Acho que só valorizamos as estrelas e o luar, quando nos encontramos sem qualquer sinal de electricidade por perto.
Há meia dúzia de anos vivi uma experiência inesquecível, quando fui convidado para conhecer a casa de campo que um casal amigo tinha adquirido há poucos meses, no Alto Alentejo.
Há meia dúzia de anos vivi uma experiência inesquecível, quando fui convidado para conhecer a casa de campo que um casal amigo tinha adquirido há poucos meses, no Alto Alentejo.
A única coisa que nos pediram para levar foi sacos cama e uma lanterna.
O local era especial, ficava num vale bastante verde, a poucos metros de um pequeno rio, com água gelada e cristalina, completamente afastado da civilização.
O sinal mais notório da ausência do nosso mundo era a falta de luz eléctrica...
Apesar de termos de andar com atenção redobrada, pela falta de hábito, o céu estava estrelado e a lua começava a "encher". Ou seja, a noite nem era demasiado escura...
O melhor de tudo foi todo aquele o silêncio. Além das nossas vozes, apenas se ouvia a água do rio, as aves nocturnas e um ou outro pequeno animal que passava por perto, quando pisava qualquer ramo seco...
O interior da casa, quase vazia, estava iluminada por meia dúzia de velas, colocadas em lugares estratégicos, dando um ar de novidade e até alguma beleza àquela casa antiga, bastantes rústica.
Como era natural, este lugar fez-me lembrar a infância...
Prometo voltar ao tema, mas já em Salir de Matos.
Escolhi um óleo de Mário Dionísio, "Reunião Clandestina", pela cor, pela noite e não pela clandestinidade...
12 comentários:
eu adoro essas noites e esse céu e essa partilha do céu, que abre o nosso coração e a nossa sensibilidade.
o ano passado, eu e amigos meus montámos tenda na ilha da culatra, mas estávamos mais iluminados, por uma fogueira que fizémos. contámos histórias de encantar, de desencantar, histórias de terror, de amor, cantámos, tocámos, tomámos banho de madrugada, vimos o sol nascer lá ao longe.
foi maravilhoso
um abraço
jorge
É verdade! E tua sensibilidade me fez recordar uma noite de magusto passada à beira de um fogão de sala, numa casa (sem luz elétrica) lindamente rústica, com o mínimo de infraestrutura, numa aldeia próxima a Aveiro. Bons tempos! Tempos muito felizes.
beijinho
Boas recordações eu tive ao ler-te.
Bons tempos também no Alto Alentejo.
Bonitas as tuas lembranças no alentejo, mas o comentário do jorge vicente trouxe-me à memória o tempo em que acampava na ilha da fuzeta.... com gente conhecida que já não se encontra enter nós...
Que história de Vida LINDA...
Gostava de estar, hoje, agora, num lugar assim...
Love me tender, love me sweet, never let me go.
Love me tender, love me true, all my dreams fulfill.
For, my darlin', I love you and I always will.
ELVIS PRESLEY - 30 anos depois ainda E sempre presente no Mundo.
Belas palavras estas,
para serem ouvidas,
neste momento de tanta tristeza
saúde debilitada,
coração despedaçado,
alma negra,
que certeza?
Nenhuma...
Também me recordo de noites assim, passadas no areal da praia de vila nova de mil fontes... só faltava a fogueira, Jorge...
É sempre bom recuarmos no tempo e sentirmos as delícias de uma vida mais normalizada, sem tantas confusões, Cris...
As Beiras e o Alentejo foram e continuam a ser as terras mais abandonadas pelo progresso, pelo que ainda hoje é possível descobrirmos coisas do "arco da velha", Maria P.
(e trás os montes, claro... estava tão atrás dos montes que não a via...)
Nas férias de campismo, ainda meio selvagem, também sentiamos as coisas de uma forma diferente, Maria...
Espero que estejas melhor, Kalinka.
Mas reconfortada e também mais animada...
QUe passeio incrível, Luís! Tb tive desse gênero, mas nunca sem eletricidade em casa, o que torna tudo muito mais interessante, a luz de velas é de tal forma especial que, às vezes, apago tudo e ilumino acasa só com elas, uma viagem. Mas o modo como contas é sempre muito especial. beijos e sortudo que és!
É bom escapar de vez em quando da "civilização"...
não ter televisão, computador ou telemóvel por perto, recordar como era a vida em meados do século passado, Ida...
Enviar um comentário