O mar quer ficar com a minha praia só para ele.
Olho-o de frente e sinto que não é por egoísmo, é sim para nos dar uma lição. O mar já tinha deixado alguns avisos, de que estamos a abusar da sua bondade há tempo demais.
Não sei se os avisos foram ouvidos por quem de direito. Provavelmente, os responsáveis dos Municípios de Caldas e Óbidos, assim como os senhores engenheiros do INAG, vão continuar a fingir que estão a resolver o problema, com as mãos nos bolsos e com algumas desculpas ensaiadas, que culminam sempre com a sua "fragilidade humana", de não conseguirem lutar contra a "violência" do mar...
Mas dói, dói ver esta gente no habitual deixa andar, ignorando as potencialidades da Lagoa de Óbidos e da praia da Foz do Arelho. É assim há mais de trinta anos...
Talvez um dia destes acordem mesmo sem praia, sem terem espaço para colocar as colunas de som, com que tentam falar mais alto que o mar, ou para montarem palcos no areal para os espectáculos nocturnos de Verão...
22 comentários:
És bem capaz de ter razão. Nunca ouviram os pescadores da Lagoa, que conhecem as marés e as mexidas do mar como ninguém. E os engenheiros acham que a 'coisa' se resolve com contas e bonecos feitos num papel. Penso eu de que...
Beijinho, Luís
Sempre me fez confusão a passividade e nitida incompetência em relação a um lugar magnífico, como é a Lagoa de Óbidos.
Acho que são todos culpados. Mas a culpa maior deve ser da Câmara das Caldas, que sempre soprou para o ar.
O mar, a lagoa, a foz do rio Arelho, estão cá há muito mais tempo que nós. Nunca de nós precisaram para se autogerirem. O que nós devemos fazer será tentar interferir o menos possível.
Não sei de quem é a culpa. Não sei nem faço ideia do que deve ser feito.
Foi feita uma barragem a montante da lagoa. Esta impede a chegada de muitas areias. Alguém pensou nisso?
Alguma coisa que se faça na aberta resultará sem remediar o mal a montante?
Será que é necessário fazer alguma coisa? Será útil? Será prudente? São organismos naturais que têm evoluções naturais. Tudo o queremos fazer é estancar, estacionar, a evolução natural daquele imenso "organismo".
Se para o ano não se puder colocar as colunas de som, já teremos ganho alguma coisa. Nunca percebi porque é preciso ouvir "música" na praia, impedindo de se ouvir a sinfonia do oceano. Vai-se para a praia ao encontro da natureza fugindo ao artificial. Toda a parafernália que lá está é mais perigosa que o oceano a entrar-nos pela praia dentro.
Parece que sim, Luís, já só temos "meia-praia".
Caro Xico, a lagoa podia auto-regenerar-se, se a deixassem.
Só que infelizmente a mão humana destrói quase tudo em que toca.
É por isso que a natureza se começa a rebelar a olhos vistos e as coisas começam a ficar perigosas.
O que aconteceu no Haiti, é uma forte possibilidade de acontecer em Lisboa.
E não ficava nada chateado se aparecesse um tsunami na costa portuguesa e levasse todas as vivendas que estão construídas no chamado dominio público marítimo.
Infelizmente parece-me que esse dia sem praia está mais próximo do que se pensa. A meia-Foz é uma dor de alma.
A magnifica Foz do Arelho!Saudades de tempos felizes.
um bjo
Pedro Sales
Tem toda a razão, mas cuidado com as comparações. O que aconteceu no Haiti foi natural e o mesmo poderá acontecer em Lisboa. Será algo natural. O homem só será culpado pela boa ou má construção a resistir aos sismos, mas nunca culpado deles. O que não falta para aí são padres Malagridas, uns até ganham bastante dinheiro com conferências e filmes, e marqueses há muitos mas pombais poucos.
Mas os desiquilibrios ambientais são provocados pela mão do homem, Xico.
E é graças a esses desiquilibrios que se começam a vulgarizar as grandes tragédias, em praticamente todo o mundo.
São causas naturais incentivadas por nós.
Grande fatalismo, grande história da carochinha.
Não se preocupe que a praia não vai desaparecer, nem a lagoa.
E deixe de culpar a Câmara das Caldas de tudo, fica-lhe muito mal.
Finalmente consegui fazer aquilo que já idealizava há algum tempo, que era criar um ambiente completamente zen, estilo indiano.
As fotografias dão uma visão do espaço e dos quadros.
Além das fotos havia os cheiros - incenso a queimar;
os sabores - chamuças para petiscar;
os sons - música indiana de fundo; a possibilidade de poder ver um trabalho em power-point com 180 imagens do quotidiano na Índia. Tudo isto foi uma autêntica inovação, incluindo 3 saris de 5 metros de comprimento caindo do alto a decorar o espaço.
Enfim...estava um ambiente espectacular.
Recebi imensos elogios!!!
Mesmo assim não consegui despertar a tua curiosidade para vires ver ao vivo...? Espero ver-te cá.
Bom fim de semana.
Beijos e abraços.
ei, luís, andas a meter-te com a Câmara das Caldas? levas um comentário anónimo. ;)
as coisas vão piorando de ano para ano, Maria.
e não sinto vontade em mudarem as coisas...
é isso mesmo que me faz mais confusão, Carlos, a passividade e a incompetência.
Xico, a natureza raramente emenda a mão do homem.
muitas vezes rebela-se, isso sim.
realmente alguns fulanos que quiseram ter uma praia só para si, Pedro, bem mereciam um "tsunami"...
e doi mesmo, Cristina...
sim, Vela, saudades da juventude...
tantas certezas no anonimato...
grande Tulipa!
parabéns.
parece que sim, MC...
deve ter sido só um amigo do "costa"...
pois, esta coisa dos amiguismos é que estraga tudo...da minha parte espero que continues firme a olhar para esta tua terra e a falar sobre o que vês.
vou continuar a olhar com os meus olhos, MC.
provavelmente poderei ser injusto, em alguma ocasião, mas ninguém é perfeito.
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