segunda-feira, outubro 26, 2015

Caldas SC: José Mourinho e a sua Passagem pelo Caldas (17)


Embora José Mourinho tenha tido uma passagem discreta pelo Caldas Sport Clube, na época de 1977/78, ao fazer parte da primeira equipa de iniciados do Clube, é bom relembrar esta passagem, até por termos sido companheiros nesta equipa que acabou por ficar na história do Caldas, por ter sido, como já disse a primeira, de um escalão onde o Clube tem tido sucesso, conseguindo manter-se há vários anos no Campeonato Nacional. 

José Mourinho só veio para o Caldas porque o seu pai veio treinar a equipa de seniores, que tinha descido para a III divisão e que felizmente voltou a subir nessa época. Recordo que ele além de jogador também era "apanha-bolas" nos jogos de seniores.

Quando se diz por aí que José Mourinho nunca foi jogador,  é mentira. Nunca foi um jogador de top, mas desde sempre que acompanhava o futebol de perto e conhecia muito bem o cheiro dos balneários, assim como tudo o que rodeava os pelados e relvados desta país.

O Zé (era assim que o tratávamos - dava mais jeito que chamar-lhe Mourinho ou Zé Mário...) jogava no meio campo, descaído para o lado esquerdo. Ao contrário de "algumas más línguas" que já utilizaram palavras enganadoras no "facebook", posso acrescentar que ele era titular da nossa equipa. Embora não treinasse connosco (estudava em Setúbal e vinha aos fins de semana ter com o pai às Caldas), não jogava por favor. Não era um fora de série, mas era muito aplicado e certinho como jogador. 

Como companheiro também era um puto porreiro, sem quaisquer tiques de vedeta, incapaz de se armar em "filho do treinador"...

domingo, outubro 18, 2015

O Fólio de Óbidos


Ainda não falei por aqui do Fólio, mais por falta de dados que por outra coisa (não é por isso que me vou associar ao "facebook"...).

Tenho a sensação de que este Festival Literário está virado sobretudo para o exterior (que pode estar errada...), aproveitando todas as potencialidade turísticas desta "Vila-Museu" para a colocar nos calendários internacionais da literatura.

Também estranho que gente que escreve, fisicamente mais próxima que eu de Óbidos (sim estou a falar de vocês dois, Cristina e Henrique...), ainda não tenha escrito uma linha sobre o Festival, mesmo que fosse crítica.

Nem sequer sei se este Festival contribui para a felicidade dos leitores e escritores do Oeste. Espero que sim, pelo menos dos primeiros.

quinta-feira, outubro 15, 2015

Caldas SC: Francisco Vital, o Homem Golo (16)


Estávamos no final dos anos 1960 e sei foi a primeira vez que fui assistir a um treino das camadas jovens do Caldas (ou terá sido mesmo um jogo, de juvenis ou juniores?). A memória às vezes deixa-nos na dúvida.

A Cidade era maior e eu bem mais pequeno... E os bairros tinham fronteiras, não estavam colados uns aos outros como acontece nos nossos dias. Sei que fui com um grande grupo de amigos ao Campo da Mata, naquela que era uma quase despedida do menino prodígio do futebol juvenil caldense, o Vital, capaz de meter golos de todas as maneiras e feitios nas balizas do adversário. Foi por essa razão que tinha sido contratado pelo Benfica...

A partir daí era normal ouvir falar do Vital, que continuava imparável com as cores do clube da Luz, nos juvenis e juniores.

E nunca mais o perdi de vista.

Subiu a sénior e ficou-se pela Segunda Divisão Norte, onde continuava a dar nas vistas como goleador. A tal ponto que acabaria por dar o salto do Riopele para o FC Porto de Pedroto, onde seria bi-Campeão Nacional. Embora nunca se tenha afirmado como titular no Porto, era uma espécie de "arma secreta", que entrava praticamente em todos os jogos, para dar mostras da sua veia goleadora.

Depois teve uma passagem breve pelo futebol espanhol no Bétis e quando voltou jogou no Benfica (voltou a ser Campeão), no Boavista, no Belenenses, para terminar a carreira de jogador no Vizela, com 33 anos (e iniciar a de treinador...).

Vestiu a camisola da selecção A uma vez, tendo marcado um golo. Ou seja, manteve a sua boa média como goleador.

E depois escolheu ser treinador e andou por dezenas de clubes, até pelo Vietname... Voltaria ao Caldas como treinador entre 1992 e 1994, na segunda divisão.

