sábado, dezembro 30, 2017

Caldas SC Acaba o Ano em Grande

Cheguei a casa e acabei por saber que o Caldas tinha empatado com a Académica e que o jogo iria ser decidido pelas grandes penalidades.

Minutos depois soube que o Caldas venceu por 4-2, o que demonstra a sua grande força mental, ao derrotar um histórico como a Académica (mesmo que milite na 2ª Liga), na "lotaria dos penalties". E fiquei a saber que a equipa caldense jogou toda a segunda parte com menos um jogador...

Parabéns aos atletas e ao treinador, José Vala, por terem feito história na vida do velho Caldas, conseguindo passar aos quartos de final da Taça de Portugal.

(Fotografia retirada do site de "A Bola")

sexta-feira, dezembro 22, 2017

Salir de Matos em Parágrafos (8)

«Não me lembro de passar o Natal em Salir de Matos na infância, nem que os meus avós dessem um valor especial a esta quadra festiva, se excluir o significado religioso. Aliás, na minha infância não havia "Pai Natal", mas sim o "Sapatinho do Menino Jesus".
E realmente era muito mais fácil "acreditar" na lenda com uma criança descer pelas chaminés para deixar os presentes no "sapatinho" que na figura bonacheirona do Pai Natal, a enfiar-se na chaminé para deixar os presentes  na "árvore de natal"...
Lembro-me sim de fazermos o presépio na nossa casa, irmos aos pinhais procurar o "melhor" musgo para colocar em cima da máquina de costura fechada, onde depois colocávamos as pequenas figuras de barro (além da família tradicional com a vaca e o burro, dos três reis magos, havia os pastores, as ovelhas, um moinho, o moleiro, e mais uma ou outra figura que não recordo...). Normalmente era o pai que trazia a árvore de natal, um pequeno pinheiro natural apanhado nos pinhais que cercavam o bairro da nossa infância, entretanto engolidos pela urbanidade...
Já adulto, lembro-me de irmos passar a noite de 24 à casa dos tios de Salir de Matos e de fazermos de pais natais (levávamos presentes para a avó (o avô já partira...), para os tios, mas sobretudo para os primos, que ainda estavam na idade de esperarem ansiosamente pela meia-noite e de se deliciarem com as prendas.
Depois eles cresceram, a avó também partiu e perdeu-se este hábito familiar...»

(Fotografia de Luís Eme - Presépio junto à Igreja de Salir de Matos em 2009)

sexta-feira, dezembro 01, 2017

Dom Rafael na Baixa...

Vejam só quem é que descobri hoje na Baixa Lisboeta...

Esse mesmo, o nosso Dom Rafael Bordalo Pinheiro!

(Fotografia de Luís Eme)

domingo, novembro 05, 2017

Salir de Matos em Parágrafos (7)


Hoje vou falar do meu avô, Manuel Joaquim, um excelente contador de histórias e homem de grande sabedoria em relação a todas as coisas da natureza.

O que não ele aprendeu nos livros que não leu (por nunca lhe terem ensinado praticamente nada do mundo das letras e das palavras escritas), numa altura em o normal nas aldeias era as crianças não colocarem os pés na escola (ajudar a família nos campos era muito mais "importante"...), aprendeu com as muitas vozes da sabedoria, que escutou aqui e ali, guardando histórias e saberes milenares dos campos, sobre a magia da natureza.

Histórias que nos contava com mestria, deixando-nos presos às suas palavras, sentados nas escadas de cimento que davam acesso à casa de fora.

(fotografia de Artur Pastor)

segunda-feira, outubro 30, 2017

«Então quer dizer que vives mesmo em Almada?»

De vez enquanto cruzo-me com um rapaz que conheci nas viagens que fazíamos de comboio entre Caldas e Lisboa, há mais de trinta anos (quando este era o transporte por excelência de uma boa parte das pessoas do Oeste, porque o "expresso" saia à tarde e não havia um carro ou dois por lar... Foi antes de sermos "europeus" e do "cavaquismo"...).

Ele vinha de S. Martinho (onde tinha casa de férias...) mas era de Almada.

