terça-feira, dezembro 31, 2013

A Lagoa de Óbidos sem Mar


Há pouco falei com o meu irmão ao telefone e ele contou-me de uma forma quase fotográfica o panorama actual da Lagoa de Óbidos, com a ligação para o Oceano fechada, naturalmente, depois de anos e anos de erros humanos...

Com o aumento das chuvas e dos caudais dos rios, as águas da Lagoa estão acima do nível do mar.

A coisa pode tornar-se preocupante, se os tipos que fingem que "mandam chover" continuarem de mãos nos bolsos, à espera que a natureza resolva o problema...

Esta fotografia já tem uns anitos mas é das que mais gosto, da minha autoria, da Foz do Arelho.

Desejo a todos aqueles que viajam pelo Oeste e pelo Mundo, um ano em que sintamos que as coisas estão a mudar, para melhor, embora seja difícil com gente tão incompetente ao leme da "barca"...

terça-feira, dezembro 24, 2013

Falavam-me de Amor


Quando um ramo de doze badaladas
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,

menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.

Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.

O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.


                                   Natália Correia

O óleo é de Patricia Rorie.

segunda-feira, dezembro 09, 2013

Voltar à Infância


Quando comecei estas "Viagens pelo Oeste", andei muito pela infância, pelas minhas boas memórias, vividas sobretudo entre as Caldas, Salir de Matos e Foz do Arelho.

Não foi por acaso que este "triângulo amoroso" foi mais explorado, pelo menos pelas viagens dentro das minhas memórias. Posso dizer com toda a segurança, que fui feliz nestes lugares. Lugares onde gosto sempre de voltar.

Neste momento as "Viagens" são o meu "blogue" mais longínquo, o que dispenso menos palavras.

Embora não pense fechá-lo, tenho consciência que será difícil ser mais regular. 

Provavelmente precisava de "esvaziar" um pouco a cabeça, de dar mais espaço ao outro tempo, por onde andam as memórias...

O óleo é de Óscar Bluemner.

sábado, novembro 30, 2013

A 107 e o Dia do Livreiro


Hoje comemora-se o "Dia da Livraria e do Livreiro" em todo o país.

Não posso deixar escapar esta oportunidade, sem falar da "Livraria  107", das Caldas da Rainha.

Embora não fosse um frequente assíduo, até por não morar na Cidade (era lá que costumava adquirir os livros sobre as Caldas...), continuo a pensar que o seu fecho foi uma perda terrível para a Cultura local.

Uma das coisas que quase desapareceu foram os "Cafés Literários", organizados pela Isabel, que trouxeram tantos escritores importantes ao burgo caldense.

É costume dizer-se que o paradigma comercial mudou. Pois mudou. Mudou de tal forma que quase tem morto as Terras portuguesas, de Norte a Sul.

sábado, novembro 23, 2013

O Futuro da Praça da Fruta


A "Gazeta" chega-me a casa ás sextas e trás notícias da Cidade, quase escondida.

Noto que andam vários projectos no ar, sobre o futuro da Praça da Fruta, quase semana sim semana não.

O futuro, aquela coisa que não existe...

Entretanto o presente vai sendo abafado. E quando o futuro chegar, talvez já não existam vendedores para a famosa praça, desenhada e projectada por arquitectos cheios de ideias.

O óleo é de  Álvaro Reja.

domingo, novembro 10, 2013

Álvaro Cunhal e a Fuga de Peniche


Álvaro Cunhal é uma figura que ficará ligado ao Oeste para sempre, graças à fuga espectacular da Fortaleza de Peniche, que protagonizou com mais alguns camaradas, no princípio de Janeiro de 1960.

Fortaleza que albergou maioritariamente presos políticos durante a ditadura e onde o meu avô paterno esteve alguns meses na segunda metade dos anos cinquenta e teve a oportunidade de conhecer o homem e o "mito" (o facto de não ter contacto com outros presos, só serviu para aumentar o "mito", ainda por cima, por estar naquela situação sem ter assassinado ninguém ou cometido qualquer furto milionário. O seu único crime conhecido era o de lutar pela liberdade, contra a ditadura salazarista...).

Álvaro Cunhal faz hoje cem anos, e é, sem qualquer dúvida, uma das principais figuras da história da resistência do nosso país no século XX.

