quarta-feira, dezembro 27, 2023

"Transibérica, Diário de uma Volta à Península Ibérica em Bicicleta"


Quem como eu, gosta de livros, normalmente recebe sempre vários, como prenda, nesta quadra festiva, que apela cada vez mais ao consumismo.

Mas bom mesmo, é ainda conseguir ser agradavelmente surpreendido com a oferta de livros, que são especiais, entre outras coisas, por terem sido escritos também por pessoas especiais, o que felizmente aconteceu este ano.

Um desses livros especiais que recebi foi escrito pelo meu irmão, que finalmente resolveu reunir todos os textos que foi escrevendo ao longo da última década, enquanto ia dando a Volta à Península Ibérica de Bicicleta. Foram mais de 5.500 quilómetros, quase sempre percorridos com a companhia de amigos. 

Embora já conhecesse praticamente todas estas aventuras, é diferente - para melhor, claro - ler o diário de viagem, completo, que mereceu o título: "Transibérica, Diário de uma Volta à Península Ibérica em Bicicleta".

Este livro, além de estar bem escrito, de uma forma agradável e sintética, tem também muitas fotografias, que procuraram reter a beleza encontrada em tantos lugares magníficos, de Portugal e de Espanha.

Esperemos que o meu irmão, Vitor Milheiro, não se fique por aqui. Até porque "material" para mais obras não lhe falta. Nos últimos anos liderou várias viagens e aventuras, que pela sua singularidade, também merecem  a passagem a livro.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sábado, novembro 18, 2023

As Fotografias do Mestre...


Ontem fui almoçar com a minha mãe e o meu irmão às Caldas e ainda antes do almoço aproveitei para ver a exposição de fotografia do Mestre Manoel de Oliveira.

Como Serralves não fica ali logo ali a seguir à esquina, foi bom não perder esta oportunidade de ver excelentes imagens a preto e branco (ainda por cima sem pagar bilhete, o que em Serralves é quase um "convite a não entrar"...).


É normal que um realizador de cinema tenha uma boa relação com a fotografia e a imagem, mas o olhar de Oliveira vai mais longe. E como ele bem fotografou Maria Isabel, a sua "mais que tudo", que tal como ele também tinha genes de longa duração e ultrapassou o século de vida.

Um suma, uma exposição a não perder por quem gosta de fotografia (com a beleza do preto e branco) e de coisas bonitas, patente no Centro de Congressos das Caldas.

(Fotografias de Luís Eme - Caldas da Rainha)


segunda-feira, outubro 23, 2023

Memórias do Património Destruído nas Caldas


Tenho andado cada vez mais arredado deste meu Oeste, dai que as "viagens" escasseiem...

Nem sequer escrevi uma linha sobre o incêndio dos Pavilhões do Parque, onde andei nos primeiros anos do Liceu e que albergou durante anos e anos a única biblioteca pública das Caldas (se existiam algumas associativas, eram insignificantes...), da Fundação Calouste Gulbenkian.

Curiosamente este incêndio foi mote de duas boas crónicas no "Diário de Notícias", de Jorge Mangorrinha e de João Lopes, que penso também terem crescido na Cidade das Termas, tal como eu.

O mais curioso, é que a crónica de João Lopes, conhecido crítico de cinema, recordava o Salão Ibéria, que ficava no Parque, ao lado dos Pavilhões, falando do fim do seu reinado como sala de espectáculos ("ruiu numa noite de chuva").

Eu não tenho uma memória bem viva do fim do Salão Ibéria, que já de si, parecia ser de construção frágil (quase de estilo "pavilhão desmontável"...), embora ainda tenha visto alguns filmes de acção durante a adolescência (acho que foi lá que vi um dos "Trinitá"...).

Os meus pensamentos foram logo, sim, para o Cine-Teatro Pinheiro Chagas, que ficava na "Praça do Peixe" e que foi fechado e todo esventrado no interior, sem que a sua fachada perdesse a imponência...

Nunca percebi muito bem o porquê destes atentados ao património local. Mas dos "politiqueiros" locais de direita podia esperar-se tudo (também destruíram a "A Casa da Cultura", no antigo Casino do Parque...). 

Fingiam mesmo acreditar que os "comunistas comiam criancinhas"...

(Fotografia de Luís Eme - Caldas da Rainha)


sexta-feira, julho 28, 2023

"Eu Luto pelo Hospital"


As Caldas da Rainha nunca foram uma cidade revolucionária, mesmo assim gostei de ver a capa da "Gazeta" com uma fotografia bastante simbólica: a Rainha D. Leonor com um manto negro, rodeada de pessoas vestidas com um camiseta preta com a frase de marca, da luta contra a escolha do lugar do novo hospital, "Eu Luto pelo Hospital".

Também gostei de ver muito do comércio caldense solidário com esta causa, que terá os seus custos para a cidade, a médio prazo.

Estou solidário com o sentir da Cidade, porque também penso que não há Localidade com melhor centralidade no Oeste que as Caldas, apesar de todo o mal que lhe foi feito nos últimos trinta anos (praticamente matou-se a "galinha dos ovos de ouro", as Termas, que eram o principal "chamariz turístico" da Cidade...), especialmente por um senhor que também se chama Costa, que também tem a sua quota parte de responsabilidade no "marcar passo" na construção de um novo hospital. Só espero que este senhor não tenha tido o desplante de também ter marcado presença na manifestação pacífica junto da Rainha...

(Fotografia de Luís Eme - Caldas da Rainha)


domingo, maio 28, 2023

João Almeida Volta a Fazer História em Itália


João Almeida conquistou hoje o terceiro lugar na Volta a Itália, com mais uma brilhante prestação numa das mais importantes provas de ciclismo do Mundo.

É um feito que não era alcançado por nenhum português há mais de quarenta anos (desde o grande Joaquim Agostinho...). Mas o João ainda ganhou uma etapa e venceu o Prémio da Juventude.

Pois é, o João ainda só tem 24 anos e se tudo correr, normalmente, terá um futuro brilhante pela frente, naquela que é considerada uma das modalidades desportivas mais duras do Planeta.

(Fotografia retirada do Site A Bola) 


segunda-feira, abril 24, 2023

Regresso às Caldas em Abril...


Regresso em Abril a este Oeste, a estas Caldas da Rainha.

É uma boa oportunidade para regressar, até pela Cidade nunca ter aderido aos "calores" da Revolução. O conservadorismo disfarçado de social democracia nunca se afastou do poder...

E as pessoas, mesmo as de menos posses, pensavam como as que tinham poder e dinheiro...

Nunca esqueço que aos dezoito anos, quando fui para Lisboa, fui a todas as Festas, à do 25 de Abril mas também à do Primeiro de Maio. No Rossio e no Parque Eduardo VII. E respirei Liberdade...

Sim a Liberdade das Caldas nunca foi igual à da Capital, muito menos à da minha Almada, que quando me abriu as portas, era orgulhosamente vermelha, a cor dos cravos.

(Fotografia de Luís Eme - Caldas da Rainha)