quinta-feira, junho 26, 2008

As Férias Grandes

Por esta altura já estava de férias, as famosas férias grandes, que se prolongavam até ao fim de Setembro...
Na infância, as férias eram repartidas pelo campo (a casa dos avós maternos em Salir de Matos), pela praia (muito Salir do Porto, alguma Foz do Arelho, pouco Baleal) e pelas ruas do bairro (com jogatanas de futebol intermináveis na rua detrás, da terra que nos pintava as pernas e a roupa de negro).
No começo da adolescência, a praia ganhava ao campo, e a Foz do Arelho, arrumava definitivamente as outras praias... lembro-me de quase abrirmos a época balnear e de a fecharmos em Setembro... muitas vezes com nevoeiro e frio, éramos os únicos "malucos" que não arredavam pé, e não passavam sem os banhos e as diversões dentro de água...
Os únicos seres que rivalizavam connosco, como "proprietários da praia", eram as gaivotas...
E foi assim, até crescermos um palmo e perdermos esta "boa vida"...

O óleo, "Gaivotas", é do setubalense, João Vaz.

20 comentários:

Maria P. disse...

Boa vida, bons companheiros que foram ficando por outras vidas, boas memórias...

Beijos, Luís M.

gaivota disse...

era como eu, quem sabe não andámos nessas andanaçs ao mesmo tempo...
na nazaré também costumo ir "abrir" a praia e, às vezes, "fechá-la...
beijinhos

Anónimo disse...

também sinto muita nostalgia quando me lembro das férias grandes de outros tempos, eu também adorava jogar à bola, sobretudo na posição de guarda redes :) o óleo é muito bonito. beijinhos, luís.

Anónimo disse...

O Baleal foi a minha ilha de infância.

Há anos que não lá vou. Que estupidez a minha.

Obrigado Luís, pela lembrança.

lena disse...

bateu a saudade...

os amigos, os jogos, as festas de grupo, as férias eram o mais esperado

e as gaivotas não podiam faltar

sim saudades e muitas.

relembrar o que passou, mas que deixou sinais inesquecíveis na memória

abraço meu

gostei de relembrar

beijinho

lena

tulipa disse...

Me recordo da minha cidadezinha como um lugar de infância chapinhada, um lugar onde o próprio tempo transpirava.
O mar não nos tocava apenas como margem do nosso pequeno mundo.
O mar vinha de baixo, fluía entre os poros da terra, como um suor imenso.
E tanto éramos feitos de líquido que ainda hoje eu creio não ter terra-natal.
A Beira é minha água-natal.

Assim escreve o Mia Couto e eu assino por baixo, concordando.

Bom fim de semana.
Bons banhos de praia ou de rio.

Luís, também relembro coisas da juventude.

greentea disse...

o meu pai nasceu nas Caldas da Rainha e chamava-se João ...
pela Foz do Arelho, S. Martinho e Baleal passe muitas vezes em férias grandes de outros tempos!

Nia disse...

E eu...como me lembro bem (das minhas férias claro!).Mas era o rio...Sempre o Rio Dão.A praia , o mar...só o conheci muito mais tarde, quando já era "crescida".No interior da Beira Alta, o mar era só para ricos que iam passar férias à praia...normalmente Figueira da Foz.E eu não era rica...nem pobre...era assim-assim :).Mas também não tinha saudades do mar...como havia de ter, se quase só o conhecia pelos livros?!Mais tarde caí-lhe na "rede" da atracção e fiquei do lado dele para sempre.Do mar, claro!
Mas o meu rio é que era...adivinha-lhe o chamamento pelo cheiro...e pelo som do coaxar das rãs...depois, eram dias e dias de bom tempo e todo o dia na aventura de lá estar...até ao anoitecer.
Agora, quando lá vou (vou menos agora porque me dói "coisas"... mais lá do que cá)sinto-me perto do meu rio sempre em casa.
E olha..aqui perto de ti,Luís Éme, também me sinto quase em casa...senti desde o primeiro dia que aqui te li.Há muito de familiar nas coisas que contas, naquilo que adivinho que sentes.E podes ter a certeza, vou voltar sempre, quer tenha ausências prolongadas ou não.Espero é que nunca te vás embora daqui.

Lóri disse...

Rivalizar com as gaivotas é tudo! E muita pretensão mesmo, meu querido. Eu amo as gaivotas, o barulho que fazem, o andar desajeitado, são os pássaros que mais me encantam. E fiquei aqui imaginando um bando de rapazes e as gaivotas, todos diferentes, e tão parecidos.

Beijinhos

Luis Eme disse...

um tempo que não volta, M. Maria Maio...

Luis Eme disse...

quem sabe, Gaivota...

Luis Eme disse...

nostalgia, saudade, coisas portuguesas, Alice...

Luis Eme disse...

pois é, quando o mar sobe o Baleal volta a ser ilha, Ana...

Luis Eme disse...

sabe sempre bem relembrar as coisas boas, Lena...

Luis Eme disse...

bons banhos e boas memórias, Tulipa...

Luis Eme disse...

o meu pai chamava-se João e veio da Beira para as Caldas, Grentea...

o nosso mar agitado do Oeste é especial...

Luis Eme disse...

que vou é ter-te por aqui, Nia, de longe a longe...

não sei até quando vou ficar, aqui, sei sim, que as minhas "viagens pelo oeste", continuam sempre, mesmo noutros lugares...

Luis Eme disse...

também gosto muito de gaivotas, Lóri.

acho que nós não rivalizávamos, partilhávamos apenas a mesma praia...

redonda disse...

Gosto muito de todos os quadros!

Luis Eme disse...

tens bom gosto, Redonda...