Mas Álvaro foi muito mais que um político. Grande apaixonado pela Cultura, abraçou as artes plásticas e a literatura, com reconhecidos méritos (a pintura e a escrita foram a sua grande companhia e escape no cárcere, em Lisboa e Peniche...), especialmente nos anos de prisão, em que esteve quase sempre incontactável e confinado à sua pequena cela.

terça-feira, outubro 29, 2013

A Mata da Rainha


Na última vez que fui ás Caldas passei pela Mata, para sentir o Outono, para ver as folhas caídas.

Mas não vi apenas as folhas caídas, vi muitas árvores no chão (penso que ainda do temporal do último Inverno...) e um grande "desnorte", para não lhe chamar outra coisa...

O que mais me incomoda é perceber que os habitantes das Caldas estão-se borrifando para um dos pulmões da cidade, tal como passam ao lado do Parque...

Como eu gostaria de ver a Cidade a caminhar em frente, de saber que a Mata e o Parque tinham alguém com capacidade e conhecimento (e claro apoio...), para as abrir aos caldenses...

quinta-feira, outubro 24, 2013

As Mulheres da Família


«Você é filho da Maria, neto da Henriqueta e sobrinho da Ilda, não é?»

Disse que sim, com um sorriso, ao homem que depois de me interrogar, estendeu o braço e a mão para me cumprimentar.

Retribui o cumprimento e ele perguntou quase se seguida: «você é o professor de ginástica ou o escritor?»

Acrescentei que era o jornalista, sem perder o sorriso.

Entretanto sou salvo por uma mulher bonita, que me levou até um pequeno grupo, onde me apresentou e me recordou de um projecto colectivo (que eu já tinha esquecido...) que provavelmente não terá viabilidade.

Quando caminhada pela rua, fiquei a pensar nas palavras do homem, que só se lembrou das mulheres da família, nem sequer referiu o nome do avô Manuel...

O óleo é de Kathy Jones.

sexta-feira, outubro 11, 2013

Uma Praça da Fruta Reduzida


Uma das coisas que estranhei na quarta-feira, foi ver a Praça da Fruta com muitos espaços sem vendedores, praticamente reduzida a metade (ou até a menos...).

Curioso, perguntei à senhora que me vendeu cavacas, se tinha acontecido alguma coisa ou se era normal aquele menor movimento. A senhora respondeu-me que só a partir de quinta, até domingo, é que aumentava o número de vendedores.

Também percebi que o movimento de pessoas não era grande coisa...

Falei com a minha mãe sobre o assunto e ela falou-me na concorrência dos supermercados, onde há um pouco de tudo...

Também sei que a Praça da Fruta encanta sobretudo turistas e já não é tempo deles...

quarta-feira, outubro 09, 2013

Lago com Cisne


Fui às Caldas, e para variar, passei pelo Parque...

Como gostei de ver um dos cisnes a passear no Lago, registei o momento.

segunda-feira, setembro 30, 2013

Ainda Não Foi Desta...


Ainda não foi desta que fiquei agradavelmente surpreendido com os resultados eleitorais na minha "Cidade Natal"...

O caciquismo e o populismo têm um peso do caraças.

O óleo é de Douglas Martenson.

sexta-feira, setembro 27, 2013

"As Minhas Derrotas Eleitorais"...


Embora tenha deixado as Caldas aos dezoito anos, a tal idade maior para tanta coisa, inclusive para votar, a morada dos meus pais continuou a ser a minha primeira morada durante alguns anos. Só em 1987, quando decidi viver em Almada, é que deixei de ser "derrotado" nas eleições.

Nesses tempos já longinquos votava com convicção, e alguma ingenuidade, na CDU. Há um facto curioso que me une à presidente da Câmara de Almada, Maria Emília de Sousa: a sua primeira vitória eleitoral, coincidiu com a minha, enquanto eleitor.

E como me sentia bem nesta terra de operários, onde ainda não havia o hábito de se olhar os outros com sobranceria, o que acontecia nas Caldas (e em todas as Vilas e Cidades pequeno-burguesas...).

Tanta coisa que mudou nestes vinte seis anos...

O "cavaquismo" e os dinheiros da CEE foram a nossa perdição, embora muita a gente continue a gostar de dar "porrada" no Sócrates...