Quando vim morar para Almada (lá vem os trinta anos, como o tempo passa...), passei a encontrá-lo mais vezes pelas ruas da Cidade. Trocávamos palavras de circunstancia (como ainda trocamos...), mas nunca nos tornámos próximos.

Foi por isso que estranhei que hoje, quando nos cruzámos, ele me tenha perguntado, se ainda tinha ligações às Caldas. Disse que sim, de vez enquanto ia almoçar com a minha mãe e o meu irmão. Ele estranhou e fez a pergunta parva da ordem: «Então quer dizer que vives mesmo em Almada?»

Disse que sim e lá continuámos o nosso caminho...

(Fotografia de Luís Eme)

domingo, outubro 22, 2017

O Número Um...

Ontem encontrei na FIL um busto do grande Rafael Bordalo Pinheiro, que estava em boa companhia.

Mas ele é que era o verdadeiro número naquele cenário. Mas não vale a pena ligarem para aquele número, ele não atende...

(Fotografia Luís Eme)

quarta-feira, setembro 13, 2017

O Centro de Artes das Caldas

Embora possa ser uma sensação agradável sermos a única pessoa que está no interior do museu (como se o museu estivesse aberto só para nós), não deixa de nos questionar, e até inquietar...

Nem sequer vou na conversa das "pérolas e dos porcos". As coisas são o que são.

Se as Caldas possuem um Parque, que é um autêntico Museu Aberto, povoado de esculturas de inegável beleza e qualidade artística, não é muito inteligente falar de "défice de cultura" dos caldenses.

Mas o Centro de Artes está ali... e é um bálsamo passear por lá, ao lado de tanta gente diferente, de pedra, de ferro, de gesso, de barro...

(Fotografia de Luís Eme)

domingo, setembro 03, 2017

Salir de Matos em Parágrafos (6)

«Não foi um acidente. Foi uma escolha, uma opção familiar.
E foi assim que nasci no terceiro dia de Setembro às 17.30 horas no quarto-maternidade da família, na casa dos avós maternos em Salir de Matos. 
Lembro-me de não achar muita piada de início, por viver na cidade e ter ido nascer à aldeia. O argumento da família era que no velho Hospital de Santo Isidoro das Caldas "se trocavam os bebés". 
Parece que nessa altura os boatos já tinham muita força...
Curiosamente, com o tempo, fui gostando da ideia de ter nascido em Salir de Matos, no mesmo quarto onde nasceram a mãe os tios e o meu irmão...
Quarto que tinha uma particularidade, ficava ligeiramente acima do forno, pelo que era um pouco mais quente que os outros. Mas como ainda nasci no Verão, a temperatura devia ser agradável nesse já longínquo início de Setembro dos primeiros anos da década de sessenta.»

(Na foto sou o mais pequeno e mais redondinho, com a Mãe e o Mano, em Salir de Matos... - escrito originalmente para as "Viagens")

quinta-feira, agosto 17, 2017

Salir de Matos em Parágrafos (5)

«As reuniões familiares, em que se juntam três, quatro, e até cinco gerações diferentes, são quase sempre espaços de boas memórias.
Depois do café e da sobremesa, é normal que os mais antigos escolham as histórias com mais humor da sua juventude, para retratarem um tempo tão diferente dos dias de hoje, em que por exemplo a exploração da mão de obra infantil era comum a todas as famílias. E também era a única possibilidade de se sobreviver, num tempo em que quase todas as pessoas eram pobres... principalmente quem vivia no campo, em aldeias profundamente rurais como era Salir de Matos.
Mesmo assim, há sempre um ou outro drama que se mistura, um sentimento de injustiça que se aviva, porque, ao contrário do que se pensa, não era mais fácil ser-se pai e mãe, nesse tempo em que quase eram proibidos os afectos.»

(escrito originalmente para as "Viagens")

(Fotografia de Luís Eme)

terça-feira, agosto 15, 2017

Romeu e a Feira de 15 de Agosto


A Feira do 15 de Agosto das Caldas da Rainha continua a fazer-se, mas há muito que não é o acontecimento de outros tempos (a magia que acompanhou a nossa infância, fugiu...). Com as devidas distâncias era aquilo que conhecemos mais próximo do imaginário teatral e ficcional do Romeu, presente a espaços em livros como a "Roberta", "Bonecos de Luz" ou "O Vagabundo das Mãos de Oiro".

