Desde pequeno que me lembro de uma senhora, que morava à frente da velha casa da minha avó, em Salir de Matos, que embora passasse o tempo em volta da igreja da aldeia, era "má como as cobras".Minha avó nesses tempos já questionava o que é que essa gente andava a fazer nos templos sagrados. E como tinha uma qualidade/defeito (depende sempre do ponto de vista...) terrível, não mandava recados por ninguém, ía directamente à fonte. Claro que isto provocou-lhe muitos dissabores pela vida fora...
Fui crescendo e conhecendo outros frequentadores de templos católicos, que além de parcos em virtude, tinham uma outra marca comum, eram tão pouco tolerantes para com os outros, ao contrário do Jesus, que me tinham apresentado...
Infelizmente, ainda hoje é assim, mesmo ao mais alto nível da hierarquia religiosa. Não esqueço a "guerra santa" contra o uso do preservativo, quando se morria em África e afins de HIV. Muito menos, a última farsa à volta da homossexualidade, quando existem vários padres, por aí, que não enganam ninguém...
E o pior, é que se estas "excelentíssimas bestas" tivessem poder para isso, voltava-se a um tempo próximo da inquisição.
Como nunca tive idade para falsos moralismos, gostaria muito de ver o Deus, poderoso e salvador, a fazer "milagres" no comportamento desta gente que além de gostar de degustar hóstias, exala laivos de superioridade e de paternalismo bacoco, por todos os poros.
A avó tinha razão, Deus existe mas não está em todo o lado, e de certeza que nunca foi a fonte de inspiração da vizinha da frente, da velha casa familiar de Salir de Matos, da qual não recordo o nome... Casa que está prestes a desaparecer e que agora pertence à Paróquia da Aldeia (grande ironia da vida)...
O texto está ilustrado por dos "cartonns" mais famosos de António, "O Preservativo Papal"...