quinta-feira, dezembro 22, 2016

O Natal e as Viagens, Quase Paradas...


Escolhi esta fotografia da Norma Shearer (provavelmente de George Hurrell), por de alguma forma, representar (pelo menos para mim...) indefinição, espera...

O mesmo se tem passado com as "Viagens pelo Oeste". Sem encontrar uma explicação palpável, é um facto que estou mais distante da cidade onde cresci.

Noto isso também quando recebo a "Gazeta" em casa. Dantes abria-a logo à sexta e dava-lhe uma primeira passagem. Agora, muitas vezes nem na segunda-feira é retirada do saco de plástico...

Espero que seja apenas uma fase.

E Boas Festas para todos os que passam por aqui, com ou sem raízes no Oeste. 

quarta-feira, novembro 30, 2016

Duas Cidades (Aparentemente) com Candidaturas Trocadas


Sei que posso não ter os dados todos, por estar afastado do desporto (pelo menos muito mais que há 20 anos em que fazia jornalismo desportivo...) e por não viver nas Caldas.

Mas quando vejo que Almada se candidatou a "Cidade Europeia do Desporto 2018" e as Caldas da Rainha a "Cidade Europeia da Criatividade 2020", ficou com a sensação que bem poderiam trocar de candidaturas.

Almada, embora possua melhores infraestruturas que em 1996 (para recuar apenas os tais 20 anos...), tem muito menos "vida desportiva", menos clubes e menos gente a praticar desporto, pelo menos com vocação e qualidade competitiva.

Nessa época os clubes mais representativos da Cidade estavam no auge (Ginásio Clube do Sul e Almada Atlético Clube), além de terem as suas equipas de andebol nas divisões principais, praticavam outras modalidades com sucesso. A Naide Gomes, por exemplo, fez atletismo no Ginásio. E também existiam mais competições populares (mais corridas de estrada por exemplo...) e os "desaparecidos" Jogos Desportivos de Almada (penso que era assim que se chamavam...), e como seria normal, mais clubes populares.

O desporto ainda não se tinha "burocratizado", dificultando a vida aos chamados "clubes pobres" (e também aos "ricos", o Almada e o Ginásio que o digam...), com uma série de obrigatoriedades, que embora fossem necessárias, a já habitual desresponsabilização do Estado, fez com que a factura final fosse endereçada aos clubes...

Mudando de Cidade, as Caldas é uma "terra onde quase não se passa nada" no campo cultural, e a única criatividade que salta à vista é a dos alunos da Escola Superior de Arte e Designe, mas distante dos caldenses. Exactamente o contrário de Almada, onde há quase um "criativo" por lar...

Mas os "inteligentes" de cada uma destas duas cidades é que sabem com que linhas se cozem...

Nota: Repeti pela primeira vez um texto (também foi publicado no "Casario"), por pensar que os leitores dos dois blogues são diferentes...)

(Fotografia de Luís Eme)

sábado, outubro 15, 2016

Uma Fotografia e uma Memória...


Ao ver esta fotografia, cujo autor desconheço, viajei até à minha infância, às entrada do "Café Claras", com uma porta rolante.

Era uma diversão para mim e para o meu irmão entrar e sair por aquela porta, enquanto a carreira que passava pot Salir de Matos não chegava...

segunda-feira, setembro 19, 2016

Óbidos Cidade do Mundo


Ontem tive uma conversa sobre o Fólio de Óbidos, em que me diziam que também deveria haver uma vertente local, do Oeste.

Eu achei logo que não. Este Festival Literário quer ser um pouco como a Vila de Óbidos, que ultrapassa há muito as fronteiras do Oeste e é uma "Localidade do Mundo", que recebe turistas de todos os continentes, diariamente.

Por isso é que vêm escritores do mundo, que se juntam aos nossos "craques" das letras...

Não sei se consigo passar por lá esta semana. Talvez tente na sexta. Vamos ver como corre a semana.

sábado, setembro 03, 2016

"A Vila e os Campos"


O Oeste está bem presente na minha exposição, "Blue & Yellow", que vai ser inaugurada daqui a uma hora e alguns minutos. 

Além das Caldas (com a Praça da Fruta e o Parque), surge também a Lagoa de Óbidos, Foz do Arelho e Óbidos...

"Baptizei" esta fotografia de "A Vila e os Campos"...

(Fotografia Luís Eme)

quinta-feira, agosto 18, 2016

Grande João Pereira!

