Estou satisfeito por o Caldas Sport Clube seguir em primeiro lugar, isolado, na série D da III Divisão de futebol.
Embora mereçam o meu aplauso, não vou falar desta jovem equipa, que apesar de ter visto os ordenados reduzidos, no princípio do ano, pelas dificuldades evidentes com que se debatem a maior parte dos clubes de futebol, que têm vivido, anos a fio, acima das suas possibilidades, devido aos célebres sacos amarelos, azuis, verdes, etc, patrocinados pelas Autarquias, que só se mantêm, de uma forma visível, na Madeira do Alberto João.
Vou falar sim da equipa que pisou o principal palco do nosso futebol, nos anos cinquenta, a então I Divisão. Porque, finalmente encontrei a fotocópia da crónica de um grande "derby" regional, disputado entre o Caldas e o Torreense na tarde de 8 de Janeiro de 1956 e que acabou empatado a dois golos.
A ficha do jogo foi a seguinte:
Jogo no Campo da Mata.
Árbitro: Jaime Pires (Lisboa).
Equipas:
CALDAS - Rita; Piteira, Leandro e Fragateiro; Amaro e Romero; Romeu, Orlando, Bispo, António Pedro e Lenine.
TORREENSE -Gama; Inácio, Forneri e Fernandes; Belem e Gonçalves; Carlos Alberto, José da Costa, João Mendonça, Fernando Mendonça e Pina.
Há algumas pontos de vista curiosos nesta crónica do "Mundo Desportivo", escrita por Manuel Mota, que transcrevo, e começa de uma forma elogiosa para os caldenses: «As primeiras palavras têm de ser de elogio aos jogadores do Caldas. Quando o ambiente se tornou escaldante, eles foram, a bem dizer, os únicos que se conservaram calmos, procurando jogar, e não se deixando influenciar pelos incentivos contraproducentes que de todo o lado choviam sobre o terreno de jogo. Foi por isso que puderam construir um empate que parecia impossível, tranformando em 2-2 um 0-2. [...] O empate veio a ser, afinal, um resultado aceitável. Mas cabe aqui dizer que o mais aceitável ainda seria, sem sombra de dúvida, a vitória do "team" local. Só a primorosa exibição de Gama nas redes do Torreense impediu que o triunfo caldense se consumasse. [...] A natural e antiga rivalidade entre Caldas e Torres Vedras, aguçada este ano pela subida dos dois centros à 1ª Divisão, deu a este desafio um sabor muito especial. [...] Amaro e Romero acompanharam o ritmo de jogo do grupo e, na linha da frente, as derivações bem imaginadas de Bispo e os lances desconcertantes de um António Pedro, por demais agarrado à bola, forjaram várias situações delicadas para a defesa oposta.[...]
Que bela equipa, esta, que tão bem honrou os pergaminhos da nossa Cidade...
A fotografia que acompanha este texto é da época de 1953/54, quando o Caldas ainda jogava na II Divisão, retirada da separata dos Desportos do "Cavaleiro Andante", elaborada pelo saudoso Carlos Pinhão, amigo e jornalista dos bons.
5 comentários:
Não foi por esta época que o treinador era um tal de Juan Calichio?
Nem sei se é assim que se escreve, mas foi o nome a que associei de imediato este teu post.
Um beijo
Há coincidências giras ,então não é que hoje também “postei” um pequeno texto com base da mesma separata do Cavaleiro Andante, isto porque depois de almoço estive de conversa com o António Pedro, no entanto nunca é demais lembrar esta equipa de glórias.
Como o link “Águas Mornas” já não consta da barra lateral, aqui vai a dica para uma visita.
zeventura.blogspot.com
è possivel que tenha visto o António Pedro Junto aos "Pimpões" porque ele mora na zona.
Não faço ideia Maria.
Achei estranho que na crónica não façam qualquer referência aos treinadores das equipas, como se eles não tivessem qualquer influência no jogo...
Estávamos a pensar na mesma coisa Zé Ventura...
O "Águas Mornas" não está por aqui, porque está "linkado" na casa-mãe, o "Casario do Ginjal", onde existe um indice de blogues mais completo.
Eu fiquei quase com a certeza que era o António Pedro. Arrependi-me de não o ter cumprimentado...
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