O óleo é de François-Emile Barraud.

segunda-feira, setembro 23, 2013

A Chegada do Outono na Minha Infância


Quando era mais pequenote a chegada do Outono nunca me mereceu grandes cuidados, nem nunca a olhei como uma "estação maldita".

Provavelmente por ainda desconhecer o significado da palavra melancolia...

Uma das coisas que o Outono anunciava era o fim das férias e o começo das aulas. Recordo que isso nunca foi uma tragédia para mim, pelo menos na escola primária. Ficava mesmo com algumas saudades da professora e dos meus amigos.

Também gostava do "festival das folhas caídas", que quase ofereciam uma "alcatifa" ruidosa ao parque...

Nesses tempos, não só gostava de Setembro, como ainda não tinha nada contra Outubro...

sábado, setembro 14, 2013

Tempo das Vindimas


Se há algo que me deixa bastante nostalgia, dos tempos que passava nos campos, é a época das vindimas.

Hoje, à distância de mais de uma década (a última vez que participei nas vindimas deve ter sido em 2000...), sinto saudades de toda aquela movimentação, das pessoas e das suas conversas (mesmo das brejeiras...), da paragem para a "bucha", que era quase um piquenique, das viagens até ao lagar por caminhos levados da breca e depois do exercício de força que travávamos para esmagar as uvas e ver o vinho a escorrer para a pia, que depois o motor levava para os depósitos.

Até consigo ver o rosto de felicidade do avô, a medir o grau do vinho...

E se recuar mais tempo, vejo-me ainda pequenote a ficar quase coberto até à cintura pelas uvas, descarregadas da tina, no momento em que ainda as posso pisar, antes de entrarem os homens para trabalharem e não brincar no lagar...

sábado, setembro 07, 2013

Não Quero e Não Posso


A propósito do comentário da Rosa, ao último texto publicado, em que dava conta do "desaparecimento físico" da cada dos meus avós maternos, só posso dizer que não quero nem posso desistir de Salir de Matos.

Não são apenas as memórias que me prendem, felizmente ainda tenho por lá familiares (tios e primos). Acho que vou gostar sempre de passar por lá, mesmo que as visitas sejam cada vez mais espaçadas...

Mesmo não sendo uma certeza absoluta, penso que se a "casa da avó" (foi sempre a casa da avó e nunca do avô, vá lá saber-se porquê...) tivesse calhado em herança à minha mãe, ainda era da família e estaria habitável.

Isto não é uma crítica à opção dos meus tios, que venderam  casa à paróquia (que na altura disse o contrário do que veio a acontecer, a casa era para recuperar e não para cair em ruínas). É mais uma constatação sentimental, de um lugar com tão boas memórias...

terça-feira, setembro 03, 2013

Os Nossos Olhos Só Vêm o que Querem Ver


No dia 15 de Agosto passei por Salir de Matos e vi que já nada restava da velha casa dos meus avós, onde nasci há cinquenta e um anos.

Disseram-me que a casa já tinha "desaparecido" da última vez que tinha vindo a Salir.

Fiquei a pensar que os nossos olhos só vêm mesmo o que querem ver...

quarta-feira, agosto 28, 2013

As Amoras Silvestres


Uma das maravilhas das férias grandes passadas nos campos, eram as "barrigadas" de amoras silvestres, que tanto eu como o meu irmão e alguns amigos, colhíamos nas silvas que cresciam rente aos caminhos.

Eram uma delícia que nos deixava com uns bigodes da cor do vinho tinto.

De certeza que ainda existam muitas amoras silvestres por aí, eu é que tenho andado pelos caminhos errados...

segunda-feira, agosto 19, 2013

Festejar a Fotografia


Nos últimos anos passo invariavelmente pelas Caldas, no dia 15 de Agosto.

Há vários lugares de passagem obrigatória, com destaque para o Parque D. Carlos e para a Praça da Fruta.

Embora as fotografias nem tenham ficado nada de especial, deixo uma da "Praça", porque hoje a Fotografia está em Festa... 

domingo, agosto 18, 2013

Agosto: Mês de Cores


Agosto deverá ser o mês mais colorido do ano, para as pessoas, claro.

Naturalmente não tem qualquer hipótese de competir com a Natureza em Abril, Maio ou Junho...