O caldense João Pereira conseguiu a melhor classificação de sempre do triatlo masculino numas Olímpiadas, com um excelente 5.º lugar.

Segundo o comentador televisivo o João saiu muito atrás no final da prova de natação. Mas depois no ciclismo e na corrida foi sempre a recuperar.

Apesar de só termos conquistado uma medalha de bronze até aqui, temos obtido excelentes resultados em várias modalidades, que estão a conseguir as melhores prestações de sempre.

Claro que no triatlo já conquistámos a prata com Vanessa Fernandes, mas isso não belisca em nada a prestação brilhante de João Pereira.

(Fotografia de autor desconhecido retirada do site do "Record")

terça-feira, agosto 16, 2016

Uma Outra Feira de Agosto nas Caldas

No domingo de manhã fui surpreendido no interior do Parque das Caldas pela "Feira de Velharias", que cresceu e já não se fica apenas pelo velho "largo das bicicletas" (onda na minha meninice se alugavam bicicletas e tantos caldenses aprenderam a andar...), ocupa as principais artérias deste lugar bonito e luminoso da minha Cidade Natal.


E vende-se um pouco de tudo, além de peças de cerâmica, roupa, livros, discos e dvd's, há também móveis, bicicletas, instrumentos musicais e até motores de rega.


Há muito que não via o parque tão movimentado, num domingo de manhã...

(Fotografia de Luís Eme)

terça-feira, julho 12, 2016

Uma Decisão Colorida

No começo de Setembro vou participar numa exposição de fotografia na Oficina de Cultura de Almada com mais dois amigos.

A exposição chama-se "Três Fotógrafos, Três Olhares" e acabará por ter três exposições de fotografia dentro daquele espaço artístico central de Almada.

Desvendo aqui em primeira mão que a minha exposição chama-se, "Blue & Yellow", ou seja, estas duas cores serão as tonalidades mais fortes das fotografias que irei apresentar. A minha escolha de fotografias acabará por ser mais sentimental que artística, pois tento escolher sobretudo lugares que fazem parte da minha vida...

A fotografia que publico faz parte do bairro onde cresci (Bairro dos Arneiros). Embora na minha meninice em vez destes prédios existisse um pinhal. Faz parte da pré-selecção de 50 fotografias, das quais serão expostas metade...

(Fotografia de Luís Eme)

sexta-feira, julho 08, 2016

José Pires (1956 - 2016)


Quem mora fora das Caldas e assina a  "Gazeta", acaba por ter um precioso elo de ligação a todo o Concelho, pois ela todas as semanas nos oferece notícias, boas e más.

Hoje a "Gazeta" deu-me nota do desaparecimento do José Pires, artista plástico caldense, que assinou algumas obras notáveis de cerâmica e pintura.


Conhecia-o desde a adolescência mas nunca tivemos qualquer tipo de proximidade. Ou seja, posso dizer que conheço mais a obra que o autor.

Penso mesmo que a única vez que falámos foi em 2009, quando a Teresa nos apresentou, na Rua das Montras, junto a uma das muitas exposições que fez nas Caldas.

Espero que o Artista e a sua Obra não caiam no esquecimento, numa Cidade que gosta de se afirmar pelas Artes.

(Fotografias de Luís Eme)

quinta-feira, junho 30, 2016

Continuar, Continuar... Porque Sou do Oeste...


Nunca pensei em fechar as minhas "Viagens pelo Oeste". embora reconheça que seja cada vez menos assíduo.

Já escrevi por aqui muitas memórias, às vezes até me devo repetir. E embora não tenha a "caixa de recordações" vazia, para lá caminha...

Também não me apetece muito falar do dia a dia. Isso acontece porque não tenho uma ligação fácil com os "poderes" da minha Cidade Natal, muito menos me apetece passar o tempo a dizer mal disto e daquilo (até porque é algo que nunca foi muito saudável...), de quem se põe a jeito quase diariamente.

O resultado tem sido o "espaçar" cada vez mais as postagens...

Houve uma altura que tinha pensado escrever sobre o centenário do Caldas Sport Clube, "100 postas". Mas cedo percebi que seria muito difícil chegar a essa "marca", por falta de tempo para investigar, ausência de imagens, e sobretudo por morar numa outra Terra. Neste caso a falta de proximidade foi o grande motivo para apenas chegar às 34 postas.

Mas vou continuar. Quero continuar...

Sou do Oeste.

