Continuo com dificuldade em perceber a "humanização" que se tem feito dos animais, especialmente cães e gatos.
Percebo que muitas destas mudanças têm que ver com o papel que os animais adquirem em alguns lares. São quase os filhos que não apareceram, por uma razão ou outra, tendo um tratamento que os faz viverem num limbo, entre o mundo dos animais e dos humanos.
Sempre cresci na companhia de animais. Claro que na casa dos meus pais sempre houve espaço, um bom quintal para os nossos cães andarem à vontade. A avó também sempre teve gatos.
Os cães sempre tiveram o seu espaço no quintal, nunca entravam em casa. A única excepção era a cozinha, onde o cheiro a comida, fazia com que ultrapassassem a fronteira...
Toda esta conversa surge porque a minha sogra sempre teve gatos. Também tem um grande quintal, onde eles andam à vontade e marcam o seu espaço, em vários lugares como a nespereira, polida pelas suas garras. Claro que a porta de casa não lhes está completamente vedada, entram e saem sem crises, quando apanham a porta aberta. Os únicos lugares de acesso reservado são os quartos e a sala de fora.
Foi por isso que me espantei pelo tom de censura aplicado por uma senhora, que falava com ela, por os gatos andarem no quintal e na rua. Teve mesmo o descaramento de lhe dizer que: «Assim não vale a pena ter animais», como se o lugar deles fosse em casa...
Ouvi e calei, porque a conversa era entre mulheres...
Respeito quem pensa que o lugar dos animais é em casa. Não penso assim, mas seria incapaz de dizer que eu é que estou certo e os outros errados.
Mas continuo a pensar que o lugar dos animais é em contacto com a natureza, em espaços onde se sintam em liberdade, onde possam correr e saltar...
10 comentários:
Esta mudança de cor das paredes não tem a ver com gatos, pois não?
O que me faz mais confusão, Luís, é o facto das defensoras acérrimas de animais relegarem (nem todas, felizmente, mas muitas que eu conheço) para segundo plano, ou para plano nenhum, o que de facto me preocupa: a fome das crianças.
Desculpa, mas tinha que o dizer.
Beijinho, Luís
Adoro animais, mas concordo com as tuas palavras, e as das Maria assino por baixo!
Beijos, Luís M.
Estás um bocado ultrapassado no tempo. Não percebes que há animais de rua e outros de trazer por casa?
Oh Luís!
sim, há qualquer coisa de estranho em algumas destas relações de "amor aos animais", Maria.
porque ao valorizarem os animais, subvalorizam os seres humanos, quase sempre...
continuo na minha, os animais não são "humanos" e não devem achar nenhuma piada, a terem de ter quase esse comportamento, M. Maria Maio...
não tinha analisado o caso na tua perspectiva, "gata"...
és capaz de ter razão. há raças de cães e gatos incapazes de sobreviver nas ruas...
Caro Luís
Há pessoas que têm melhor relacionamento com os animais do que com os da mesma espécie. Os animais têm uma coisa boa, raramente nos decepcionam e se conhecemos bem a natureza dos animais, então mais fácilmente os entendemos. Sempre achei que o cão, o gato são companheiros de milénios do homem com alguma ligação de entre ajuda, mas actualmente acho uma forma de parasitismo.. algumas raças vivem à n/custapolémico falar-se dos animais e alguem dizer que os seres humanos são mais importantes...tudo no seu lugar...Tenho um cão que me ajuda a entender melhor as pessoas...quem não gosta dos animais, não gosta das pessoas..o coração humano deve albergar uma caridade coerente, mas claro, se colocarmos as coisas na prioridade, fazemos como os animais, primeiro a nossa espécie.
um abraço e obrigado
vitor Pires
sem dúvida, Vitor.
eu sempre vivi com animais. o que eu não gosto (e eles também não devem gostar...) é desta tentativa de humanizar os animais...
Bom dia
Tenho passado por aqui sem comentários. Disparate!... É também da intrevenção de quem observa de fora que se constrói o que se passa do lado de dentro. Digo eu...
Quanto ao opinado a respeito da bicharada, eu sempre defendi que animais vivem em espaço próprio. Tê-los pressupõe dar-se-lhes o conforto para a vida que afinal passam a partilhar connosco, mas em espaço próprio, repito, que não o nosso de dentro de casa, a nossa. Defendo até que para eles é mais saudável se assim for. Para eles e para nós. Em seus domínios se coçam, se lambem, se mexem a seu bel prazer. Quero dizer... sem que, por querermos também o nosso sossego, lhes exijamos que se ponham quietos.
Sempre tivemos cães em casa dos meus pais e sempre viveram no espaço deles organizado numa parte do quintal. Todos os dias havia tempo de convivência connosco, tempo de correrem pelo campo... Voltavam depois ao seu sítio. Assim deve ser, defendo.
Concordo com algumas opiniões que defendem que alguns animais são mesmo de ter em casa. Mas, esses não fazem as minhas escolhas... Gosto de rafeiros :).
Abraço
e Obrigada pela partilha nas palavras deste espaço
penso como tu, Girassol.
e também gosto de rafeiros...
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