Falo essencialmente das pessoas, da cor de pele que adoram "pintar" a vários tons de castanho e também do colorido dos vestidos leves das mulheres de todas as idades, dos fatos de banho e até das camisas dos homens, que não se limitam a vestir o branco fresco...

Até a sua alimentação se torna mais "colorida", pois há a tendência para se recorrer mais às frutas e aos legumes.

O óleo é de António Castello.

sexta-feira, agosto 16, 2013

Agosto: Mês de Regressos


Agosto sempre foi o mês do regresso a casa dos emigrantes, mesmo que apenas por algumas semanas.

É a oportunidade de abraçarmos familiares e amigos e também de conhecermos novos elementos do nosso "clã", que nasceram noutras paragens. 

Quem emigrou para a Europa, regressa invariavelmente todos os anos à Terra Natal. O mesmo já não acontece com que vive no outro lado do Atlântico, que raramente regressa todos os anos a este canto, que consegue ser maravilhoso, apesar dos "desnortes" governativos consecutivos...

Dos primos novos que conheci este ano, a Lara, o Tiago e a Neve, a pequenina que foi baptizada com este nome bonito e singular, merece um destaque especial, até por sermos um país com poucos nevões. Então no Oeste são raríssimos...

O óleo é de Steve Hanks.

sábado, agosto 03, 2013

A Gaiola Dourada


O filme Luso-Francês de Ruben Alves está a dar que falar e de uma forma positiva.

Pelo menos as críticas que tenho lido são positivas e falam de uma comédia, que não precisa de recorrer à gargalhada fácil, alimentada pela brejeirice e pelo anedotário da família "malucos do riso".

Não acho piada ao chavão de que os portugueses só são bons fora de portas e que como emigrantes, são dos melhores do mundo (muito menos às "marias de bigode", ou aos "manéis das ceroulas"...).

Um bom exemplo é o senhor Barroso, que como presidente da Comissão Europeia, deixa tanto a desejar...

E temos mais como ele para "exportar": Relvas, Passos, Portas, Sócrates, Seguros, etc...

Penso que somos bons onde nos oferecerem ordenados compatíveis com o trabalho que desempenhamos, assim como regras bem transparentes, onde todos sabemos o "terreno que pisamos".

segunda-feira, julho 15, 2013

Uma Cidade "Pintalgada"


Uma Cidade que começa a ser conhecida pelos seus "graffites", não é de certeza um lugar dos mais agradáveis para o nosso olhar, porque uma percentagem significativa destas "pinturas", não passam de "insultos" para a própria Arte.

Mas talvez a "corte" do doutor Costa ache mais piada a esta vertente artística, que à Termal...

Acho que o facto de termos uma Escola Superior de Arte, não significa que se deva espalhar "arte" (de gosto duvidoso) em todos os quarteirões...

Vale a pena passar pelas "Águas Mornas" do Zé Ventura e ler uma opinião externa...

quarta-feira, julho 10, 2013

«Então, vais para a Terra?»


Ao saber que para a semana vou de férias, o João perguntou-me: «então vais para a Terra?»

Abanei a cabeça e disse que não.

Acabámos por falar com alguma nostalgia da Foz do Arelho, não só da praia mas também da "Green Hill". Fiquei com a sensação que conhecia melhor a discoteca que a praia...

Expliquei-lhe que ia para o Sul, porque a Foz do Arelho e S. Martinho do Porto tinham-me "traído" uns anos antes, quando tentei fazer praia no Oeste com a família. Durante oito dias apenas apanhei um bom dia de praia. Quase que choveu, para dar cabo de qualquer argumento meu...

O nevoeiro e o frio tomaram conta da Foz. E no dia que fomos a S. Martinho (que nunca foi a minha praia...), estava um vendaval digno do "deserto". Era impossível estar na praia sem levar "banho" de areia...

Ou seja, as praias do Sul venceram as do Oeste.

Resta-me a nostalgia da infância e juventude...

domingo, julho 07, 2013

Senti Falta do Microclima do Oeste...



Ontem passei pelas Caldas e acabei por ficar para jantar.

Estava esperançado em encontrar o "microclima" especial do Oeste, que torna as noites caldenses bem mais frescas que as almadenses. Não tive sorte.

Ontem, "Marrocos" também tinha conseguido chegar às Caldas...

