Assistir ao Carnaval em Almada é uma coisa deprimente.
Provavelmente por ter assistido desde bastante cedo, aquilo que considero ser um verdadeiro Corso Carnavalesco, na cidade onde cresci.
Recordo o Corso das Caldas como uma grande festa popular, cheia de graça, imaginação e movimento. Durante muitos anos não falhei qualquer desfile na avenida principal da cidade, que se enchia de foliões e carros alegóricos, que encantavam a população e que se realizava entre a Estação e o Largo do Borlão (esse mesmo, o largo da Igreja, do Tribunal e dos Paços do Concelho). Era um circuito alegórico contínuo, sem perdas de ritmo...
O Carnaval tinha ainda outro atractivo na minha adolescência, era a única altura do ano em que dançava com par (coisa fora de moda nas discotecas de então, se excluirmos as "valsas lentas" das festas de garagem...). Isso acontecia também porque, por ser carnaval, mais pisadela menos pisadela, ninguém levava a mal...
Ainda dancei no antigo salão do Hotel Lisbonense, que está agora a ser transformado num monte de entulho, para se erguer mais uma catedral do consumismo na cidade. Embora o salão mais frequentado pelo meu grupo de amigos fosse o da "Columbófilia".
Esta era praticamente a única altura do ano em que nos deitávamos com o começo da aurora, porque éramos todos desportistas e bons rapazes...
2 comentários:
No velhinho Hotel Lisbonense, sim, e era deitar quando a cidade acordada já mexia e acordar a meio da tarde, preparando a nova máscara para a noite.
Com música ao vivo e tudo...
E na quarta feira, de manhã, era o enterro do entrudo com a volta à Rainha, regresso ao Lisbonense para pegarmos as coisas e, aí sim, ir dormir até acordar...
No velhinho Lisbonense, que parece ter desaparecido de vez e nos outros lugares, era sempre até de manhã, Maria...
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