sábado, dezembro 20, 2008

O Natal do Nosso Contentamento

Ainda no serão de quinta-feira ouvi várias pessoas a culparem o Natal por não terem tido presentes, uma árvore ou um presépio, na infância...

Falavam com tristeza e mágoa.
Felizmente para mim o Natal sempre foi uma época de paz e alegria, desde que me lembro, mesmo sem a existência de farturas.
Na minha meninice não havia o pai natal, mas sim, o Menino Jesus. Era ele que descia pela chaminé e colocava os presentes no sapatinho...
Claro que nem eu nem o meu irmão, pequenotes, ficámos muito convencidos com esta história, até porque a chaminé era muito estreita...
Nessa altura também não fazíamos árvore de natal. Fazíamos sim o presépio, com muitas figuras e musgo, retirado dos pinhais que rodeavam o Bairro dos Arneiros...
Provavelmente sou capaz de me estar a repetir, porque as "Viagens" já vão no terceiro natal, e as histórias dos meus natais no Oeste, foram assim...
O que sinto na actualidade, é que se não tivesse os meus dois filhotes, passava um pouco ao lado de toda esta atmosfera consumista, que mesmo de bolsos vazios não consegue dar tréguas à "crise".
E para terminar, desejo-vos a todos Festas Felizes.
A pintura escolhida é de Rafael, "La Belle Jardiniére", do século XVI, pelo simbolismo, uma mãe atenciosa e protectora com as suas duas crianças, como foi e é a minha mãe (e todas as mães, claro).

25 comentários:

Maria P. disse...

Também era assim o meu Natal.
Agora tenho a certeza que se não fosse pelo meu filho, passava mesmo ao lado...

Feliz Natal, Luís M., todos os dias...beijos.

Maria disse...

Era também assim o meu Natal. O menino Jesus é que dava os presentes...
Nunca como este ano estive tão distante desta época. Nem sei bem porquê, já que não ligo a mínima importância, mas às vezes ainda me deixava embalar nas prendas... este ano nem isso...

Beijinho, Luís

gaivota disse...

o natal é uma presença muito mais quando temos crianças, timidamente à espera do pai natal, porque elas acreditam e nós confirmamos!
o nosso menino jesus era lindo, de porcelana e olhos azuis de vidro... não sei mais dele há tantos anos, mas o misticismo mantém-se vivo na alma para os meus netos...
feliz natal!
beijinhos

CNS disse...

O Natal é aquele momento mágico cuidadosamente preservado na nossa memória. E é essa magia que tentamos reviver entre as luzes, musicas natalícias e outras tantas coisas que racionalmente sabemos ser consumistas e superficiais. Mas a memórias, com mais ou menos cheiro a pinho e canela, com mais ou menos frio escorrendo nos cantos da janela, volta.
E volta a ser dia de Natal.

Feliz Natal para ti, Luis.

tulipa disse...

Com o Natal à porta, os meus votos são:
Que nunca cesses de encontrar novas possibilidades na vida e em ti próprio.
Que mantenhas dentro de ti uma Paz que nada possa destruir.
Que o ano 2009 seja tal como desejas.

Beijos.

Retribuo e agradeço os votos de Boas Festas.

ivone disse...

era sim confirmo. o presépio com o musgo que eu ia apanhar pelo campo que arrancava cuidadosamente para não se partirem os pequenos "tapetes". e era o rio de prata e a ponte e a banda e o pastor com as ovelhas e o menino que só se metia na noite porque só a essa hora nascia. a árvore era um pinheiro de verdade e os presentes esses estavam no sapatinho no dia seguinte de manhã depois do menino jesus nascer. que nostalgia quando te li.

obrigada pela partilha


boas festas

Anónimo disse...

Caro Luis

O Natal na nossa infancia era um teatro muito bonito e de final feliz....hoje o teatro é muito diferente e a infancia já não o vê como nós o vimos.A sociedade muda o tempo e os costumes..A diferença estava no pouco que se recebia e no pouco que se dava..A importancia está na familia, na união, na solidariedade e na ajuda ao próximo ,o nosso renascimento desses valores...esse é o verdadeiro espirito do Natal..

Vitor Pires

Elsa Martinho disse...

O meu Natal (tempos felizes) foram no Alentejo, a noite de Natal é junto à lareira entre o riso e o calor da família, por lá também era o Menino Jesus, depois vinham os presentes, lembro-me bem, eram chocolates, de todas as formas: bolinhas, árvores de natal, garrafinhas pequenas, tudo em chocolate...
Depois talvez por influência geografica e origem familiar, no Dia de Reis recebia outros presentes, na maioria roupa. Eram dias felizes...

Agora são muitas a luzes que brilham, apenas...

Boas Festas!

E um abraço.

Menina Marota disse...

Comovi-me ao ler a discrição do teu Natal, porque é assim mesmo que me lembro dele. A magia que agora não encontro e que enquanto os meus filhotes foram crescendo lhes tentei igualmente passar.

Actualmente o Natal é um chamamento ao consumismo, onde o espírito de Família e Amigos ficou reduzido ao trocar de prendas ou então ao apelo das agências de viagens a que se vá passar o Natal num… hotel!

Confesso, que para mim o Natal ainda é lembrado e partilhado com o espírito que herdei dos meus Pais e Avós. Onde quantas vezes, no serão se lembravam pessoas e atitudes que nos davam alegria e nos fazia querer continuar, durante todo o ano seguinte, a termos motivos para continuarmos a nossa caminhada de bem querer e fazer.

Gostei mesmo muito de te ler!

Um beijo e Feliz Natal para ti e todos os teus

Anónimo disse...

Um Natal iluminado pela Esperança de um mundo generoso e melhor!
Uma Feliz Noite de Natal!

as velas ardem ate ao fim disse...

Feliz Natal!

um bjo

as velas ardem ate ao fim disse...

Tenho mesmo muito medo!

um bjo L

Clotilde S. disse...

Gostei de ler este seu recordar de Natais passados, que em tudo se assemelham aos dos meus tempos de menina.

Passamos a vida a repetir do consumismo dos Natais presentes, mas quer queiramos quer não,os nossos filhos levam-nos sempre a melhor.

Um abraço

Luis Eme disse...

a magia é quebrada pela realidade, cada vez mais, M. Maria Maio...

Luis Eme disse...

sabemos pouco uns dos outros, Maria.

por isso faço uma pergunta indiscreta: não tens filhos e netos?

Luis Eme disse...

sem dúvida, Gaivota, elas são o nosso Natal...

Luis Eme disse...

também, Cristina...

Luis Eme disse...

sim, Tulipa.

Luis Eme disse...

pensava que eras mais jovem, Ivone...

Luis Eme disse...

sem dúvida, Vitor.

hoje o "teatro" é mais de ataque às nossas bolsas, através de um apelo ao consumismo desenfreado...

Luis Eme disse...

eram dias felizes, Elsa...

Luis Eme disse...

mudam-se os tempos, MM, permanecem as memórias...

Luis Eme disse...

que assim seja, Carioca, para todos nós.

Luis Eme disse...

não tenhas, Velas, não adianta...

Luis Eme disse...

pois levam, Clotilde, o Natal são eles...