Não me canso de dizer, que a nossa memória é uma coisa surpreendente!
Consigo recordar-me da primeira vez que visitei a Margem Sul, embora não tivesse mais de cinco, seis anos.
Lembro-me de atravessar o Tejo de Cacilheiro, de ter feito a viagem à janela, ao colo do meu pai. E mais, recordo que os bancos eram de madeira, envernizados...
Não me lembro da maneira que fomos até ao Cristo-Rei (provavelmente fomos de táxi, não estou a ver o meu pai à procura de uma carreira que fosse até ao Santuário...).
Lembro-me sim, de estar naquele sitio alto e olhar cá em baixo para o rio Tejo e descobrir os barcos muito pequeninos, como se fossem de brincar... da estátua do Cristo de cimento, lembro-me mais de o olhar cá de baixo. Lá em cima, a sua grandeza deve-me ter confundido.
A Ponte tinha acabado de ser inaugurada, mas não retive qualquer imagem desta passagem de tão grande utilidade para a Outra Margem...
Quem diria, que desta vez as minhas "viagens" escaparam do Oeste e vieram até à Minha Margem...
14 comentários:
A lembrança que me ficou das idas ao Cristo Rei foi, sobre tudo o resto, a magnífica luz que envolve Lisboa.
Muitos anos depois, subindo ao "Campanile", em Veneza, deparei com uma luz igual.
De cada vez que passo a ponte, em dia de sol, vejo Lisboa e vejo Veneza.
Só uma vez estive no cimo do Cristo Rei... teria uns 6 anos!
Não...não apreciei a paisagem! Senti uma enorme vontade de sair dali já que a ventania levava tudo pelos ares!
Luis,
Com um bocadinho de vontade conseguimos incluir a margem sul e lisboa no Oeste, certo?
É só querer e fechar os olhos...
Eu tb fui ao Cristo Rei - quem é que não foi?
Acho que numa excursão da escola, mas não me lembro de nada... a não ser de estar lá em cima...
A fotografia é linda.
De facto, quem é que não atravessou o Tejo a bordo de um cacilheiro, quando era criança?
E quem não foi lá acima?
Obrigada por me ajudares a rever a vida vivida!
Já há muitos anos que não passo para o outro lado de barco...
Mas lembro, perfeitamente, a ida ao Cristo-Rei com o meu pai e os meus irmãos.
Tens-me ajudado a reviver momentos, muito bons, que estavam arrumados na gaveta do esquecimento.
A luz... sim ela é especial... o Tejo deve ter culpas de toda esta luminusidade, Sininho.
Também gosto de olhar longe lá de cima, de ver a Arrábida, o Barreiro e Almada, claro...
Sim MFC, o vento quando sopra, não nos dá descanso... mas aquela vista é única.
Pois é Maria... é só fecharmos os olhos, as ruas, as pessoas, os rios, as praias misturam-se, ao ponto de nos confundirem e obrigar a abrir os olhos...
Pois é "Rosa dos Ventos"... aquilo que hoje é quase banal, já foi um circuito turístico (e ainda é, pelo menos para grupos de espanhois, com quem me cruzo nos cacilheiros...) agradável...
As idas para o trabalho (quase forçadas), fazem com que não apreciemos a verdadeira beleza do Tejo e das suas margens.
Ana, provavelmente se atravessares agora o Tejo, já não tem a mesma beleza que teve na infância... mas tu sabes que as coisas são mesmo assim.
Fico bastante satisfeito por te fazer reviver bons momentos...
Num paralelo, tive as mesmas sensações quando meu pai me levou à Niterói, considerei uma viagem looonga, era muito pequena (seria a nossa margem sul), o passeio foi para ir a um mercado antigo de peixes, vê-los fresquinhos mal chegados de terem sido pescados e fizemos a travessia através das barcas que ainda existem. Lembro de ter visto golfinhos. :)
O teu blog é extremamente poético, mesmo sem poesias "marcadas", gosto muito!
Cris,
adorei a tua expressão: «extremamente poético, mesmo sem poesias "marcadas".
Eu, infelizmente, já não vi golfinhos no Tejo... na minha primeira travessia do rio.
Lembro-me bem desses bancos de madeira pintados. Desses barcos.
Claro que te lembras...
alguns ainda andam por aí, para os turistas conhecerem as margens do nosso rio...
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