Mas o seu momento grande como técnico aconteceu em 1997, quando passou de adjunto a técnico principal do Sporting CP, ainda que fosse apenas por sete jogos.

segunda-feira, outubro 12, 2015

As "Visitas de Médico" à Cidade


Na semana passada passei pela Cidade, para almoçar com a minha mãe.

Como faço sempre, chego um pouco mais cedo e dou o meu "passeio higiénico". Passo pelo Parque, pela Praça da Fruta, Rua das Montras e desta vez passei pela "Gazeta" para comprar um livro. Acabei por encontrar um amigo que não via há uns dez anos. Foi bom conversar com ele, do nosso bairro, do nosso clube, dos nossos amigos comuns, da vida...

Em relação ao nosso "desencontro" de tanto tempo, disse-lhe a verdade. Quando vou às Caldas, são quase sempre visitas de poucas horas. Passeio um pouco, almoço e meto a conversa em dia com a minha mãe e parto.

Mas foi bom encontrar este companheiro dos velhos tempos, pois foi possível falar-lhe de um projecto literário caldense (constantemente adiado) e da vontade que tinha de me encontrar com ele e com mais dois ou três amigos, em jeito de mesa redonda, para tirar algumas dúvidas e por saber que as conversas "são como as cerejas".

Mas não sei quando é que nos iremos encontrar. Talvez a partir de agora a agenda fique um pouco mais vazia...

quinta-feira, outubro 08, 2015

Caldas SC: A Subida à Primeira na "Gazeta" (15)


Os noventa anos da "Gazeta das Caldas" estão a ser um acontecimento histórico na Cidade, com a presença das capas mais emblemáticas da sua já longa vida, pelas ruas e por áreas comerciais.

No "Centro Comercial Vivaci" gostei de ver a capa do jornal de 28 de Junho de 1955 que festejava a subida do Caldas Sport Clube à Primeira Divisão.

Além da fotografia da equipa, o título da notícia era o seguinte: «A ASCENSÃO DO CALDAS À 1.ª DIVISÃO ABRE NOVAS PERSPECTIVAS AO TURISMO E AO DESPORTO CALDENSES», acompanhada do subtítulo: «É PRECISO SE COM TODAS AS FORÇAS LOCAIS PARA ASSEGURAR A POSIÇÃO ALCANÇADA  (parece que falta aqui uma palavra).»

sábado, outubro 03, 2015

A Balada dos 90 Anos da "Gazeta das Caldas"


Presto aqui a minha homenagem à "Gazeta das Caldas", da qual sou assinante há já umas três décadas, pelos seus 90 anos cheios de vitalidade e bom jornalismo, com um poema da autoria do poeta caldense, José do Carmo Francisco.

Balada para 90 anos da «Gazeta das Caldas»

Na balada que é só minha
A memória é uma mistura
Estou nas Caldas da Rainha
Cruzo a Rua da Amargura
Faço exames numa escola
Em Abril e era a terceira
Num frio de usar camisola
O medo era uma torneira
Em Julho a quarta classe
O diploma vem de Leiria
E sem que eu esperasse
Tive um fato nesse dia
Nos Armazéns do Chiado
Que era na Praça da Fruta
Anos depois assustado
Eu começava outra luta
Minha prima Deolinda
Tinha manteiga no pão
Na recruta que não finda
Seu amor era oração
Reencontrei Juventino
Num café à sua mesa
Mal sabia que o destino
Me reservava a surpresa
Hoje se sou jornalista
Devo ao querer imitar
Em jornal ou em revista
Seu percurso singular
Que começou na aldeia
No Jornal Catarinense
Onde a força duma ideia
É razão que tudo vence
Foi nesta automotora
Que o Mundo cresceu
Do menino de outrora
Ao adulto que sou eu
Entre horário da carreira
E o comboio a atrasar
Já não havia maneira
De chegar ao nosso lar
Nem o Vítor da carrinha
Nem o senhor Guimarães
Resolviam à noitinha
Problema de pais e mães
Garagem dos Capristanos
Primeiro café de surpresa
E passados tantos anos
Continuamos na mesa
Noventa anos de idade
Cabeçalho dum Jornal 
Começou numa cidade
Vai ao Mundo em geral
Coração em pé de guerra
Ele chega a todo o lado
É o tempo da minha terra
Numas folhas condensado
Tenho meu nome e retrato
Treze anos de presença  
Há um secreto contrato
Que liga nossa diferença
Numa idade mais madura
Abre-se ao Mundo o jornal
A memória é uma mistura
E esta balada é plural
Nela cabem os projectos
Os sonhos e as alegrias
Os jornalistas concretos
A escrever todos os dias

José do Carmo Francisco