(Fotografia de Luís Eme)

sexta-feira, junho 24, 2016

As Caldas e a Feira de S. João


Não me dá nenhum  prazer falar dos "tiros nos pés" que os governantes da minha Cidade Natal têm dado nos últimos trinta anos (para não recuar mais no tempo).

Nunca foram capazes de acompanhar o progresso, de perceber as potencialidades de uma Terra única, devido ao seu próprio encanto, mas também por ser naturalmente a "capital do Oeste", já que geograficamente está no centro de uma das regiões mais agradáveis de visitar (Óbidos, Peniche, São Martinho do Porto, Nazaré ou Alcobaça...).

Mas quando tivemos um presidente incapaz de aproveitar as boas iniciativas do Município de Óbidos para trazer mais pessoas à Cidade (e eram ambos da mesma força política...), não podíamos esperar que explorasse ao longo de todo este tempo a cerâmica, a fruta, a gastronomia, a beleza natural caldense e até os vários museus existentes...

Apesar de ele ser um populista, também as festas populares foram desvalorizadas. Lembrei-me de tudo isto porque na minha infância as Caldas tinham a Feira de S. João,  que decorria nesta altura, que embora fossem uma miniatura da do 15 de Agosto, eram o encanto da pequenada...

(Fotografia de Luís Eme)

domingo, maio 15, 2016

Caldas SC: O Dia do Centenário (34)

Hoje as Caldas da Rainha estão duplamente em festa. Além de ser o Dia da Cidade (que para infelicidades dos caldenses comemora-se ao domingo...), o Caldas Sport Clube comemora o Centenário da sua fundação.

Para comemorar esta data, coloco aqui uma fotografia com os jogadores que mais vezes vi jogar e que acompanhei de perto na minha meninice e adolescência, nos belos anos setenta do século passado. Há ainda outro motivo para esta escolha, esta equipa era treinada pelo melhor jogador de sempre do Caldas, o António Pedro.

sábado, maio 14, 2016

Caldas SC: Está Quase (33)


É já amanhã, que o Caldas Sport Clube, o clube grande da minha Cidade Natal, comemora o seu primeiro centenário. 

Público a capa do pequeno suplemento fotográfico publicado na "Gazeta das Caldas" (o Caldas merecia muito mais páginas, são 100 anos de história... com boas histórias para contar de todos os tempos...).

Parabéns a todos aqueles que ajudaram a transformar o Caldas no clube de futebol mais emblemático da região.

sábado, maio 07, 2016

Vitor Damas Recebe a Baliza de Prata de José do Carmo Francisco


José do Carmo Francisco, poeta, jornalista e escritor de Santa Catarina, lançou na Biblioteca do Museu República e Resistência ao fim da tarde de 4 de Maio a biografia, "Vitor Damas - a Baliza de Prata".

Segundo o apresentador da obra, o jornalista Gonçalo Pereira Rosa:

«Há poucos nomes no jornalismo contemporâneo que se possam ufanar de ter aproximado tanto como o José do Carmo o turbilhão literário do pequeno/grande drama do desporto. De preencher esse fosso. De lhes pedir, como observadores minuciosos da realidade, que nos falem daquele momento especial, da centelha que nos faz sonhar, do dia em que, sem que uma única palavra seja expressa, 50 ou 60 mil pessoas sentem no mesmo estádio a mesma sensação de que presenciaram um momento inesquecível.

Sem pretender estragar a experiência para quem vai debruçar-se sobre este Vítor Damas, A Baliza de Prata, adianto que se trata de uma obra meticulosa, que coloca 56 anos da vida do nosso Vítor Damas debaixo do microscópio. O Eça de Queiroz chegou a queixar-se de que, aos homens célebres do seu tempo, até se publicam depois da morte as contas de alfaiate! O José do Carmo não vai tão longe – felizmente – mas analisa a biografia do Vítor Damas com minúcia e consciência crítica, convocando testemunhos oportunos de amigos, colegas de equipa, rivais, treinadores, jornalistas e meros adeptos.» 

