O Cine-Teatro Pinheiro Chagas faz parte do meu imaginário infanto-juvenil. Foi a sala onde vi as primeiras sessões de cinema, através de clássicos inesquecíveis de Walt Disney, como a “Gata Borralheira” ou a “Branca de Neve e os Sete Anões”.
Depois da Revolução de Abril lembro-me de ter assistido a inúmeras matinés (penso que as entradas eram gratuitas...), onde foram projectados inúmeros filmes de animação e de aventuras.
Pouco tempo depois fechou para obras...
Acredito que nessa altura a maior parte dos caldenses pensavam que se tratava de um fecho temporário...
Mas a verdade é que nunca mais abriu as suas portas.
Começaram por destruir o seu interior, até que em 1992, o cinema histórico da antiga Praça do Peixe veio mesmo abaixo.
O processo de destruição do Pinheiro Chagas é muito parecido com o da Casa da Cultura - substituta do Casino do Parque, depois de Abril de 1974. Fecharam para obras, mas não voltaram a abrir as portas.
Foram dois dos maiores atentados à cultura da Cidade das Termas. O mais curioso, foi nunca ter visto ninguém explicar o que se passou de facto com estes dois encerramentos.
Continuo a pensar que estes encerramentos foram motivados por razões políticas. Especialmente a Casa da Cultura, cuja orientação cultural tinha uma matriz de esquerda, que contrariava a política conservadora do Município local.
Começaram por destruir o seu interior, até que em 1992, o cinema histórico da antiga Praça do Peixe veio mesmo abaixo.
O processo de destruição do Pinheiro Chagas é muito parecido com o da Casa da Cultura - substituta do Casino do Parque, depois de Abril de 1974. Fecharam para obras, mas não voltaram a abrir as portas.
Foram dois dos maiores atentados à cultura da Cidade das Termas. O mais curioso, foi nunca ter visto ninguém explicar o que se passou de facto com estes dois encerramentos.
Continuo a pensar que estes encerramentos foram motivados por razões políticas. Especialmente a Casa da Cultura, cuja orientação cultural tinha uma matriz de esquerda, que contrariava a política conservadora do Município local.
8 comentários:
Fiquei curiosa com essa história e estava a ver se alguém acrescentava mais alguma coisa num comentário. Mas, parece que não temos sorte, Luís.
seria interessante ver esse local total mente reestruturado!!!
Pois é, e agora que se comemoram 50 anos do CCC (Conjunto Cénico Caldense) dá que pensar porque é que será que os atentados à Cultura continuam? Hoje mesmo no Porto, no Teatro Rivoli...
É que o CCC era muito incómodo para o regime de então...
Passaram pelo CCC nomes grandes do nosso teatro, e como este espaço não é suficiente para falar de todas as actividades do CCC, remeto para uma consulta à Gazeta das Caldas de 6 de Outubro, que tem um suplemento dedicado ao cinquentenário do CCC.
Deixo aqui só uma nota pequenina: numa comemoração dum centenário de Beethoven, há 37 anos (faz em Dezembro) estava a sala repleta de gente e de alguns senhores com gabardine e óculos escuros.
O Zé de Sousa sobre ao palco e declama um excerto da "Pedra filosofal", de António Gedeão.
Foi ver o pessoal todo de pé, a aplaudir até às lágrimas. E os senhores de óculos escuros nem se atreveram a fazer o que quer que fosse...
Obrigada por me trazer à memória o Pinheiro Chagas, onde vi tantos e tantos filmes na minha infância/juventude.
Tinhas razão Alice...
O local já está reestruturado... mas sem "Pinheiro Chagas".
Obrigado pela visita Maria.
Falo do CCC um pouco mais abaixo...
Luis
Já tinha visto, mas há tanto a dizer sobre o CCC e da importância do CCC e da cidade de Caldas que, noutros tempos, era referência obrigatória da resistência política e da promoção da cultura, que achei que qualquer coisa que eu comentasse seria necessariamente muito extenso. Por isso me abstive.
Mas quando vi o velhinho Pinheiro Chagas não resisti.
E ainda não falámos do Salão Ibéria (acho que era assim que se chamava) que se situava no Parque e onde também podíamos ver cinema.
Devo por fim dizer-lhe que acompanho o seu blog desde o início. Já tive muita vontade de comentar alguns textos, de acrescentar algumas coisas, mas vem-me a preguiça...
Obrigada por ter posto a minha terra na blogoesfera.
O CCC foi realmente um marco da cultura nas Caldas.
Claro que lembro do Salão Ibéria... o nosso "piolho" da sétima arte. Teve mais sorte que o Pinheiro Chagas, já que "morreu" de morte natural (ruiu parte do edificio).
Maria, comente sempre, seja para acrescentar ou até para discordar...
É verdade, as Caldas também é a minha terra (ou uma das minhas terras...).
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