Caldas, em azulejo e com o emblema da Cidade.

Faz juz ao facto de ser uma Terra de cerâmica.

sábado, julho 09, 2011

"Desmontar" a Rua Onde Cresci...


Uma das coisas que nos faz mais confusão, quando confrontamos as nossas memórias de infância com a actualidade, é a forma como tudo "encolheu". As casas, as ruas, os campos e os quintais, tornaram-se quase insignificantes...

Quando um dia destes voltei a passar pela rua onde cresci (só não nasci porque quando devia estar quase na hora fui para Salir de Matos, para ser assistido na casa da avó pela parteira da família...), voltei a estranhar tudo aquilo.

Nos anos sessenta a estrada ainda era de areia barrenta, tornando-se num autêntico lamaçal quando chovia. Próximo dos anos setenta chegou o alcatrão, mas continuava a ser uma rua "limpa" de carros (um luxo nesses tempos...), onde era comum jogarmos à bola e brincarmos à apanhada ou às escondidas...

Na época nunca questionei o seu nome, rua 26 (todas as ruas tinham um número...). Deve ter sido a forma mais fácil de organizar as artérias do Bairro dos Arneiros, que começou por ser clandestino (como quase todos...). Mas gosto muito mais de um nome. Agora é rua do Compromisso. A Maria da Ilha já deixou por aqui um comentário, em que fala do "compromisso" de D. Leonor (penso que é isso, ainda não me debrucei sobre esta parte da história das Caldas).

Hoje a rua é assim. À vista, parece que tem mais carros que pessoas, como quase todas as ruas...

domingo, julho 03, 2011

O Abandono...


Não sei porquê, sei apenas que está completamente abandonado o campo de futebol no final do Bairro dos Arneiros e era (penso que ainda deve ser...) do Futebol Clube das Caldas, a 31ª filial dos "Dragões".

Pensar que esfolei por lá os joelhos e dei cabo de algumas sapatilhas...

O mais curioso foi esta colectividade caldense não ter aproveitado o crescimento do F.C. Porto como grande potência nacional e até mundial.

quinta-feira, junho 23, 2011

O Sétimo Jogador


Ouvia-o falar e recordava uma história parecida, mas com contornos diferentes.


Ele era o imprescindível, ao contrário de mim, que poderia ser substituído por qualquer outro, com o mesmo êxito.

E isso não aconteceu apenas no futebol, também se passou no voleibol, no basquetebol e no andebol. Não passava de um jogador mediano, que normalmente fechava as equipas.

Explicações? A amizade, mas também a minha entrega. Acho que todos sabiam que se fosse preciso corria mais que eles, porque além de forte fisicamente, era extremamente generoso e solidário para com as equipas onde jogava.

Foi assim, como "sétimo jogador" que ganhei vários torneios populares de futebol de sete, para miúdos entre os doze e os catorze anos, com amigos que ainda prezo, mesmo que não os encontre há mais de duas décadas (e alguns casos três...).

O guarda-redes das equipas era sempre o Xico Madeira, franzino e pequenino, mas capaz de fazer defesas "impossíveis", tal como o seu irmão Jorge, um pouco mais velho. Depois jogavam o Zé da Silva, o Xico "Gago", o Paulo Gaspar, o Rui Pedro, o Nuno, o António Carlos (apenas uma ou duas vezes, o seu individualismo não se enquadrava muito no nosso sentido colectivo, por isso é que era conhecido pela malta como o "caga-manias"...) e mais um outro amigo que agora não recordo. Eu normalmente fechava a equipa (quase nunca existiam suplentes...).

O mais giro disto tudo foi um "craque" de qualquer rua, me ter recordado que não passava do "sétimo jogador"...

terça-feira, junho 21, 2011

Olá Verão


Começa hoje o Verão, naquele que dizem ser o dia maior do ano.

Verão que já começou há meses, embora com algumas intermitências, que são sempre agrestes para algumas colheitas.


O óleo é de Gene Brown.

segunda-feira, junho 13, 2011

Barco que Partes



Navio que partes para longe,
Por que é que, ao contrário dos outros,
Não fico, depois de desapareceres, com saudades de ti?
Porque quando te não vejo, deixaste de existir.
E se se tem saudades do que não existe,
Sinto-a em relação a cousa nenhuma;
Não é do navio, é de nós, que sentimos saudade.

Alberto Caeiro


O óleo é de Luiza Caetano

quarta-feira, junho 01, 2011

Dias de Criança


Olho para trás e sinto-me um privilegiado.

