terça-feira, dezembro 11, 2007

Caldas: Que Cidade Cultural? (2)

No texto anterior tinha-me ficado pelo Rafael, considerando-o mesmo a maior referência cultural da cidade, apesar de não ser natural da cidade nem ter tido uma passagem muito longa pelas Caldas.
Isso deve-se ao facto de ter tido uma passagem revolucionária pela indústria cerâmica caldense, que ainda hoje se revê, orgulhosamente, na arte deste grande cidadão do mundo.
Claro que a secundarização dos outros grandes vultos da arte caldense (Malhoa, Duarte e Fragoso), também está em parte ligada ao ditado de que santos da terra não fazem milagres.
Na actualidade não noto que exista algum acompanhamento privilegiado a artistas como Gomo, João Paulo Feliciano ou Mário Feliciano, apesar de serem reconhecidos nas suas áreas, mesmo a nível internacional.
Claro que isto não é típico das Caldas, passa-se um pouco por todo o lado e faz parte dos "catrapázios" da sabedoria popular. Pelo que, paciência...
O que é penoso é não se notar a existência de qualquer política local no aproveitamento das condições naturais e materiais que existem actualmente na cidade.
Todos sabemos que é tão importante (ou mais) educar e sensibilizar a população (especialmente a estudantil...) para o mundo das artes e letras como construir museus. E neste último campo o que existe é de uma riqueza extraordinária (quantas cidades não gostariam de ter os espaços museológicos da cidade...).
Pergunto: estes lugares cumprem os seus objectivos? As escolas do concelho, de todos os níveis de ensino, levam os alunos aos museus, mesmo que de uma forma lúdica?
Não tenho certezas, mas acredito que não se faça esse aproveitamento, porque as Caldas é tradicionalmente elitista...
O mais estranho é que, apesar de ter gasto algumas palavras sobre esta temática, continuo com dificuldade em classificar a cultura na minha cidade natal...
Pelo que o melhor é mesmo encerrar esta questão...

4 comentários:

Maria P. disse...

Creio que tanto o Museu José Malhoa, como o Museu de Cerâmica fazem parte da Rede Portuguesa de Museus, tutela do Instituto Port. dos Museus e Conservação, facto positivo, já que existe toda uma dinâmica impulsionada por este organismo, que permite o estudo das colecções, apoia a divulgação e motiva a realização de actividades no Museu, a implementação dos Serviços Educativos é uma aposta que aos poucos está a ser ganha. Nas Caldas creio que também se caminha nesse sentido, embora os recursos humanos e financeiros sejam um entrave para que se vejam resultados rapidamente.


Um abraço a Oeste:)

Maria disse...

Encerras a questão por aqui, Luís?
No tempo em que eu andava na Escola, em Caldas, tínhamos visitas de estudo ao Museu José Malhoa, e a fábricas de cerâmica (à SECLA). Não sei o que fazem hoje a esse nível. Se calhar zero. Mas Caldas continua a ser uma cidade com forte exponencial artístico, o CENCAL tem feito alguma coisa nesse sentido, a ESTGAD (tem outro nome agora, que não me ocorre, talvez ESAD) também. Estive por lá agora. E foi com muito gozo que vi vários cartazes e bonecos do Teatro da Rainha espalhados pela cidade, anunciando espectáculos...

Beijo

Luis Eme disse...

Penso que o problema não é dos museus, Maria P, esses fazem o que podem e têm uma boa programação...

Luis Eme disse...

Encerro porque não me apetece inventar, Maria.

Estou demasiado distante para dizer mais que "impressões"...