segunda-feira, janeiro 22, 2007

Um Quadro da Praça da Fruta



Um quadro pintado por um almadense, fez com que voltasse a falar da nossa Parça da Fruta, a viver tempos extremamente difíceis.
Há mesmo quem já tenha decretado o seu fim, para breve...
É possível.
Até porque não sei se ela terá tempo e espaço para se erguer e voltar a ser, um dos mais bonitos cartões de visita das Caldas da Rainha.
Para que isso aconteça é preciso que exista vontade política e que se arranjem formas de lutar contra a oferta desigual dos hipermercados, onde se pode comprar de tudo um pouco, quase sempre a preços de estação...
Claro que esta questão dos mercados de fruta, legumes e peixe, não se trata apenas de um problema caldense, é um problema nacional...
Só que a nossa Praça era e é ao ar livre.... e é esse o seu verdadeiro encanto...

O Óleo que acompanha este texto é da autoria de Mártio, um artista plástico do concelho de Almada.

24 comentários:

Ida disse...

Eu adoro mercados de rua, os sons, as cores e os aromas incríveis que experienciamos nesses lugares. Que lembrança deliciosa a escolha do óleo. Cheio de cor e vida, lembra-me Paul Hopper... com mais luz e vida.

Anónimo disse...

Acabaste de me dar uma notícia que eu já temia, mas que acreditava não ser possível, porque de facto a praça da fruta é o melhor cartão de visita de caldas da rainha.

Lembro-me que há muitos anos puseram (o município) umas bancas com toldos coloridos, mas que não foram substituidos quando se rasgaram. E ainda bem, porque a praça perdia um pouco o seu encanto.

Já que irei para lá uns dias, vou mesmo ver que "movimentações" andam por lá...

Flôr disse...

É uma das cidades que gosto de visitar. Além das compras nas lojas, gosto de ir ao mercado da fruta. Acho que é um local onde podemos encontrar bons produtos e é sempre agradável a maneira como nos recebem. Se acabar, parece-me, que Caldas perde um pouco do seu encanto.

Luis Eme disse...

A Praça também faz parte do meu imaginário. É difícil olhar para aquele espaço, sem todas aquelas cores, que oferecem um graciosidade muito própria à cidade.

Mas há outro aspecto a termos em conta. A nossa agricultura já não é que era... muitos dos produtos que se vendem já não são produzidos nas várzeas do Oeste, para variar, vêm de Espanha...

Luis Eme disse...

Eu também adoro os mercados de rua, Ida. Dão sempre vida às terras e animam as pessoas.

Mas agora estamos no tempo das "catedrais" de consumo, de "fóruns" a "shopings", há de tudo um pouco neste país...

Luis Eme disse...

Maria, eu não estou a dar nenhuma notícia.
Ainda não há nada de concreto, apenas "zuns-zuns".
Parece que querem que ela definhe, que morra de "morte natural"... se assim for, ainda vamos esperar um bom bocado.
Mas isso só torna as coisas ainda mais tristes...

Luis Eme disse...

É por isso que o Município caldense devia fazer tudo o que estivesse ao seu alcance, para manter este excelente "cartão de visita", Ana.

Mas os políticos são uns tipos muito esquisitos. Infelizmente, raramente se movem tendo como objectivo o bem comum. Preferem salvaguadar os bens próprios...

Anónimo disse...

Só uns zunzuns... é que não há fumo sem fogo, costuma dizer-se.
Vou bisbilhotar o que se passa, sim, só pra ver...

Ana M. disse...

É com uma certa melancolia que assistimos ao progressivo desaparecimento de vários postos locais e característicos de uma determinada região do nosso país, devorados pela "modernidade".
O tempo não pára, infelizmente e os mercados de rua, mais ano, menos ano, terão o seu fim anunciado.

Luis Eme disse...

Fazes bem Maria.
Depois diz qualquer coisa...

Luis Eme disse...

Esta modernidade vai-nos roubando a rua, Sininho...
e tantas outras coisas...

São sinais dos tempos...

Ida disse...