Não poderia deixar de dedicar algumas palavras de apreço a este jornalista e escritor amigo, natural do Concelho das Caldas da Rainha, que tanto tem escrito sobre os livros dos outros, inclusive na "Gazeta das Caldas".

quinta-feira, abril 28, 2016

Luiz Pacheco e Vergílio Ferreira nas Caldas


Ferreira Fernandes escreveu esta delícia no "Diário de Notícias" a 26 de Abril:

«Um dia, Luiz Pacheco entrou num café escuro de Caldas da Rainha e viu Vergílio Ferreira numa mesa, às gargalhadas. Nesse tempo não havia telemóveis nem Twitter e não deu para filmar e postar aquela surpresa. Pacheco, porém, escreveu um texto sobre o intolerável que era o amargo, e afinal hipócrita, Vergílio Ferreira a rir. O intolerável seria termos perdido esse maravilhoso texto de má-fé.»

Embora não saiba da veracidade da frase, acredito nas palavras do cronista. E esta, Vergílio Ferreira a rir às gargalhadas num café caldense?

(Óleo de Darnier Rappel)

sábado, abril 16, 2016

O Conselho da Cidade


Embora continue sem saber muito bem qual o papel que o Conselho da Cidade tem no dia a dia das Caldas da Rainha, fico satisfeito por saber -  via "Gazeta" - que existem duas listas para os Corpos Gerentes deste órgão caldense.

Não conheço as pessoas das duas listas (alguns de nome, por serem "sumidades" da Cidade, outras nem isso...), mas penso que uma lista representa a continuidade (o que foi ou não foi feito...) e a outra a diferença.

Mesmo que possa existir alguma "cisão" ou mesmo "birra", para quem está a cem quilómetros de distância, isto é a democracia a funcionar.

Só espero que as Caldas fiquem a ganhar e que o Conselho da Cidade seja mais do que tem sido até agora.

(Fotografia de Luís Eme)

sexta-feira, abril 08, 2016

Caldas SC: Duas Más Notícias na "Gazeta" (32)


Hoje a ler a "Gazeta das Caldas" fui surpreendido com duas más notícias relativas ao principal clube da Cidade, o histórico Caldas Sport Clube, cada vez mais perto de festejar o centenário.

A primeira foi sobre a Assembleia Geral Eleitoral do Clube, que apesar de estar com boa saúde financeira (as últimas direcções conseguiram reduzir o passivo...) e de estar quase em festa, não apareceram candidatos. Não deixa de ser curioso, que num momento festivo, não apareça ninguém que queira ficar "na fotografia", como o Presidente do Centenário.

A segunda notícia é de uma extrema gravidade. Um jogador da equipa dos juniores agrediu o árbitro no último jogo com uma cabeçada, após a sua expulsão. O jogo acabaria aqui (aos 40 minutos de jogo), já que o árbitro não ficou em condições físicas para continuar a partida. 

Embora o jovem jogador se tenha mostrado arrependido nas redes sociais e pedido desculpa ao juiz da partida, espero que seja punido exemplarmente.

(Fotografia de Luís Eme)

sábado, abril 02, 2016

E se For Verdade?


Ontem falei com o meu irmão e ele disse-me que tinha saído uma nota de leitura na "Gazeta" sobre o meu último livro. Com um sorriso, contei-lhe que já tinha desfolhado o semanário, mas que não tinha chegado aí, tinha ficado pela notícia de capa em que dizia que a oposição se queria unir à volta da candidatura de António José Seguro à presidência da Câmara das Caldas.

O meu irmão acreditou na notícia e eu disse-lhe que havia ali um cheirinho a 1 de Abril.

É daquelas notícias que nos parecem boas demais para serem verdade. Ambos concordámos que só uma candidatura deste género conseguiria "tirar o tapete" ao PSD que se delicia no poder há quase quatro décadas, com os resultados que todos conhecemos...

quarta-feira, março 23, 2016

"desMemória" - Resgatar a memória dos Pavilhões


Hoje fui às Caldas almoçar com a minha mãe e o meu irmão.

Antes do almoço dei um giro pela cidade e quis levar os meus filhos à exposição de fotografia, "desMemória" - Resgatar a memória dos Pavilhões, de João Martins Pereira.

É uma excelente mostra do interior dos Pavilhões do Parque, que têm mais de mil e uma história por contar, sobre tudo o que se passou por ali, ao longo de mais de 100 anos...


A primeira memória que tenho daquele lugar é da Biblioteca Calouste Gulbenkian (a única pública da Cidade...), onde fui leitor desde a primária. Também andei por lá no liceu...