Claro que o Portugal da nossa infância (anos setenta...) é muito diferente do de Romeu dos anos vinte e trinta. Nessa altura, por sermos menino de cidade nem faziamos ideia que havia "cinema ambulante", que foi uma das primeiras coisas a maravilharem o grande dramaturgo e escritor almadense...

Mas havia o circo (sempre gostámos de palhaços...), os carroceis, o "poço da morte", que na época era uma das maiores aventuras que se podiam ver e que a mãe nos ia proibindo de ver. Mas houve um ano que assistimos mesmo aqueles malabaristas que com motas especiais, conseguiam andar de pernas para o ar e conduzir de olhos vendados...

Claro que falar desta "magia" aos nossos filhos, faz com que nos olhem de lado e pensem em coisas parecidas com a "pobreza franciscana"...

(texto publicado no blogue de homenagem a Romeu Correia e fotografia de Luís Eme)

quarta-feira, julho 12, 2017

Salir de Matos em Parágrafos (4)

«Todas as aldeias eram fartas em tabernas (muitas com a mercearia mesmo ali ao lado), até pelo menos aos anos oitenta. Salir de Matos não era excepção. Os cafés demoraram um pouco mais a entrar nestas pequenas localidades que nas cidades...
A taberna que eu gostava mais era a do Ti Zé David, pela proximidade da casa da avó e também pelo jeito peculiar do dono em levar à certa toda a gente, dos 8 aos 88 anos.
Era um finório que tinha os bolsos sempre cheios de histórias que encantavam a pequenada... É por isso que o Ti Zé David continua a ser uma das boas memórias de Salir...»

(escrito originalmente para as "Viagens")

(Fotografia de Xavier  Miserachs)

sábado, julho 08, 2017

Salir de Matos em Parágrafos (3)


«Esta podia ser a esquina da rua das traseiras da casa da avó, e estes muros os dos nossos pátios, que eu e o meu irmão chegámos a caiar, para oferecer aquele branco tão característico das aldeias portuguesas, especialmente as do litoral e do Sul.
Também as vestes da senhora podiam ser as das mulheres de idade destes lugares. Normalmente sobreviviam aos maridos e faziam o luto no resto das suas vidas...
Eram aldeias a preto e branco.»

(Escrito originalmente para as "Viagens")

(Fotografia de Ramon Masats)

segunda-feira, julho 03, 2017

Salir de Matos em Parágrafos (2)


«A presença masculina no avô esteve ausente no "primeiro parágrafo", porque a casa dos meus avós maternos foi sempre a "casa da avó", com a sua complacência. Ele seria quanto muito dono das fazendas e dos pátios, onde viviam os animais do "jardim zoológico familiar".
Talvez esteja aqui presente muito da tradicional sabedoria popular, que nos diz que a rua é dos homens e a casa das mulheres...»

(escrito originalmente para as "Viagens")

(Fotografia de Eládio Begega - a minha avó era muito mais bonita...)

sábado, julho 01, 2017

Salir de Matos em Parágrafos (1)


«Embora sempre me lembrasse da casa da avó com luz eléctrica (foi das primeiras pessoas da aldeia a ter esta modernidade, graças ao tio Zé, electricista...), adorava visitar de noite a casa dos Antunes, ainda iluminada pelos candeeiros de petróleo, por todo aquele jogo de sombras digno de qualquer palco, desde os corpos que se agigantavam nas paredes aos rostos que quase se tornavam fantasmagóricos, por serem iluminados por pontas.»

(publicado inicialmente dentro de uma posta no meu  "Largo da Memória" - 30 de Junho de 2017)

(Fotografia de Helen Levitt)

domingo, junho 25, 2017

José Mourinho Félix (1938 - 2017)


Faleceu José Mourinho Félix, que foi um excelente guarda-redes (V. Setúbal e do Belenenses) e um bom treinador (na 1.ª divisão treinou o Belenenses, o Rio Ave e o V. Setúbal).

O Caldas SC foi um dos muitos clubes que treinou, no final dos anos 1970, numa época extremamente gratificante para a equipa caldense que ganhou a sua série do então terceiro escalão do futebol, regressando à II Divisão.