Ao contrário dos meus pais e avós, fui criança em toda a sua plenitude.

A minha infância teve muita diversão e descoberta, além duma vivência cheia de variedades.

Vivia na cidade, passava temporadas no campo, na casa dos meus avós, fazia praia no mar do Oeste (acho que o iodo era o grande culpado...).

Tinha menos brinquedos que os meus filhos mas era muito mais livre (e porque não feliz?). As ruas eram minhas e dos meus amigos, assim como os campos...

O óleo é de Le Longyao.

sábado, maio 21, 2011

Gila Leva o Caldas à Segunda


Como caldense (embora afastado...) fiquei bastante feliz com as subidas do Caldas e do S.C. Caldas, à segunda divisão bê de futebol e à primeira divisão de voleibol.

Claro que a subida do Caldas tem um sentimento especial, não tivesse eu também jogado nas suas camadas jovens.

E fiquei ainda mais feliz por a equipa subir tendo o Gila como treinador, o mesmo que quase foi "escorraçado" do clube, depois de estar meses e meses sem receber ordenado, tal como os atletas, quando a equipa desceu à terceira (se há coisa que não tenho é a memória curta). Mesmo à distância pude ver os "ratos a saltarem todos do porão", deixando o Caldas quase falido.

Alguns destes "ratos" tinham responsabilidades acrescidas por ser governantes da cidade, mas o famoso "saco azul" de Felgueiras assustou todos os autarcas de Norte a Sul que financiavam o futebol, do qual estavam habituados a retirar dividendos políticos...

Parabéns ao Caldas, aos seus dirigentes, sérios e competentes, ao seu excelente treinador, e claro aos jogadores, pois são eles que vencem os jogos dentro das quatro linhas.

A fotografia é de um Caldas-Sporting, nos seus bons tempos da primeira divisão, no Campo da Mata, cheio de espectadores...

segunda-feira, maio 16, 2011

A Casa-Museu


Nas últimas vezes que visitei a casa dos avós, pelo seu espaço, pensei que poderia muito bem ser transformada em museu.


Idealismos, sonhos e tontices. Claro que não havia (nem há...) qualquer espaço museológico na aldeia, mas mesmo assim, o que se iria expor, seria um museu de quê?

A minha ideia maluca era ser um museu de tudo. Etnográfico, antropológico, artístico, etc. Ser uma casa aberta a todas as artes e ideias.

Nunca falei nisto a ninguém. E até tinha um nome bem aldeão: "Casa Manuel Joaquim".

Claro que não tinha dinheiro para me meter numa "empreitada" destas.

Foi mais uma daquelas ideias malucas que se intrometem no meio dos sonhos...

O óleo é de Kenny Harris.

sábado, maio 14, 2011

Que Seja um Bom Dia Comercial


Hoje as montras das Caldas ganham vida.


Que seja um dia de muitas vendas, sorrisos e que as pessoas deixem transparecer no rosto a vontade de voltar...


domingo, maio 08, 2011

O Oeste e a Temática


Sei que tenho deixado quase em "pousio" as Viagens Pelo Oeste, e também sei porque razão isso acontece.


Os blogues temáticos são mais dados à "fenitude" e à falta de assunto.

Como actualmente estou numa fase mais desligada do Oeste (a minha cabeça está mais ocupada com outras latitudes...), tem sido mais difícil "postar"...

Claro que isto não é um fim, é apenas uma explicação. A mesa está assim, apenas porque ainda não chegaram os convidados...


O óleo é de Dino Boshi.

segunda-feira, abril 25, 2011

Abril Continua Inesquecível



Por muitos "pontapés" que dêem à democracia, Abril continua inesquecível...

quinta-feira, abril 21, 2011

A Janela, o Gato e as Flores


Aquela janela podia ser a da casa da minha avó.

Ela continuou a ter vasos com flores, um gato para não se limitar a falar com as paredes, e claro, a janela, para espreitar o mundo...

Era uma janela parecida com esta, pintada por António Capel.

quarta-feira, abril 06, 2011

Os "The Gift"


Gosto bastante dos "The Gift", pela sua grande qualidade musical.


Considero-os a banda portuguesa com mais capacidade de triunfar pelo mundo fora.

Gostei muto das cores que usaram na promoção do seu trabalho mais recente.

Mas mais palavras para quê? São uma banda do Oeste e está tudo dito.

quarta-feira, março 23, 2011

O Xico "Gago"

Vinha para casa, depois de deixar o meu filho quase à porta da escola quando ultrapassei um pai e um filho pequenote (cinco, seis anos). Vinham os dois a conversar e percebi que o menino gaguejava, algo que não interferia em nada na conversa dos dois.