O óleo é de Normam Lundin.

quinta-feira, julho 04, 2013

Hoje é Dia do Meu "Anjo da Guarda" Visível


Nunca me questiono sobre a possibilidade de em vez de ter sido irmão mais novo, ter sido mais velho.

De certeza que não teria cumprido a minha missão como o meu irmão, que foi um autêntico "anjo da guarda", especialmente na infância.

Não me lembro de correr perigo a seu lado...

Obrigado Mano!

segunda-feira, julho 01, 2013

O Hotel Lisbonense


Embora agora tenha outro nome, para mim continua a ser o Hotel Lisbonense.

Não sei se será um sucesso comercial - mas com estes tempos, duvido... -, mas pelo menos é um hotel bonito e agradável.

É pena que a cidade já não seja das "termas", como noutros tempos, era bom para todo o comércio e para a própria Cidade, que nasceu graças às "caldas" que tão bem fizeram à Rainha...

segunda-feira, junho 24, 2013

A Feira de S. João


Uma Cidade governada por políticos incapazes de aproveitar as suas potencialidades, mais tarde ou mais cedo, acabará reduzida ao quase vazio.

A única possibilidade que terá de resistir a esse marasmo, é possuir uma população activa e inovadora, capaz de fazer muito com pouco, contrariando e contornando os obstáculos oficiais.

Mas, infelizmente os movimentos colectivos nunca foram o forte das Caldas da Rainha, que nunca foi aquilo se poderá chamar uma Cidade Associativista.

Na minha infância passada nas Caldas, num tempo sem grandes diversões, havia dois momentos altos durante o ano, as Feiras de S. João e a de 15 de Agosto, que enchiam a cidade de forasteiros.

Penso mesmo que o 15 de Agosto sempre foi o dia grande da Cidade, pelo menos em movimento de gentes e em riqueza económica local.

Com a constante mudança de lugares e a sua banalização como acontecimento social e cultural, a Feira de S. João acabou por ser "apagada" do calendário das festas. E a Feira de 15 de Agosto, lá vai resistindo, mas sem fulgor e sem a modernidade desejada, que a ajudasse a acompanhar os tempos...

Hoje, dia de S. João, olhei para a minha Cidade, cada vez mais triste, que precisa tanto de uma mudança...

Mudança que já deveria ter acontecido há pelo menos uma década.

Claro que a responsabilidade não pode ser exclusiva do quem está no poder. Quem tem estado na oposição, tem andado claramente a "dormir", pelo menos nos últimos vinte anos.

E quem tem sofrido é a nossa Cidade, que já foi das mais importantes do país...

sábado, junho 15, 2013

A Padeira de Pano Branco na Cabeça


Quando vi a mulher com o pano branco na cabeça, junto ao forno e à massa do pão, lembrei-me da minha avó materna.

Não senti tristeza, apenas nostalgia e da boa...

Sem ter de fechar os olhos vi a avó com a pá enorme, que devia ser parecida com a senhora da lenda de Aljubarrota, com o pano branco na cabeça, a trazer e a levar o pão para dentro do forno a lenha.

Só faltou ela dar-me a "brandeira" pequena, que depois de tirar do forno, colocava açúcar amarelo, que derretia imediatamente e era uma delícia...

O óleo é de Jean-François Millet.

quarta-feira, junho 05, 2013

Linha do Oeste


Desde bastante cedo que senti que a Linha do Oeste cortava a minha Cidade ao meio.

Antes de andar na escola, andei numa espécie de "pré-primária" e tinha de atravessar a linha, juntamente com o meu irmão, todos os dias, sob o olhar atento da senhora que abria e fechava as cancelas e erguia uma bandeira, quando as carruagens passavam, que recebia recomendações da mãe.

O comboio de mercadorias era um desespero para os condutores e uma alegria para nós, que tínhamos ali um bocado do "comboio eterno" do Pina. 

Um dos nossos entretimentos era contar o número "quase infinito" de carruagens...

terça-feira, maio 28, 2013

Os Meninos de Bronze


Mais uma fotografia da minha exposição, "Jardim com Artes", os "Meninos de Bronze", que quase guardam o Museu José Malhoa, uma das grandes casas de Cultura das Caldas.

domingo, maio 26, 2013

Prometido é Devido


Como prometido é devido, aqui está uma das fotografias que fazem parte da mostra, "Jardim com Artes, " que intitulei, "Barca Vermelha".

sexta-feira, maio 24, 2013

Jardim com Artes


Amanhã será inaugurada uma exposição de retratos da minha autoria, sobre o Parque das Caldas, no "Espaço Doces da Mimi", rua da Liberdade, nº 20 A, Almada.

