segunda-feira, janeiro 21, 2008

Os Colchões de Palha da Casa da Avó...


Sem saber explicar muito bem porquê, lembrei-me dos colchões de palha da casa da avó, presentes em todas as camas onde dormíamos...
Para os nossos filhos, é mais uma daquelas histórias, quase inverosímil. Colchões para eles, só os de molas...
Na minha infância a a sua existência era tão natural, que nem sequer os comparava com os da nossa casa, na cidade.
Quando chegávamos, no começo das férias grandes, a avó tinha acabado de mudar as folhas secas (penso que de milho...) e os colchões ficavam mais altos. Era uma delícia mergulhar naquela palha e fazer buracos, aqui e ali, com as marcas do nosso corpo...

Não faço ideia se ainda existem destes colchões, mas acredito que sim. Ainda se devem encontrar alguns exemplares nas aldeias mais afastadas do progresso e deste mundo que gira em volta das televisões...

Escolhi o óleo, "À Sombra", de José Malhoa, para ilustrar o texto.

30 comentários:

Maria disse...

... e as avós remexiam a palha para os tornar mais fofos, é verdade.....
Não há vez nenhuma que vá ao Museu em Caldas e não me detenha frente a este quadro. Descubro sempre pormenores novos...

Obrigada, Luís
Um abraço

Oris disse...

Mas do que tu te vais lembrar, Luís....

Gosto das tuas recordações...

Boa semana.
Beijitos

Flor de Tília disse...

uma viagem muito agradável pelos caminhos da memória.

Abracinho para ti

Maria P. disse...

Assim era em casa da minha Avó Rosa, no meu Alentejo...


Beijinho*

Anónimo disse...

o luís recorda os colchões de palha e eu o baloiço que havia na casa dos meus avós :) foi lá que passei belos momentos da minha infância :) beijinho.

Anónimo disse...

Combinação perfeita entre o quadro e as palavras.

Nunca dormi num desses colchões. Fiquei no minimo curiosa.

Isamar disse...

No Algarve, colchões de carepa de milho. Em casa da avó Maria Isabel também os havia mas eu costumava dormir num de lã. Os primos preferiam os de carepa. Era uma barulheira sempre que se mexiam. Saudades, tenho-as e muitas.

Beijinhos, amigo Luís. Aqui recorda-se. Como ali.

Anónimo disse...

Boa tarde,

Chamo-me Vânia Custódio e sou jornalista do 24horas. Gostava de entrar em contacto consigo e, como não encontrei o endereço de e-mail, recorri a esta caixa de comentários. Se me puder contactar pelo mail: vania.custodio@24horas.com.pt

Agradeço desde já a sua disponibilidade.

Viviana disse...

Olá!

Quando casei em 1966, fui viver para Almada. Foi lá a minha primeira casa.
Cheguei a este blogue por acaso, vim atrás de um comentário...

Estou a achar interessante.

Quanto aos colchões de "carapela", assim se chamam na zona dos saloios de Sintra, recordo-os tambem deles em casa dos meus pais em Maceira - Pero - Pinheiro.

Todos os anos quando a mãe colhia o milho, depois de "escarapelar" - tirar as carapelas das maçarocas,
escolhia logo as carapelas junto á espiga que eram as mais macias e branquinhas, para substituir as do ano anterior.

Ninguem como a mãe (natural da Argentina e filha de um finlandês e de uma alemã), - vejam só -
conseguia fazer tão bem as camas. Lembro-me que ás vezes me calhava a mim, e quem dormia nelas , sabia logo que não tinha sido a mãe que as fizera.
Meu Deus! que boas recordações!

Como diria a Nena (mãe):

"Tudo tem o seu tempo... minha filha!"

um abraço
Viviana

samuel disse...

Pela parte que me toca, ainda "sinto" alguns malhos mal calculados em colchões de palha de milho e tinha um tio que os fazia...

as velas ardem ate ao fim disse...

Devia ser tão bom!

bjo

Pitanga Doce disse...

Ó Luis, quando os meus pais chegaram ao Brasil e nós éramos pequeninas também dormíamos em colchões de palha, mas as recordações que tenho não são assim tão boas. Apesar dos meus pais afofarem aquilo, a palha nos espetava...Coitadinha de mim!

abraços

Anónimo disse...

Mas que lembranças nos trazes à memória... fica-me um misto de saudade e apego ... "belos tempos..."

Tem um bom domingo
Beijoca*

Luis Eme disse...

Pois remexiam...

O quadro é lindo, Maria...

Luis Eme disse...

E eu gosto do teu gosto, Anoris...

Luis Eme disse...

É sempre agradável viajar pela memória, Maria Luar...

Luis Eme disse...

Assim era quando o nosso país era rural, Maria P...

Luis Eme disse...

É bom recordar doces, Alice...

Luis Eme disse...

Agora já não devem existir grandes hipóteses, Luz...

Luis Eme disse...

Eram barulhentos, sim senhor, Sophiamar...

Luis Eme disse...

Boa noite Vânia...

Luis Eme disse...

Olá Viviana...

Luis Eme disse...

Pois, havia a mania de saltar, quando eles estavam altinhos, Samuel...

Luis Eme disse...

Era diferente, Velas...

Luis Eme disse...

A "palha" que a avó escolhia era macia, não picava, Pitanga...

Luis Eme disse...

Eram belos tempos, em que o mundo era a brincar, Cor do Mar...

Ana M. disse...

Os colchões de que me lembro eram um pouco duros mas bem frescos no Verão.

Abraço

Paula Crespo disse...

Lembro-me bem do colchão de palha de milho: nas férias, em casa da minha avó, também dormia num :-)

Luis Eme disse...

Os da avó não eram duros, eram sim barulhentos, Sininho...

Luis Eme disse...

Era trivial a sua existência, nas nossas aldeias, Paula...