Calculei que o mesmo não se passaria na escola, como é normal, não fossem as crianças umas "pestes" no uso que fazem destas e doutras fragilidades...

Foi então que me lembrei do meu amigo Xico "Gago" (que não encontro há mais de vinte anos...). Foi meu colega na escola primária e também fez parte da primeira equipa de iniciados do Caldas Sport Clube (e de outras tantas dos torneios populares). Era o armador de jogo da equipa e uma das peças fundamentais do onze do mister Santana...

O Xico tinha a particularidade de gaguejar a falar. Acho que só se esquecia deste pormenor quando dizia palavrões e quando brincávamos distraídos no recreio. Embora já não me lembre muito bem, penso que era corrigido muitas vezes pela nossa professora (que era uma querida, diga-se, pelo menos para a época, em que a "régua" reinava...) e ainda ficava mais atrapalhado, provocando a risota colectiva. O que também deve acontecer com este pequenote, porque as coisas não mudaram assim tanto, pelo menos no uso que se faz das fragilidades involuntárias que todos transportamos pela vida fora...
Na fotografia, "Os Putos", de João Martins.

sábado, março 19, 2011

A Dança das Feridas

Se para dançar o tango convenientemente são precisos dois, felizmente para escrever poesia da boa, basta uma só pessoa.
"Dança das Feridas", da autoria de Henrique Manuel Bento Fialho, um poeta grande do Oeste (até no nome), é um livro especial, cheio de encontros, dedicatórias, pedidos, e claro, muita criatividade e inspiração.

No "baile" poético de Henrique é feita uma escolha criteriosa nos pares que vão surgindo, página a página, gente grande das várias culturas do mundo.

O baile começa com um convite:

«Se eu soubesse dançar/ convidava-te para um tango,/ guiava-te nos labirintos do coração./ Voarias sobre os campos/ como num deslumbramento/ seríamos uma ameaça/ à estabilidade nacional [...]»

Mas há sempre excelentes motivos de leitura ao longo das cem páginas, com quase sete dezenas de poemas, como quando "Ian Curtis (dança com) a Annik Honoré":

[...] «Andamos sempre à procura/ de uma noite que não tem dias/ de uma noite sem sinais/ candeeiros que reflictam/ a agitação dos mosquitos à queima-roupa [..]»

Até as dimensões deste livro são giras e diferentes, tal como a capa de Maria João Lopes Fernandes.

quarta-feira, março 16, 2011

As Caldas e o 16 de Março

Não sei como se comemorou este dia, hoje nas Caldas da Rainha.

Espero que bem, de uma forma descontraída e feliz, sem esquecer os homens que saíram do quartel antes de tempo, à procura da Revolução, que afinal sempre estava por dias, para bem de todos nós...

terça-feira, março 08, 2011

Caldas da Rainha é uma Mulher


A identidade sexual está presente em praticamente tudo aquilo que nos rodeia, até mesmo nas pequeninas coisas. Não é por isso de estranhar que os lugares onde vivemos ou nascemos, também possuam uma carga masculina ou feminina, quase sempre evidente.

A cidade onde cresci e aprendi a ser gente, é sem sombra de dúvida uma mulher. A sua beleza e simplicidade não deixam ninguém indiferente, até os mais distraídos nos jogos de "amor", se rendem ao seu encanto.

Se tivesse que lhe dar formas, Caldas da Rainha seria, sem sombra de dúvida, uma mulher elegante, de cabelos longos e olhar penetrante. Um olhar quase multicolor, castanho com os tons suaves do azul e do verde, dos campos e do mar.

Caldas da Rainha é um daqueles casos que raramente escapam a um amor à primeira vista.

sexta-feira, março 04, 2011

O Bom dos Pequenos Lugares


Embora goste da discrição e da quase invisibilidade que as cidades nos proporcionam, não deixo de me deliciar com a afabilidade das aldeias. Algo que felizmente ainda existe na zona onde vivo (já não há bairros, agora são ruas, praças, freguesias...), num espaço de casas mais modestas, onde troco sempre cumprimentos com os moradores, que estão invariavelmente na rua, ou à porta, a estender a roupa ou a fazer outra coisa qualquer...

É algo que acontece há anos, porque só por passarmos por um lugar, todos os dias, criamos alguma familiaridade com as pessoas que estão quase sempre por ali. Às vezes esta troca de cumprimentos até começa por causa dos animais. Acho que foi mesmo assim que começou, por causa de um cão que ladrava mas felizmente não mordia, embora gostasse de se aproximar quase no limite das minhas calças.

