Uma das coisas que me fez mais confusão nos meses seguintes à Revolução foi o "milagre da multiplicação de comunistas", que se deu um pouco por todo o lado, quase todos à procura de uma oportunidade, para poderem chegar a algum lado...
Infelizmente, o que sobrou em esperteza, a estes novos "donos" da foice e martelo, faltou em idealismo e solidariedade.
Muitos dos verdadeiros comunistas foram passados para trás, alguns com dezenas de anos de luta clandestina, pagos com a passagem pelos cárceres da PIDE. Estes "salta-pocinhas", com o seu sentido apurado de oportunidade, conseguiram abanar a credibilidade do Partido.
Muitos saltaram da "carruagem" comunista, logo que se deu o 25 de Novembro, outros foram ficando, até perceberem que as únicas "escadarias" que os levavam ao poder, tinham o emblema do PSD e no PS.
O "camarada" que mais me espantou nestes clubes de "Novos Comunistas", foi um sujeito que morava na minha rua, que uma vez ouvi alegar, que uma das razões para a qual tinha entrado para o Partido, fora a esperança de se ver livre da sogra. Não sei como e quem o tinha "catequizado", mas ele estava mesmo esperançado que dessem uma injecção atrás da orelha à sogra...
Esta história pode parecer brincadeira, mas é verídica.
E não foi caso único. Os ignorantes sempre foram assim, muito atrevidos...
Nos nossos dias, se há coisa que me irrita no "mundo da política", é a tese dos fulanos, que se foram encostando à direita, e têm a lata de dizer, em sua defesa, que só os burros é que não mudam...
6 comentários:
Como vês, o Pina Moura, de burro não tem rigorosamente nada...
Pena foi ter-se acabado o mito da injecçãozinha...
A tradição já não é o que era.
Ai ó Luís essa da sogra só mesmo de gente burra... é a dos velhos e das criancinhas....
Um dia destes qualquer um que se situe à esquerda é apelidado de comunista... pelos caminhos que isto leva....
E agora mesmo apetecia-me dizer "e o que é a esquerda?".
Pronto, já disse...
Pois não Sininho, nem as orelhas...
Tens razão o mito das injecções na orelha dos idosos e os pequenos almoços de criancinhas... foi chão que deu poucas uvas.
Sabias que em 1974/75, até fizeram parte de algumas homilias nas missas de algumas aldeias do Norte?
Tens alguma dúvida que somos um país de ignorantes, Maria?
Imagino as histórias veridícas do pós 25 de Abril, de situações do género...
Em relação à tua questão, posso acrescentar-te que eu não tenho qualquer dúvida do que é ser de esquerda. Para mim (de uma forma simplista claro) ser de esquerda é acreditar na existência de uma sociedade mais justa e solidária, e obviamente,lutar por ela, diariamente.
Infelizmente é quase o oposto da sociedade actual, onde os ricos se afastam cada vez mais dos pobres, ao mesmo tempo que se alteram os valores tidos como essenciais em democracia, transformando as pessoas em "bichos", egoístas e individualistas.
Ó Luís, eu não tenho dúvidas de que lado estás, mas eu não perguntei o que era ser de esquerda mas sim "o que é a esquerda".
É que um dia destes arriscamo-nos a ouvir o baixote mendes a pôr-se em bicos de pés e a dizer que também o partido dele é de esquerda, só porque tem a palavra democrata no nome....
E é isso que me preocupa, quando o pnr até pode manifestar-se porque está legalizado...
Beijinhos...
Em relação ao PNR, penso que estamos a dar-lhe mais importância, do que realmente tem, como força política, Maria.
Eles são perigosos, sim, quando se misturam nas "claques" e incintam alguns putos adolescentes a fazerem disparates, sem sequer pensarem naquilo que estão a fazer.
E também não ajuda nada, fazer manifestações como a dos anarquistas, semeando a revolta por onde passam, graças aos seus actos "juvenis". E o resultado acaba por ser levarem umas bordoadas da polícia...
Em relação à marionete Mendes, não te preocupes, que ele nunca dirá que é de esquerda... porque pensa que os tempos dos socialismos já eram...
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