Chamei-lhe, "Jardim com Artes", porque o Parque D. Carlos é isso e muito mais...

A exposição será composta por doze fotografias que fui tirando durante as minhas visitas a este lugar luminoso.

Algumas delas serão expostas aqui durante a próxima semana.

sábado, maio 18, 2013

Os Excelentes Museus das Caldas


Se há algo em que as Caldas da Rainha são pródigas, é na oferta cultural através de espaços museológicos.

Ao "consagrado" e belo Museu José Malhoa, junta-se o Museu da Cerâmica, outra excelente imagem da marca da Cidade e depois os museus-ateliers  Barata-Feyo, António Duarte, João Fragoso e ainda os museus do Ciclismo e do Hospital.

Para o fim fica o Museu Bernardo, que é o exemplo de uma forma diferente de fazer  e mostrar arte.

O mais curioso, é saber que uma boa parte dos caldenses não conhece a maioria destes espaços artísticos.

Hoje é um bom dia para os visitar, e porque não, voltar...

quarta-feira, maio 15, 2013

O Dia da Minha Cidade


Este 15 de Maio devia ser sobretudo um dia de esperança, um dia em que todos os caldenses sentissem que está na hora de mudar. Mas mudar a sério, não mudar para ficar tudo igual, apenas com o uso de "tinta" para disfarçar...

Não vivo nas Caldas, desde os dezoito anos, mas se vivesse, não tenho dúvidas que seria um "desalinhado", alguém farto da demagogia do senhor Costa, que com duas conversas, um aperto de mão e uma palmadinha nas costas, acredita que resolve os problemas (pelo menos os eleitorais...).

Imagino que a Rainha Dona Leonor, apesar do bronze e da sua quietude,  deve corar de vergonha por dentro, com todas as patifarias que esta gente que usa e abusa do poder tem feito, ao ponto de arruinar o seu melhor cartão de visita: a bonita Cidade Termal das peças de cerâmica  - com e sem Bordalo - e das cavacas doces.

domingo, maio 12, 2013

Ver a Rainha por uma Manilha


As Caldas da Rainha estão em obras, aliás, a rotunda da Rainha está em obras.

Não sei qual será a mudança visual, sei apenas que há coisas muito mais urgentes a fazer e a resolver na Cidade, mas talvez esta seja mais visível, agora que a "batalha" dos votos se avizinha e é preciso coisas para inaugurar e "cortar fitas"...

terça-feira, maio 07, 2013

Passagem pelo Bombarral...


No domingo fui almoçar às Caldas com a minha mãe e o meu irmão. 

Quando estava a chegar ao Bombarral deu-me vontade de sair da auto-estrada e visitar esta localidade, com o pensamento preso na velha estação de comboios.

Parei em vários lugares, até chegar à estação.

Tirei várias fotografias a casas com boa traça mas abandonadas (tal como acontece de Norte a Sul...).

Curiosamente a velha estação estava com muito bom aspecto. Limpa e florida...

domingo, maio 05, 2013

Tenho Saudades do Calor ó Mãe


Tenho Saudades do Calor ó MãeTenho saudades do calor ó mãe que me penteias 
Ó mãe que me cortas o cabelo — o meu cabelo 
Adorna-te muito mais do que os anéis 

Dá-me um pouco do teu corpo como herança 
Uma porção do teu corpo glorioso — não o que já tenho — 
O que em ti já contempla o que os santos vêem nos céus 
Dá-me o pão do céu porque morro 
Faminto, morro à míngua do alto 

Tenho saudades dos caminhos quando me deixas 
Em casa. Padeço tanto 
Penso tanto 
Canto tão alto quando calculo os corpos celestes 

Ó infinita ó infinita mãe 

Daniel Faria, in "Dos Líquidos"
O óleo é de Kuzma Petrov.

terça-feira, abril 30, 2013

A Dança, a Música e as Palavras


Ontem foi Dia da Dança.

Hoje é Dia do Jazz, essa música quase escura, que gosta tanto do improviso.

