Abril não foi um sonho,
foi mesmo uma Revolução.
Foi um dia demasiado belo
e é muito mais que uma canção.
No entanto são os poetas e os trovadores da revolução quem melhor sintetiza o que se passou antes e depois...
Quando Zeca Afonso cantou (Vampiros), disse-nos quase tudo:
[...]
Se alguém se engana
com seu ar sisudo
e lhes franqueia
as portas à chegada
eles comem tudo
e não deixam nada
[...]
E nós enganámo-nos mesmo, franqueámos as portas à mesma gente, que no Estado Novo, enriquecia e deixava o povo à míngua e o Estado pobre, as célebres famílias que dominam hoje a banca, a pouca indústria e comércio que temos. Foram eles com a complacência e a "corrupção" ética e moral de uma parte significativa dos ministros e secretários de estado, que nos governaram desde a década de oitenta até aos nossos dias (dou o benefício da dúvida aos que governaram na década de setenta, por todas as convulsões e dúvidas que ainda existiam...).
Com outros empresários e outros políticos, Portugal seria um país muito diferente, para melhor, não tenho qualquer dúvida...
E é uma pena constatarmos que Abril não se cumpriu integralmente. Sobra a LIberdade, que também já não é o que era...