As pessoas descansavam-me, diziam que ele não mordia. Claro que não me fiava totalmente nelas, com o aproximar da "fera".

E foi assim que começou a ladainha diária do bom dia e boa tarde, olhos nos olhos, às vezes com mais uma ou outra palavra.

O curioso é que esta "posta" começou com a minha resposta a um comentário da Gaivota...

O óleo é de Jorge Frasca.

domingo, fevereiro 27, 2011

Parabéns Isabel!

Ao passar pelas "
Águas Mornas" do Zé Ventura, fiquei a saber que a nossa Isabel Castanheira tinha sido premiada nas "Correntes D'Escritas", da Póvoa do Varzim, com o "Prémio Especial Livreiro".
É um prémio mais que merecido por alguém que não se preocupa apenas em vender livros, procura divulgar e partilhar a literatura, através da sua ligação especial aos livros e aos autores, numa cidade onde a Cultura continua a não para todos.

Parabéns Isabel!

Os Nomes de Guerra do Futebol de Rua

Acho que já escrevi sobre isto, provavelmente aqui, nas "Viagens", sobre os "nomes de guerra", pescados pela miudagem no universo futebolístico.

Enquanto lia o jornal, sentado nas bancadas do polidesportivo, fingia estar distante do jogo entre alguns miúdos, mas era impossível ficar indiferente quando o "Messi" não passava a bola ao "Xavi" ou ao "Drogba" e estes chamavam-lhe nomes mais feios. Também o seu guarda-redes, "Casillas", ouvia das boas, quando facilitava a tarefa ao "Cristiano Ronaldo", da equipa adversária, ou ao "Di Maria" (curiosamente também era o rapazola mais fininho da trupe...).

Não ouvi um único nome do campeonato português por ali, eram quase todos craques importados do campeonato espanhol, do "Barça" e do "Real".

Nos meus tempos de jogador de futebol de rua, a maior parte dos nomes que "roubávamos" eram do nosso campeonato. a excepção seria um "Cruyff" ou um "Neskens", da Holanda, ou então alguns alemães do Bayer de Munique como o Mayer, o "Breitner" o "Muller", e outros tantos, com nomes mais estranhos.

Estávamos no começo da década de setenta e o Ajax e o Bayer eram das melhores equipas da Europa e do Mundo...

Lembro-me mesmo de existir um "Mini-Ajax" que costumava ganhar os torneios populares (a par do Mini-Benfica, onde também joguei...).

Qualquer espaço pode ser lugar de memórias, até uma bancada simples de cimento...

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

As Ligações Familiares Sempre Presentes

Há quem não goste da excessiva familiaridade das aldeias ou dos bairros pequenos, onde toda a gente se conhece, ou pelo menos faz por isso. Eu sempre achei este aspecto divertido e curioso.

Provavelmente isso acontece por ter sido sempre um "turista", alguém que chega de fora ou está de passagem na aldeia.

Só durante a infância é que passei mais tempo em Salir de Matos, durante uma boa parte das férias grandes. A partir da adolescência, as visitas passaram a ser mais espaçadas e eu passei a ser alvo do olhar dos aldeões de todas as idades. Ouvia-os a tentarem colocar-me em qualquer família (nas aldeias não se sussurra em silêncio...) , até acertarem. Sorria quase sempre para dentro e fingia que não percebia, sem fornecer qualquer pista...

Além destes "reconhecimentos" de rua, existem ainda as não menos curiosas conversas de café, onde também é possível ganharmos um ou outro familiar, mesmo que afastado, quando menos esperamos.

Algumas pessoas praticamente analfabetas demonstram-nos o quanto é importante a memória visual e oral. São capazes de construir verdadeiras árvores genealógicas, durante mais de um século, sem precisarem de um papel ou de uma caneta.

Eu adoro estas viagens, gosto sempre de conhecer mais coisas dos meus bisavós e de outros parentes afastados.

O óleo é de François Barraud.

domingo, fevereiro 13, 2011

O Rigoletto de Verdi

A Orquestra e Ópera Nacional da Moldávia, vai estar hoje nas Caldas, no CCC, com o "Rigoletto" de Verdi.


Gosto muito do palhaço do cartaz. Só depois de o apreciar é que vi que as Caldas da Rainha também era contemplada com a digressão.

Espero que este espectáculo seja bem acolhido na minha Terra Natal.