terça-feira, novembro 30, 2010

O Outono no seu Esplendor

O Outono é realmente das estações mais bonitas, apesar da melancolia que deixa no ar.
É sempre delicioso visitar um parque ou jardim "alcatifado" de folhas douradas. Então as crianças adoram correr e sentir debaixo dos pés a "música" que as folhas lhes oferecem...
Foi assim, no parque D. Carlos, nas Caldas...

sábado, novembro 27, 2010

O Museu, a República e as Pessoas

«Sempre apareci Maria.»


Entrei e não descobri nenhum rosto conhecido. Estranhei que o acontecimento despertasse interesse apenas a pessoas já com alguma idade, que devem aproveitar estes momentos (menos comuns que em Almada, por exemplo) para aparecerem e ver os amigos e conhecidos.

Folheei alguns catálogos, inclusive o da exposição, enquanto esperava a chegada de uma amiga que disse que aparecia.

Encostei-me a um dos cantos da sala e olhei o "filme" que se desenrolava por ali, com algum conforto, por ser um mero espectador, não fazer parte da fita. Entraram duas jovens, reparei que conhecia uma delas, pouco depois percebi que era a Natascha, por estar com um gravador e um bloco nas mãos.

Os minutos passavam e ela nada. Entretanto o hall do museu enchia e comecei a perder o conforto inicial e a sentir que não tinha nada a ver com aquele "filme", que nunca mais começava.

Sai para a rua e fiz um telefonema. Ela estava tão atrasada, disse que só se despachava uns vinte minutos depois. Desmarcámos a exposição e combinámos um encontro num café no centro da cidade, enquanto me fazia ao caminho escuro do parque.

No meio da escuridão ainda me cruzei com um rosto feminimo que não me era desconhecido, percebi depois que era a vereadora da cultura do Município e também deputada do parlamento. Pensei, «destemida a senhora, sozinha, por aqui, no meio da escuridão...»

Já no coração da cidade, cruzei-me com o Xico Zé, que me falou das más experiências culturais dos "Pimpões", a colectividade rainha do bairro que agora também é da minha mãe.

Depois de alguns minutos de seca, ela lá apareceu no café. Conversámos de livros, de pessoas, com sorrisos à mistura.

Mais à noite ainda dei mais uma volta pela cidade, agora mais fria, na companhia do Fernando, a melhor "memória" da nossa "rua do meio". Mais palavras, mais pessoas e algum desencanto pelo rumo deste país...

A fotografia é da manhã de hoje, do nosso parque, Maria...

quinta-feira, novembro 25, 2010

sábado, novembro 20, 2010

A Beleza dos Campos

Talvez a beleza volte aos campos com toda esta crise, talvez as pessoas voltem a cultivar as terras em pousio.
A sabedoria popular diz-nos que a necessidade aguça o engenho.
E agora que a "fonte" europeia ameaça secar, até nos gabinetes governamentais, já se fala do regresso à agricultura e às pescas.
Se isso acontecer os campos vão ficar mais radiosos, como este óleo de David Inshaw.

segunda-feira, novembro 15, 2010

O Adamastor


Não sei se tive medo do Adamastor na infância, mas acho que não, nunca o levei demasiado a sério. Apenas me lembro de uma imagem imprecisa de um livro escolar, em que ele se confundia com as ondas bravas do mar.

Agora anda por aí outro Adamastor a cirandar (fmi), tenho quase a certeza que esta gente que nos governa (e a que se prepara para nos governar...), não tem medo dele e ainda menos vergonha na cara.

Com esta gente não há Adamastor que nos valha...

Percebe-se pela urgência em despedir os mais de 300 funcionários da "Groundforce", ao mesmo tempo que (segundo a imprensa) foram contratados mais 274 funcionários para as voltinhas da governação
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domingo, novembro 07, 2010

A Biblioteca do Senhor Arménio

Quando passei com os meus filhos próximo das velhas portas altaneiras dos Pavilhões do Parque, expliquei-lhes que era ali que se situava a Biblioteca Calouste Gulbenkian, o "paraíso" dos livros sem imagens das Caldas.

O meu filho estranhou que um edifício gigantesco acolhesse uma biblioteca. Expliquei-lhe então que os históricos Pavilhões acolheram muito mais coisas, e que a biblioteca ficava-se por um espaço relativamente modesto, no primeiro piso que aparece na fotografia.

A parte de "leão" do edifício, que até já fora quartel militar, era o liceu, onde andei no ensino secundário.

Ainda bem que o senhor Calouste, em fuga da Guerra que destruiu grande parte da Europa, ficou por cá e por gostar tanto do nosso país, acabou por fazer parte da sua história, através da Fundação com o seu nome, que deu um impulso às artes e letras portuguesas, como jamais alguém tinha dado, sendo, sem sombra de dúvida, o maior mecenas que este país já teve.