Sem saber explicar muito bem porquê, lembrei-me dos colchões de palha da casa da avó, presentes em todas as camas onde dormíamos...
Para os nossos filhos, é mais uma daquelas histórias, quase inverosímil. Colchões para eles, só os de molas...
Na minha infância a a sua existência era tão natural, que nem sequer os comparava com os da nossa casa, na cidade.
Quando chegávamos, no começo das férias grandes, a avó tinha acabado de mudar as folhas secas (penso que de milho...) e os colchões ficavam mais altos. Era uma delícia mergulhar naquela palha e fazer buracos, aqui e ali, com as marcas do nosso corpo...
Não faço ideia se ainda existem destes colchões, mas acredito que sim. Ainda se devem encontrar alguns exemplares nas aldeias mais afastadas do progresso e deste mundo que gira em volta das televisões...
Escolhi o óleo, "À Sombra", de José Malhoa, para ilustrar o texto.
30 comentários:
... e as avós remexiam a palha para os tornar mais fofos, é verdade.....
Não há vez nenhuma que vá ao Museu em Caldas e não me detenha frente a este quadro. Descubro sempre pormenores novos...
Obrigada, Luís
Um abraço
Mas do que tu te vais lembrar, Luís....
Gosto das tuas recordações...
Boa semana.
Beijitos
uma viagem muito agradável pelos caminhos da memória.
Abracinho para ti
Assim era em casa da minha Avó Rosa, no meu Alentejo...
Beijinho*
o luís recorda os colchões de palha e eu o baloiço que havia na casa dos meus avós :) foi lá que passei belos momentos da minha infância :) beijinho.
Combinação perfeita entre o quadro e as palavras.
Nunca dormi num desses colchões. Fiquei no minimo curiosa.
No Algarve, colchões de carepa de milho. Em casa da avó Maria Isabel também os havia mas eu costumava dormir num de lã. Os primos preferiam os de carepa. Era uma barulheira sempre que se mexiam. Saudades, tenho-as e muitas.
Beijinhos, amigo Luís. Aqui recorda-se. Como ali.
Boa tarde,
Chamo-me Vânia Custódio e sou jornalista do 24horas. Gostava de entrar em contacto consigo e, como não encontrei o endereço de e-mail, recorri a esta caixa de comentários. Se me puder contactar pelo mail: vania.custodio@24horas.com.pt
Agradeço desde já a sua disponibilidade.
Olá!
Quando casei em 1966, fui viver para Almada. Foi lá a minha primeira casa.
Cheguei a este blogue por acaso, vim atrás de um comentário...
Estou a achar interessante.
Quanto aos colchões de "carapela", assim se chamam na zona dos saloios de Sintra, recordo-os tambem deles em casa dos meus pais em Maceira - Pero - Pinheiro.
Todos os anos quando a mãe colhia o milho, depois de "escarapelar" - tirar as carapelas das maçarocas,
escolhia logo as carapelas junto á espiga que eram as mais macias e branquinhas, para substituir as do ano anterior.
Ninguem como a mãe (natural da Argentina e filha de um finlandês e de uma alemã), - vejam só -
conseguia fazer tão bem as camas. Lembro-me que ás vezes me calhava a mim, e quem dormia nelas , sabia logo que não tinha sido a mãe que as fizera.
Meu Deus! que boas recordações!
Como diria a Nena (mãe):
"Tudo tem o seu tempo... minha filha!"
um abraço
Viviana
Pela parte que me toca, ainda "sinto" alguns malhos mal calculados em colchões de palha de milho e tinha um tio que os fazia...
Devia ser tão bom!
bjo
Ó Luis, quando os meus pais chegaram ao Brasil e nós éramos pequeninas também dormíamos em colchões de palha, mas as recordações que tenho não são assim tão boas. Apesar dos meus pais afofarem aquilo, a palha nos espetava...Coitadinha de mim!
abraços
Mas que lembranças nos trazes à memória... fica-me um misto de saudade e apego ... "belos tempos..."
Tem um bom domingo
Beijoca*
Pois remexiam...
O quadro é lindo, Maria...
E eu gosto do teu gosto, Anoris...
É sempre agradável viajar pela memória, Maria Luar...
Assim era quando o nosso país era rural, Maria P...
É bom recordar doces, Alice...
Agora já não devem existir grandes hipóteses, Luz...
Eram barulhentos, sim senhor, Sophiamar...
Boa noite Vânia...
Olá Viviana...
Pois, havia a mania de saltar, quando eles estavam altinhos, Samuel...
Era diferente, Velas...
A "palha" que a avó escolhia era macia, não picava, Pitanga...
Eram belos tempos, em que o mundo era a brincar, Cor do Mar...
Os colchões de que me lembro eram um pouco duros mas bem frescos no Verão.
Abraço
Lembro-me bem do colchão de palha de milho: nas férias, em casa da minha avó, também dormia num :-)
Os da avó não eram duros, eram sim barulhentos, Sininho...
Era trivial a sua existência, nas nossas aldeias, Paula...
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