Encontrei-me por acaso, com um companheiro de escola, que não via há mais de vinte anos, numa carruagem de comboio. Se ele não se metesse comigo, não o reconhecia.
É engraçado, há pessoas que envelhecem sem mudar muito os seus traços e outras, pelo contrário, transformam-se completamente, como se passassem a ser outras pessoas, tão diferentes daquelas que conhecemos...
Quando as olhamos, notamos algo de familiar. Mas isso é tão vulgar, com a passagem dos anos. Há sempre alguém que nos lembra alguém...
Falámos apenas do trivial, de lugares, pessoas, filhos, porque a estação era logo ali...
Nem sequer trocámos números de telemóvel...
16 comentários:
Hoje corremo demais,por tudo e por nada, não se dá importância ao essencial, mas também o que para uns é essencial, para outros pode ser trivial...
Afinal o encontro até foi por acaso...
Beijos, Luís M.
Fizeste me sorrir.
um bjo
Não há tempo, nem para reparar na passagem dele.
Tchiii... também já me aconteceu. Foi tão bom o reencontro (ainda por cima eu, que ainda me lembro do nome e da cara de todos os meus colegas da primária!). E nem troca de telemóvel, que hoje em dia, é o mais comum...frustra.
Beijos
Isso fez-me lembrar da velhinha canção de Chico Buarque, "Sinal Fechado":
– Olá! Como vai?
– Eu vou indo. E você, tudo bem?
– Tudo bem! Eu vou indo, correndo pegar meu lugar no futuro... E
você?
– Tudo bem! Eu vou indo, em busca de um sono tranqüilo...
Quem sabe?
– Quanto tempo!
– Pois é, quanto tempo!
– Me perdoe a pressa - é a alma dos nossos negócios!
– Qual, não tem de quê! Eu também só ando a cem!
– Quando é que você telefona? Precisamos nos ver por aí!
– Pra semana, prometo, talvez nos vejamos...Quem sabe?
– Quanto tempo!
– Pois é...quanto tempo!
– Tanta coisa que eu tinha a dizer, mas eu sumi na poeira das
ruas...
– Eu também tenho algo a dizer, mas me foge à lembrança!
– Por favor, telefone - Eu preciso beber alguma coisa,
rapidamente...
– Pra semana...
– O sinal...
– Eu procuro você...
– Vai abrir, vai abrir...
– Eu prometo, não esqueço, não esqueço...
– Por favor, não esqueça, não esqueça...
– Adeus!
– Adeus!
– Adeus!
no comboio
um olhar
um amigo
uma troca de palavras
o diálogo de todos os encontros
depois a paragem
cada um segue o seu destino...
é quase sempre assim
há algo que fica por dizer e o comboio parte....
um abraço
lena
Muito boa a lembrança da leitora Paula Crespo da letra da música Sinal Fechado, cantada por Chico Buarque no CD Sinal Fechado e de autoria de Paulinho da Viola.
pois corremos, M. Maria Maio...
óptimo, Velas...
pois não, Cristina...
já não sou assim tão bom com os nomes, Lúcia...
que bom trazeres o "sinal fechado", Paula...
o teu comentário é um poema, Lena...
pois foi, Carioca...
Juro que quando me encontrar por aí contigo numa esquina qualquer, nem que venhas de bicicleta, eu troco contigo o meu número de telemóvel..tá bem?;)
está combinado, Nia...
Enviar um comentário