segunda-feira, fevereiro 29, 2016

Caldas SC: A Falta de Imagens (30)

Há muito tempo que não publico uma "posta" sem imagens.

Vou fazê-lo hoje porque uma das grandes dificuldades que tenho tido nesta aventura do "Centenário do Caldas" é a falta de "bonecos".

Lembro-me de jogadores, treinadores, mas depois falta-me o encosto de uma imagem...

terça-feira, fevereiro 23, 2016

Caldas SC: Bons e Maus Profissionais (29)


Quase todos nós perdoamos os excessos aos fora de série. É por isso que eles são únicos.

Claro que isto que escrevo não é regra. Por exemplo, o José Mourinho e o Cristiano Ronaldo, embora sejam dos melhores do mundo na sua profissão, estão longe de ser idolatrados por todos. E dão cartas a todos, graças ao seu profissionalismo.

Basta visitar de longe a longe uma caixa de comentários de jornal, com uma notícia sobre eles, para sentirmos o quanto a inveja pode ser uma coisa mesmo feia, mentirosa, e até preconceituosa.

Tudo isto para recordar um jogador chamado Forneri (que talvez fosse alcunha...), que tinha vindo do Torriense para o Caldas, no ano em que o Mourinho pai treinou o seniores e o clube subiu da III para a II divisão.

Era extraordinário dentro de campo, corria e fazia jogar toda a equipa, mesmo jogando a defesa lateral.

Ao contrário dos outros jogadores, depois dos treinos descia a Mata da Rainha a pé, connosco (os nossos treinos nessa época coincidiam com os seniores). Era um fartote de riso, até chegarmos quase ao Chafariz das Cinco Bicas, onde estava sempre um carro à sua espera, invariavelmente com uma mulher bonita, daquelas que gostam de jogadores da bola, com a noite à sua espera.

Não acabou a época no clube, porque o futebol não se compadece com esta vida de vagabundagem, mesmo em clubes da segunda e terceira divisão...

O Forneri foi apenas mais um que podia ter ido muito mais longe se levasse o futebol a sério...

(Fotografia de Luís Eme)

quinta-feira, fevereiro 11, 2016

«É preciso ter lata. Largas a sarda nas tuas "Viagens" e piras-te.»


A meio do telefonema saiu-se com esta: «É preciso ter lata. Largas a sarda nas tuas "Viagens" e piras-te.» Seguida de uma gargalhada sonora.

Depois de o acompanhar na gargalhada disse que não acontecera nada disso. Ele é que era um distraído. Se passasse mais vezes por aqui sabia que era normal estar mais de uma semana sem escrever nada nas "Viagens", com ou sem sardas.

E esta conversa fez com que me lembrasse que houve tempos que as únicas sardas que conhecia eram aqueles pontinhos que algumas miúdas tinham no nariz e no rosto, que se notavam mais no Verão, que torna tudo mais visível e claro, como acontece com a cor dos nossos olhos.

Anos mais tarde percebi que também chamavam sardas às sardinhas maiores.

Mas a língua portuguesa é useira e vezeira nestes usos avulsos das palavras. Não há nada a fazer, além de sorrir.

(Óleo de Brian Scott)

sábado, fevereiro 06, 2016

A Propósito do "Concurso de Sardas"...


A propósito do "Concurso de Sardas", organizado por alunos da ESAD, das Caldas, que está a decorrer e pretende premiar a melhor ilustração de um "falo", transcrevo a seguinte alusão à louça caldense:

"Risonho e bonacheirão, aos garotos que de caminho o saudavam respondia muito candidamente: «Anda cá, meu maroto, que quero mostrar-te uma coisa...» E ao fundo, na sombra fuliginosa daquela furna, onde Vulcano e Baco andavam sempre às turras, logo revelava num arcaz a mais completa, a mais delirante e audiciosa colecção de barros fálicos que as Caldas da Rainha já alguma vez fabricaram. Arregalados e vermelhos saiam dali os rapazitos a caminho do Latim e da Álgebra. Incapazes, como é óbvio, de darem atenção ao que quer que fosse.
Um depravado, este David Viana? Não, sinceramente, não o creio. Um coleccionador maníaco é que sim."

(in "As Torrentes da Memória, histórias e inconfidências do arco da velha", de Luís Cajão)