Há um facto curioso, e especial para mim, foi ele que me escolheu nos treinos de captação para a primeira equipa de iniciados do Caldas (não tinha sido escolhido no primeiro treino que realizei, dirigido pelo Américo, antigo atleta do clube...). 



No começo dos anos 1990 entrevistei o Quinito, que era o treinador do V. Setúbal para o "Record" e acabei por falar também com o Mourinho (penso que era o secretário técnico do clube). Num clima de grande companheirismo, acabámos por falar de outras coisas, fora da entrevista - graças ao Quinito, um treinador e um homem especial... - e eu acabei por lhe contar que tinha sido ele que me escolhera para a equipa de iniciados do Caldas, onde jogara com o filho (que nessa altura era  um "desconhecido" no mundo do futebol. Penso que na época era adjunto de Manuel Fernandes no E. Amadora e foi na temporada seguinte que foram os dois para o Sporting, para a equipa técnica de Bobby Robson...) a quem deixo um abraço de condolências.

Claro que Mourinho Félix não fazia a mais pequena ideia do episódio. Sorriu ao sentir-se lisonjeado e disse qualquer coisa do género: "como o mundo é pequeno"...

quarta-feira, junho 21, 2017

O Zé Povinho do Mártio


Este é o Zé Povinho do Mártio, um artista plástico do Concelho de Almada. 

Ele além de ser um bom pintor também fez várias experiências com barro, na senda do nosso Rafael, explorando a parte mais alegre da cerâmica.

(Fotografia de Luís Eme)

quinta-feira, junho 01, 2017

Armando Silva Carvalho Procurou Abrigo na Sombra do Mar...


Soube do desaparecimento do Poeta pelo Henrique, na sua “Antologia do Esquecimento" depois passei pelo site do ”Público”, onde fiquei a saber mais pormenores através da notícia que transcrevo:

«O poeta Armando Silva Carvalho morreu esta quinta-feira de manhã, aos 79 anos, no Hospital Montepio Rainha D. Leonor, nas Caldas da Rainha, na sequência de um cancro de pulmão. O corpo será velado a partir das 15h30 em Olho Marinho, no concelho de Óbidos, onde o escritor nasceu, e o funeral está marcado para sexta-feira às 17h30, também em Olho Marinho. A missa será celebrada pelo seu amigo, e também poeta, José Tolentino Mendonça.
Nascido em 1938, Armando Silva Carvalho estreou-se há mais de 50 anos, em 1965, com  Lírica Consumível. Venceu com ele o Prémio de Revelação da Sociedade Portuguesa de Escritores. A Sombra do Mar, o último a chegar às livrarias, em 2016, foi distinguido com o Grande Prémio Casino da Póvoa na edição deste ano do Correntes d' Escritas. Trata-se, possivelmente, do seu melhor livro desde Lisboas (2000) — pelo meio houve títulos como O Amante Japonês (2008), Anthero Areia e Água (2010) ou De Amore (2012).»

Ia escrever que a poesia do Oeste tinha ficado mais pobre, mas é apenas mais um lugar-comum, que até pode ser mentiroso.

Não seria nada do outro mundo que o desaparecimento do Armando Silva Carvalho despertasse no mínimo curiosidade sobre a sua obra poética…

(Fotografia de Autor Desconhecido)

sexta-feira, maio 19, 2017

Falar de Maio...


O 15 de Maio foi há quatro dias.

Não devo ter escrito sempre neste Dia da Cidade, em que as Caldas é ainda mais Rainha.

Mas este ano nem sequer soube nada das festividades. Tenho as duas últimas "Gazetas" ainda fechadas dentro do saco de plástico. Não sei explicar este desinteresse. Sei apenas que ele existe e não me agrada muito.

Também sei que o 15 de Maio nunca foi um dia muito interessante na história da minha vida, mas...

(Fotografia de Luís Eme)

quinta-feira, maio 11, 2017

Às Vezes Penso Voltar...

Às vezes penso voltar às minhas origens...

Digo a mim próprio que há muito espaço para as minhas divagações, mesmo que me esteja a iludir.

