segunda-feira, janeiro 26, 2009

Grande Eva!

Eva Vital é uma jovem atleta que mora nas Caldas e representa o Arneirense (o clube do meu bairro...).

Não a conheço pessoalmente mas tenho lido na "Gazeta", com entusiasmo, as suas grandes proezas atléticas desde o começo da sua carreira, ainda menina, nas competições de barreiras, velocidade e saltos.
Foi por isso como muita satisfação que li hoje no diário "A Bola", que Eva foi a grande figura da segunda jornada dos Nacionais de Juniores de Pista (ontem), ao bater o recorde nacional dos 60 metros barreiras, com a marca de 8,63'.
Grande Eva! Parabéns!
Desejo-te os maiores sucessos, que nunca te falte a vontade de ganhar e de honrar as Caldas e o Arneirense.

Nota: A Eva merecia uma foto melhor, mas esta foi a possível...

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Ainda a Viabilidade das Faianças

Embora a dupla "pino e lino" não seja de grande confiança e credibilidade (a dupla revela talento é em tiradas humorísticas, podiam mesmo pensar em fazer carreira artística e deixar a governação, o país agradecia...), o ministro da Economia, prometeu ajudar as Faianças Bordalo Pinheiro.

Falta saber qual e como será a ajuda...
Embora não seja pessimista, sei que não vale a pena criar grandes expectativas com este governo. É o mesmo que criou uma nova lei do património, apenas por razões economicistas. Perdoem-me o simplismo, mas é quase assim: como não disponibiliza dinheiro nos respectivos orçamentos para a recuperação dos nossos monumentos, prefere vendê-los, sempre fica com algum. O problema é a quem os vende e para quê...

Enquanto não se vê luz ao fundo do túnel, o Zé Povinho espera sentado, nos jardins do Museu da Cerâmica, nas Caldas...

segunda-feira, janeiro 19, 2009

A Cerâmica de Rafael Bordalo Pinheiro

A Fábrica de Cerâmica Bordalo Pinheiro tem aparecido nos jornais e televisões pelas piores razões, tão habituais neste tempo de crise, em que se criou o hábito de se despejarem as pessoas para a rua, como se fossem objectos.

Para mim só existe uma salvação para a fábrica centenária e histórica, transformá-la numa fábrica-museu de corpo inteiro. Ou seja, além de continuar a produzir as suas peças únicas, com loja própria, que deveria ser o único lugar do país onde se pudessem adquirir as peças com o traço de Rafael (contando com o apoio do Município e até do Ministério da Cultura, já que poderia ser um importante pólo de desenvolvimento turístico e comercial da cidade...), passava também a dar uma maior importância ao turismo cultural, organizando visitas guiadas ao seu interior, criando ainda dois ou três "circuitos do barro artístico", que poderiam ter como passagens obrigatórias os Museus da Cerâmica e José Malhoa, e ainda algumas artérias da cidade que conservam vestígios bordalinos (as que ainda não foram vandalizadas...).
Provavelmente posso estar a repetir o que alguém já tenha dito, mas para mim, este é o melhor aproveitamento que se pode fazer de um espaço que é uma mais valia cultural das Caldas.
Aconselho-vos também a passarem pelos "Cavacos" da Isabel, para terem uma maior noção do que se esconde por detrás desta fábrica...

Esta foto da Fábrica Bordalo Pinheiro é de 1897...

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Como era Bom Ter um Bairro...

Os bairros foram engolidos pela modernidade... as ruas e as avenidas, cortaram com este elemento de identificação tão forte, o tempo arrancou-nos mais esta raiz.
A palavra bairro para os meus filhos deve soar a uma coisa estranha, é uma palavra que têm dificuldade em colar a qualquer mapa...

Sei que o tempo não pára. Por exemplo, eu também já não sou do tempo das "vilas", esses aglomerados interiores, cheios de casas e anexos.

Se contasse aos meus filhos as "guerras" que travei com outros bairros, principalmente o da Ponte, que não se ficavam pelos jogos de futebol. Nem sei como é que não havia muitas cabeças partidas, quando a coisa dava para o torto e o jogo transformava-se numa área de lançamento de pedras. Não devíamos ter muita pontaria e ainda bem...
Ainda hoje sinto alegria, quando me dão notícias do meu bairro, onde tinha os meus amigos e a certeza de que era feliz...
A fotografia é de João Martins, do seu álbum, "Os Putos".

sexta-feira, janeiro 09, 2009

Quando as Cidades eram Aldeias...

Hoje estive a entrevistar um almadense, que viveu a sua juventude nos anos trinta e quarenta.

Contou-me coisas bastante importantes para um trabalho que estou a realizar.
Uma das coisas que achei mais interessante e partilhável neste espaço, foi a sua noção de que o mundo só mudou de uma forma mais radical, após a Segunda Guerra Mundial.
Disse-me mesmo que até aí, a vida dos seus bisavós, avós e pais, era muito idêntica. A verdadeira revolução social e económica, só começou com a sua geração e seguintes.
Até então Almada era uma cidade pequena, onde as pessoas se conheciam todas umas as outras, completamente limitada no tempo...

Outra coisa extraordinária que ele me disse, foi que apesar de Lisboa ficar no lado de lá do rio, a ida à Capital era um acontecimento extraordinário, especialmente para a criançada. Muitos almadenses só pisaram o solo lisboeta, quando abandonaram os estudos e começaram a trabalhar na "cidade grande"...
Nós hoje não temos qualquer ideia de que as coisas fossem assim...

Este apontamento poderia muito bem ser publicado no "Casario", mas as "Viagens" são o meu espaço mais nostálgico, além disso estou convencido de que esta história também poderia ser contada por caldenses (com a excepção da proximidade da Capital, claro...)

A foto é de Robert Doisneau, "os porteiros"...

domingo, janeiro 04, 2009

Novidades da Minha Cidade...

A principal novidade das Caldas dos últimos tempos, para mim claro, foi a abertura do "novo" Museu José Malhoa.

Gostava de passar por lá, num destes domingos de manhã, percorrer calmamente, sala a sala, ver se todos aqueles quadros e esculturas, que me são familiares, estão, ou não, fora dos sítios habituais...

E também me apetece muito mais passar pela centenária, "Mercearia Pena" (que a Teresa destacou tão bem nas suas "Coisas"), sentir os seus perfumes e paladares, que pelo moderno e movimentado, novo centro comercial da cidade.
Cada vez que me vejo dentro de um destes lugares, fico farto e cansado daquela confusão. Sinto sempre que pertenço mais às "mercearia de bairro" que às "catedrais do consumismo"...