Depois da exposição passámos pelos Pavilhões e demos uma volta ao sempre bonito Parque, com conversas disto e daquilo e com a minha filhota a ficar encantada com os cisnes escuros...

terça-feira, março 08, 2016

Caldas SC: Notícia do "Belenenses Ilustrado" (31)


Transcrevo com a devida vénia a notícia e a imagem publicada no blogue, "Belenenses Ilustrado", de 4 de Março de 2016, com o título: "Caldas SC Infligiu a Primeira Derrota ao Belenenses no Estádio do Restelo".

«Jogo no Estádio do Restelo, com reduzida assistência (Estádio, com muitas clareiras), 24 de Novembro de 1956. 12ª jornada do campeonato nacional. A constituição das equipas:
«Os Belenenses»: José Pereira; Pires e Moreira; Edison, Paz e Vicente; Dimas, Matateu, Suarez, Di Pace e Tito.
Caldas S.C.: Vítor; Amaro e Fragateiro; António Pedro, Saraiva e Orlando; Anacleto, Garnacho, Janita, Romeu e Rogério.
Árbitro: Álvaro Rodrigues, de Coimbra.
Golo de Garnacho aos 30' de penalty devido a obstrução cometida por Raúl Moreira e Mário Paz.»

segunda-feira, fevereiro 29, 2016

Caldas SC: A Falta de Imagens (30)

Há muito tempo que não publico uma "posta" sem imagens.

Vou fazê-lo hoje porque uma das grandes dificuldades que tenho tido nesta aventura do "Centenário do Caldas" é a falta de "bonecos".

Lembro-me de jogadores, treinadores, mas depois falta-me o encosto de uma imagem...

terça-feira, fevereiro 23, 2016

Caldas SC: Bons e Maus Profissionais (29)


Quase todos nós perdoamos os excessos aos fora de série. É por isso que eles são únicos.

Claro que isto que escrevo não é regra. Por exemplo, o José Mourinho e o Cristiano Ronaldo, embora sejam dos melhores do mundo na sua profissão, estão longe de ser idolatrados por todos. E dão cartas a todos, graças ao seu profissionalismo.

Basta visitar de longe a longe uma caixa de comentários de jornal, com uma notícia sobre eles, para sentirmos o quanto a inveja pode ser uma coisa mesmo feia, mentirosa, e até preconceituosa.

Tudo isto para recordar um jogador chamado Forneri (que talvez fosse alcunha...), que tinha vindo do Torriense para o Caldas, no ano em que o Mourinho pai treinou o seniores e o clube subiu da III para a II divisão.

Era extraordinário dentro de campo, corria e fazia jogar toda a equipa, mesmo jogando a defesa lateral.

Ao contrário dos outros jogadores, depois dos treinos descia a Mata da Rainha a pé, connosco (os nossos treinos nessa época coincidiam com os seniores). Era um fartote de riso, até chegarmos quase ao Chafariz das Cinco Bicas, onde estava sempre um carro à sua espera, invariavelmente com uma mulher bonita, daquelas que gostam de jogadores da bola, com a noite à sua espera.

Não acabou a época no clube, porque o futebol não se compadece com esta vida de vagabundagem, mesmo em clubes da segunda e terceira divisão...

O Forneri foi apenas mais um que podia ter ido muito mais longe se levasse o futebol a sério...

(Fotografia de Luís Eme)

quinta-feira, fevereiro 11, 2016

«É preciso ter lata. Largas a sarda nas tuas "Viagens" e piras-te.»


A meio do telefonema saiu-se com esta: «É preciso ter lata. Largas a sarda nas tuas "Viagens" e piras-te.» Seguida de uma gargalhada sonora.

Depois de o acompanhar na gargalhada disse que não acontecera nada disso. Ele é que era um distraído. Se passasse mais vezes por aqui sabia que era normal estar mais de uma semana sem escrever nada nas "Viagens", com ou sem sardas.

E esta conversa fez com que me lembrasse que houve tempos que as únicas sardas que conhecia eram aqueles pontinhos que algumas miúdas tinham no nariz e no rosto, que se notavam mais no Verão, que torna tudo mais visível e claro, como acontece com a cor dos nossos olhos.

Anos mais tarde percebi que também chamavam sardas às sardinhas maiores.

Mas a língua portuguesa é useira e vezeira nestes usos avulsos das palavras. Não há nada a fazer, além de sorrir.

(Óleo de Brian Scott)

sábado, fevereiro 06, 2016

A Propósito do "Concurso de Sardas"...


