quinta-feira, dezembro 27, 2012

O Final de Ano


A proximidade do fim do ano é sempre um período complicado, em que se fecham e abrem ciclos, com a naturalidade possível.

Apesar das perspectivas do país não serem as melhores, tenho vários projectos na "manga" para 2013, que se dividem por actividades que nem têm sido muito exploradas por mim.

Claro que a maior parte destes projectos serão produzidos sem quaisquer contrapartidas financeiras...

Dizem que quem corre por gosto não cansa, mas nem sempre é assim. Há dois projectos para serem desenvolvidos nas Caldas. Espero que o vento sopre favoravelmente.

Espero pelo menos sentir-me bem com o trabalho desenvolvido.

O óleo é de Andrzej Gudanski.

segunda-feira, dezembro 24, 2012

Natal Feliz, Feliz Natal



Natal

Acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia.
Era gente a correr pela música acima.
Uma onda uma festa. Palavras a saltar.

Eram carpas ou mãos. Um soluço uma rima.
Guitarras guitarras. Ou talvez mar.
E acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia.

Na tua boca. No teu rosto. No teu corpo acontecia.
No teu ritmo nos teus ritos.
No teu sono nos teus gestos. (Liturgia liturgia).
Nos teus gritos. Nos teus olhos quase aflitos.
E nos silêncios infinitos. Na tua noite e no teu dia.
No teu sol acontecia.

Era um sopro. Era um salmo. (Nostalgia nostalgia).
Todo o tempo num só tempo: andamento
de poesia. Era um susto. Ou sobressalto. E acontecia.
Na cidade lavada pela chuva. Em cada curva
acontecia. E em cada acaso. Como um pouco de água turva
na cidade agitada pelo vento.

Natal Natal (diziam). E acontecia.
Como se fosse na palavra a rosa brava
acontecia. E era Dezembro que floria.
Era um vulcão. E no teu corpo a flor e a lava.
E era na lava a rosa e a palavra.
Todo o tempo num só tempo: nascimento de poesia.

Manuel Alegre

quarta-feira, dezembro 19, 2012

A Música e a Arte do Assobio


Estávamos a ouvir música, quando a minha filha me pediu para  lhe ensinar a assobiar. Fingi que não existia uma fórmula ou uma técnica especial na arte do assobio.

Disse-lhe que era tudo espontâneo e girava em volta do fôlego e do jeito de usar os lábios e a língua no sopro...

Ainda por cima tinha um contra, nunca fui muito bom no assobio, especialmente naquele estridente em que usamos os dedos como ajuda, que torna os estádios de futebol, num lugar ainda mais absurdo e ensurdecedor...

O óleo é de Jim Daly.

sábado, dezembro 15, 2012

Os Namoros Tardios dos Rapazes


A última vez que estive com o Gui foi extremamente rica, graças aos acasos que se foram intrometendo no meio da nossa conversa. Já escrevi sobre isso no "Largo", mas ainda sobrou alguma coisa para estas minhas "Viagens" no tempo...

Ele disse que nós somos mais inseguros que as mulheres, principalmente na adolescência. Não concordei. O argumento do Gui foram os nossos namoros tardios (pensa que ainda hoje é um bocado assim...). Andamos quase sempre em grupos de rapazes, o que faz com que os namoros aconteçam mais tarde.

Eu respondi-lhe que a insegurança devia ser igual, embora a condição de mulher fosse mais complicada que a nossa, até por razões biológicas (as particularidade do crescimento do seu próprio corpo, assim como a maternidade...). Acrescentei que havia uma coisa que devia ser decisiva para os nossos namoros tardios, era o facto de normalmente termos de ser nós a tomar a iniciativa. Isso fazia com que muitos "amores" ficassem adiados, pela timidez, tão presente da adolescência, com medo de recebermos um não...

O Gui depois de ficar em silêncio por alguns momentos, acabou por dizer que talvez tivesse razão.

O óleo é de Graig Nelson.

terça-feira, dezembro 11, 2012

O Gostar é Outra Coisa


Quem tem mais que um filho, raramente consegue ter o mesmo tipo de relacionamento com ambos. 

Isso não tem nada a ver com o gostar, tem mais a ver com as proximidades, com a conjugação de feitios, com os pontos comuns que nos unem. E claro, com a diferença dos sexos, que também é um ponto de atracção, no melhor dos sentidos...

O "barro" com que somos feitos e moldados nunca é igual, mesmo que venha da mesma "fábrica"...

O óleo é de Marina Marcolin.

quinta-feira, dezembro 06, 2012

Um Caldense a Chefiar a Protecção Civil


Tenho acompanhado pela comunicação social o percurso de José Manuel Moura, como bombeiro e como técnico reconhecido da protecção civil, com alguma satisfação.

Digo isto porque o  José Manuel foi meu companheiro de escola da primeira classe até ao final do ciclo preparatório. Era um bom amigo, calmo e pacato, já nessa altura ligado aos Bombeiros Voluntários das Caldas, por intermédio do pai.

 Não nos encontramos há mais de trinta anos, porque a vida é feita de muitos caminhos, que não têm necessariamente que se cruzar.

Desejo que tenha mais sorte e capacidade que o seu antecessor, pois o cargo de comandante operacional nacional da protecção civil, está longe de ser uma "pêra doce".