Embora ambas gostem de comunicar sem palavras, apenas com a magia dos corpos e dos sons que se soltam dos instrumentos, com quase muita liberdade, não resisto a escrever palavras.

Palavras sem vento, mas mexidas como se dançassem, num improviso avesso a regras, quase com pavor a gramáticas, porque sabe tão bem a liberdade...

Ao contrário do que muita gente diz, ainda é possível cheirar cravos, neste Abril que quer ser rendido por um Maio, mais maduro.

O óleo é de Massimo Maramo.

segunda-feira, abril 29, 2013

Os Campos Floridos


Neste fim de semana prolongado não estive no Oeste, andei pela Beira mais Baixa. E como gostei de ver os campos floridos, com tantas variedades de plantas e cores.

Bendita Primavera...

Como gostei de sentir a Liberdade...

terça-feira, abril 23, 2013

Livros e Leitores sem Idade


Apesar das mudanças na sociedade, o livro continua a ser o livro.

Continua a ser um companheiro de muitas horas e de gente de todas as idades.

Digo isto porque a minha filha com apenas oito anos, já é uma "devoradora" de livros de papel.

E não se contenta apenas com os cá de casa, gosta de requisitar livros da biblioteca da escola.

Claro que sei que esta paixão continua a ser coisa de minorias, uma boa parte das pessoas que compram livros, fazem-no com o intuito de decorar as estantes. É a vida...

A propósito tenho uma pequena surpresa no blogue "A Minha Carroça de Livros". Se vos apetecer, apareçam...

O óleo é de Robert Duncan.

domingo, abril 14, 2013

O Sol Apareceu...


Esta semana, quando me preparava para entrar na A8, não resisti e fui ver o "meu Mar" à Foz do Arelho.

Ele estava em forma, aliás está sempre, de Janeiro a Dezembro.

Alguns pescadores, algumas "turistas" e o cheiro a abandono, mais visível num dos quiosques coloridos, que já tiveram melhores dias numa das muitas praias do nosso país, que raramente foi acarinhada como merecia e devia...

E nem vou falar da Costa de Caparica...

Felizmente o Sol apareceu este fim de semana, marcando encontro com as pessoas, que estão de regresso aos areais quase brancos, para dar um «olá mar», mais alegre que de costume.

quarta-feira, abril 10, 2013

«Bom dia Cidade!»


Foi quase isto que fui fazer às Caldas, na terça-feira.

À cidade, praticamente só lhe fui desejar bom dia, embora já se caminhasse para a tarde. Mas não foi um bom dia qualquer, levava um sorriso aberto.

Ainda passei pelo Parque. Embora não esteja tão primaveril como noutros tempos, pensei que o iria encontrar pior, por ser mais uma "vitima", completamente inocente, das guerras de "poder" que se multiplicam por este país, quase sempre sem sentido.

O resto do tempo foi para colocar a conversa em dia com a  minha mãe.

sábado, abril 06, 2013

Voltar (ou não) aos Lugares onde Fomos Felizes


Os livros e os filmes falam sobre as nossas vidas, mesmo quando são escritos ou filmados por um japonês ou canadiano. As nossas generalidades dão quase sempre cabo das singularidades...

São eles que nos dizem, e é quase verdade (quase...), que não devemos voltar uma segunda vez aos lugares onde fomos muito felizes.

Acenam-nos de que a desilusão é certa...

Só se esquecem de um pormenor, da nossa capacidade de "ver coisas", mesmo onde elas já não existem...

(Onde me consigo abstrair com mais facilidade é nas praias que conheci na infância, algumas quase desertas e hoje têm avenidas que quase querem entrar no mar. Consigo quase sempre, ao fechar os olhos, ver os caminhos de areia que percorríamos até ao mar do nosso encantamento...)

O óleo é de Damian Elwes.

terça-feira, abril 02, 2013

Bom Dia Abril


Apetece-me dizer, «Bom dia Abril»!

Mas digo-o hoje, dia dois, para que não seja mentira.

Porque Abril é sempre sinal de esperança e muitas vezes de mudança.

Que seja, mas para melhor.

Esta janela que escolhi é tão "Oeste"... lembra-me outras janelas do meu contentamento, lá para os lados de Salir de Matos e arredores, onde fui feliz...

O óleo é de Damian Elwes.