A propósito do "Concurso de Sardas", organizado por alunos da ESAD, das Caldas, que está a decorrer e pretende premiar a melhor ilustração de um "falo", transcrevo a seguinte alusão à louça caldense:

"Risonho e bonacheirão, aos garotos que de caminho o saudavam respondia muito candidamente: «Anda cá, meu maroto, que quero mostrar-te uma coisa...» E ao fundo, na sombra fuliginosa daquela furna, onde Vulcano e Baco andavam sempre às turras, logo revelava num arcaz a mais completa, a mais delirante e audiciosa colecção de barros fálicos que as Caldas da Rainha já alguma vez fabricaram. Arregalados e vermelhos saiam dali os rapazitos a caminho do Latim e da Álgebra. Incapazes, como é óbvio, de darem atenção ao que quer que fosse.
Um depravado, este David Viana? Não, sinceramente, não o creio. Um coleccionador maníaco é que sim."

(in "As Torrentes da Memória, histórias e inconfidências do arco da velha", de Luís Cajão)

terça-feira, janeiro 26, 2016

Lembrança dos Caminhos do Vale da Moira


O meu avô materno era um exemplo de trabalho. Tudo o que deixou aos filhos (várias fazendas e vinhas...), foi conquistado com muito suor (e o da sua companheira, a avó Henriqueta e claro de todos os filhos, cinco, numa altura que fazer filhos também representava ajuda no lar..), rigor e uma seriedade que já não há...

Ontem, sem uma explicação plausível, lembrei-me dos difíceis acessos (muito difíceis mesmo...) até ao Vale da Moira, uma das suas vinhas, que  ficava quase lá bem para trás do sol posto.

Depois de chegarmos a uma aldeia vizinha de Salir de Matos (Trabalhias), ainda tínhamos de subir "uma montanha" (entretanto deve ter ficado mais pequena, estou a ver estas coisas com o meu olhar de criança...), pois ela ficava praticamente na cota mais alta daquele lugar.

Ainda me lembro da luta que o avô travava com as vacas que puxavam o "carro de bois", que ficavam com o lombo em sangue, com as picadelas que ele lhes dava com a vara.

E o regresso não era menos espectacular, com o carro completamente travado nas zonas mais vertiginosas, para chegar inteiro ao vale, que, ironia das ironias, costumava ficar transformado em pantanal com as primeiras chuvas.

Não foi por acaso que esta vinha logo que foram feitas as partilhas ficou condenada ao abandono...

(Óleo de Balthus)

domingo, janeiro 24, 2016

Caldas SC: Alguma Dor sem Doença (28)


Era bonito que o Caldas SC no ano do seu Centenário conseguisse subir à Segunda Liga.  Mas era apenas isso, bonito.

Mas ontem o Benfica de Castelo Branco acabou com as ilusões.

Quando se utilizam aves nas conversas, é comum dizer-se que o Caldas teve "o pássaro na mão" na semana passada e deixou-o fugir, no Campo da Mata.

Não sei, não vi o jogo. Apenas li a crónica de Joel Ribeiro na "Gazeta". Ao ler fiquei com a sensação que o Caldas podia ter ganho. Mas é sempre assim, só que as únicas bolas que contam são as que entram dentro da baliza. Os tais golos que são a felicidade dos radialistas e dos espectadores.

E depois é sempre mau quando ficamos a depender de terceiros (como "reza" o título da crónica)...

Mas se colocar os pés no chão, sei que mesmo que o Caldas fosse disputar a fase de apuramento da subida, não teria muitas possibilidades de alcançar a segunda divisão profissional, porque há várias equipas teoricamente superiores. Tal como aconteceu na época passada.

sábado, janeiro 09, 2016

Caldas SC: Os Cromos da Bola de 1957/58 (27)


Mais uma das equipas das cadernetas de "cromos da bola", esta da época de 1957/58.

Os jogadores são: Vitor, Amaro, Saraiva, António Pedro, Anacleto, Orlando, Dantas, Mateus, João, Rogério e Romeu.

quarta-feira, janeiro 06, 2016

Caldas SC: Os Cromos da Bola de 1956/57 (26)


Apesar de raras, ainda é possível encontrar por aí cadernetas com os jogadores do Caldas que fizeram parte do período de ouro da equipa alvinegra.

Esta página está ilustrada com os seguintes jogadores: Rita, Amaro, Fragateiro, Abel, Romero, Lenine, Romeu, António Pedro, Orlando, Garofalo e Sarrazola, e é da época de 1956/57.