Alguém ainda devia fazer uma pesquisa, tese, projeto, sei lá eu, para enquadrar em teorias e assim tornar capitalizável o mercado de rua. É algo incrível e de uma riqueza cultural que nem todos percebem. Os sons e o que dizem os feirantes a apregoar, a variação d e produtos conforme as estações, até mesmo os preços, o modo como são fixados em plaquinhas de zinco ou madeira (pelo menos nas ruas do Rio é assim)... olha, será que não tens algum/a sociólogo/a entre teus leitores que abrace a causa? Agora não páro de pensar nisso... Pra minha salvação (já que não há solução possível à vista) tenho a mesa da sala coberta de provas pra corrigir... oops, exames, na tua margem.

Beijos e amanhã é dia de mercado/feira na rua ao lado de casa!

Luis Eme disse...

Tens toda a razão Ida.
Há uma magia muito própria nos mercados de rua (e nem precisam de ser como a feira da ladra...).

Deste uma ideia muito interessante e válida, a de um estudo sobre os mercados de rua, que podem correr sérios riscos de extinção.

Rosa dos Ventos disse...

Embora lá tivesse ido poucas vezes, guardo dessa praça boas lembranças de cheiros, cores, texturas, movimentos, sons.
Agora o pessoal só quer andar de carrinho, a arrastar-se pelos monótonos corredores das grandes superfícies.

Luis Eme disse...

Tens toda a razão, Rosa...

Cristina Caetano disse...

Por aqui, a Praça da Fruta é chamada de Feira, mas não tem nada parecido com as Feiras daí. Ainda resistem pela cidade, já diminuíram a quantidade de barracas, que lembro bem , na minha infância eram em número beeeeem maior.

Luis Eme disse...

Olá Cris,

hoje tem sido um dia de arrumar a casa, com as mudanças "obrigatórias" do nosso "dono".

Muitos mercados também são chamados de feiras, mas penso que é por venderem vários produtos em simultâneo.

Maria disse...

Já percebi que apareço por aqui como anónima...
Será por teres alterado o blog?

Bem, em Caldas, o que mais me entristeceu foi ouvir os comerciantes locais dizerem que a praça já devia ter saído de onde está há muito tempo... que já não fazia sentido estar ali, a qualidade da fruta etc. etc., que está reduzida a metade...

É evidente que as grandes superfícies (que são muitas em Caldas) tiraram clientela a tudo o que é loja, padaria, etc. incluindo ao mercado.
Mas também é verdade que eu continuo a não trocar os verdes que compro na Praça por nenhuns outros em qualquer supermercado....

maria

Luis Eme disse...

Todos nós sabems que os portugueses adoram dar tiros nos pés...

É triste que os comerciantes não consigam perceber que o mercado tem mais potencialidades turisticas que todas as suas lojas juntas. E mais grave, que os turistas que passassem pela cidade, também entrariam noutras lojas...

O blogue voltou a reconhecer-te com Maria...

Eva disse...

Há anos que se fala em terminar com a praça naqueles moldes.
Mas acabar com ela nunca ninguém teve essa coragem.
A verdade é que as condições em que aquela gente trabalha são verdadeiramente indescritíveis.
Cá por mim um "requalificação" como soi agora dizer-se é realmente urgente.

Que saudades das manhãs de sábado no meio de todo aquele frenesim! Ai!

Luis Eme disse...

O que eu acho que se ela for suspensa, não irá voltar... com ou sem requalificação, Eva.

Claro que toda esta queda, também está ligada à forma como quase se acabou com a agricultura no nosso país.

Eva disse...

Posso dizer-lhe Luis que desde os meus tempos de jornalista - que começou nos adventos de 80 - a questão da praça é assunto recorrente na Assembleia Municipal e nunca houve a coragem política de tomar medidas concretas.
E não creio que estejam para ser tomadas.

Luis Eme disse...

É um assunto muito complicado...

Ninguém gosta de tomar decisões que mexem com toda a população, especialmente os políticos, Eva...

Eva disse...

Sim, é verdade que tomar medidas que mexem com a populção não é fácil, não.
E por isso temos este belo deste referendo que para maqis não serve que para alterar um artigo do código penal.