Uma das últimas tarefas que eu e o meu irmão fizemos em Salir de Matos, foi caiar as paredes dos páteos e das traseiras da casa, a pedido da avó.
Isto já se passou há uns doze, treze anos.
Lembro-me que foi um dia bem passado. Até porque há muito tempo que não passava o dia inteiro com o meu irmão, a falar de tudo aquilo que tinhamos em comum, desporto, amigos, família, etc.
Almoçámos com a avó... já não me lembro da ementa, mas foi delicioso.
Quando nos despedimos da avó, ela não cabia em si de contente, por ver as paredes todas branquinhas. Nós também estávamos satisfeitos, pelo dia bem passado na nossa aldeia e pela alegria da avó.
21 comentários:
Luis,
Mas esta é a casa da tua avó?
Daquelas de 1 porta e 2 janelas?
Como eu gostava de ter uma casa dessas, ou um moinho, ou assim parecido... para descansar a cabeça...da cidade grande.
Eu já não tenho avós. Mas elas também não tinham casas de 1 porta e 2 janelas...
Um grande abraço
Já que falei de avós, deixa-me dizer uma coisa, e este é o sítio, porque era do Oeste: a minha avó materna fazia coelho de cabidela, favas guisadas com chouriço e peixe assado no forno (carapaus tão bons) para mim, que eram os meus pratos favoritos.
E havia um móvel na cozinha, chamado aparador, que tinha um bocado de pedra mármore partida numa ponta onde ela punha uma moeda de 5 tostões, e sempre que eu chegava lá a casa (a poucos metros de onde eu vivia, nem saía do mesmo passeio), entrava na cozinha e depois de lhe dar o beijo ia buscar a moeda...
Era uma espécie de jogo, que recordo com saudade...
Um Beijo
Como é que um texto tão simples, consegue despertar tantas coisas boas dentro de mim?
Realmente, Luís, nem sem o que mais dizer, deixas-me sem palavras...
para a alice c.
porque tens o teu blog fechado a comentários? tens fotos tão lindas...
um beijo
Ô coisa boa... :), faço minhas as palavras da Alice.
abraço
E que bem que ficam essas vilas todas caiadas!
Maria,
esta fotografia é actual (tirada em Outubro) das traseiras da casa da minha avó (entretanto vendida á paróquia da Aldeia).
A parte da frente da casa é como falas, tem uma porta (com pistigo)e duas janelas pequeninas...
Também já não tenho avós...
Alice,
também me deixas sem palavras...
Cris,
acho que estão a exagerar...
É verdade MFC, as ruas caiadas de branco dão mais luminosidade às aldeias e vilas portuguesas.
Gosto de vir aqui....
Não sei porquê, mas sinto-me em casa.
:)
Beijinho
Apetece-me dizer-te, que é normal que isso aconteça, Ana. É uma "casa" de aldeia, com a porta encostada ou fechada apenas pelo trinco e com a chave de fora...
Que vontade de ainda ter uma avó... e paredes a caiar, ou janelas a lavar, ou almoços de domingo a preparar. Isso, afinal, é de que somos feitos, da coisas banais, concretas, que não exigem nenhuma formação técnica, apenas humanidade por dentro. Adorei o relato e aquilo que ele evoca, que é tão parecido e diferente pra cada um de nós. Valeu, Luis. Bjs
Quando lugares que foram nossos, na infância, passam para mãos estranhas, fica, sempre, uma certa melancolia agarrada às nossas lembranças.
A moeda, no aparador da Avó da Maria, é o verdadeiro retrato da Ternura.
Valeu, Ida...
Podes querer Sininho.
Ufff...que delícia de descanso (o meu!) depois de ler e recordar aquela coisa da "matança do porco", ali em baixo.
Que maravilha de descanso entre a brancura caiada (por acaso a minha casa está a precisar de ser pintada.Também é de branco que eu só gosto de interiores brancos...e como tu ...se não perdeste o jeito...não queres vir cá a casa pintar de branquinho as minhas paredes?:) Eu dou o lanche...e também podes trazer o mano.:)
Já sei já sei!Já sei que vais dizer que "perdeste o jeito"!
Não perdi o jeito, Nia, não tenho é tempo. A minha casa também está a precisar de uma pintadela (especialmente o quarto dos meus filhos...) e com toda esta chuva, se calhar vai ter de esperar pela Primavera...
para a sininho
era Ternura, sim, sininho, e lamento que haja muita gente que nunca tenha vivido este tipo de Ternura de uma Avó...
tem um bom fim de semana
desculpa lá, Luís, mas tinha de ser... porque a minha avó merecia tudo!
Estamos não, Luís. Porque damos valor a família, e porque fomos bem criados (também) por ela, temos boas lembranças. É delicioso recordar tempos bons, bem passado do lado de pessoas que amamos. :)
abraço
Cris, um abraço para ti...
outro, do tamanho do mundo, para os nossos avós, que recordamos com bastante ternura...
Enviar um comentário