Não é só o mar que tem mais ondas. Há também os campos quase abandonados, que parecem oferecer a possibilidade de andar quilómetros e quilómetros sem me cruzar com a gente que se acotovela em prédios altos e largos.

Sei e sinto que devia voltar.

Só não sei se vou ter tempo...

(Fotografia de Luís Eme)

sexta-feira, março 31, 2017

Que seja Alguma Coisa e Não Ruinas...

Uma amiga meteu-se comigo há dias por os Pavilhões do Parque das Caldas fazerem parte da célebre lista de património que o Estado quer ceder aos privados.

Eu não fiquei nada incomodado com o facto. Só espero que os Pavilhões possam ter presente e ser alguma coisa boa que contribua para o futuro da Cidade Termal e não as quase ruínas de tantos anos de abandono...

(Fotografia de Luís Eme)

quinta-feira, março 09, 2017

"Olha" o Valter em Almada


"Olha" é a exposição de Valter Vinagre, que este ano assinala o Dia Internacional da Mulher ,na Galeria Municipal de Almada.

É uma exposição curta, de apenas doze fotografias sobre "realidades invisíveis" da violência doméstica...

terça-feira, fevereiro 28, 2017

O Museu do Ciclismo das Caldas


O tempo voou e não falei aqui nas "Viagens" da minha visita ao Museu do Ciclismo, para assistir à exposição de fotografia, "Caldas da Rainha, Retratos e Outras Histórias I", de Valter Vinagre, e claro, à colecção permanente deste extraordinário espaço dedicado ao ciclismo e ao ciclista português.


Gostei das fotografias do Valter e também de subir ao andar superior e rever os grandes campeões, como foram o Alves Barbosa (surge na fotografia) ou o Joaquim Agostinho.

E além de me oferecerem um café, ainda tive oportunidade de trocar algumas palavras com o mentor do museu, Mário Lino e com umas meninas simpáticas.

(Fotografias de Luís Eme)

segunda-feira, fevereiro 13, 2017

As Ovelhas do Tio Gostam de Laranjas

Na semana passada fui almoçar às Caldas com a minha Mãe e depois do almoço passámos por Salir de Matos, para fazer uma visita de médico aos tios.

Uma das distracções de um dos meus tios são os animais que vai criando, donde se destacam os dois cachorros, o "Bolinhas" e o "Mantorras" e também a meia-dúzia de ovelhas que aproveitam os campos verdes e, surpresa das surpresas, as laranjas que caiem ao chão, de uma das laranjeiras do casal.

Achei curioso este facto e acabei por tirar uma fotografia. Infelizmente não apanhei nenhuma ovelha com uma laranja na boca, porque elas assim que vêm uma máquina fotográfica fazem logo pose e esquecem por momentos o "manjar".

(Fotografia de Luís Eme)

quinta-feira, fevereiro 02, 2017

A Minha Rua 26...

«Que pobreza, ruas apenas com números...»

Já estávamos num outro século, mas acabei por sorrir, porque aquela frase me levou à infância, ao Bairro dos Arneiros, onde só faltou nascer (fui nascer à casa-maternidade da avó, em Salir de Matos...) e vivi toda a minha infância.

Pois foi, a minha rua era a número 26, embora fosse mais conhecida pela "rua do meio". E não veio nenhum mal ao mundo por as ruas do bairro serem numeradas. Provavelmente o bairro nasceu na clandestinidade, depois os serviços camarários das Caldas deviam ter outras preocupações que andar a distribuir nomes de pessoas e lugares pelas ruas.

Nos nossos dias é a Rua do Compromisso. Claro que gosto mais que as ruas tenham nomes de pessoas ou de acontecimentos ou costumes com história, mas como a vida também se faz com números...

(Fotografia de Ferreira da Cunha)

quarta-feira, janeiro 25, 2017

Uma Possibilidade, Entre Outras...

Quase de repente (a partir de Dezembro e tem continuado em Janeiro...) as "Viagens pelo Oeste" passaram a ser o meu blogue com mais visualizações.

Não só estranhei como pensei que poderia ser alguma avaria do "bloguer".

Foi então que pensei no Caldas Sport Clube e nos muitos emigrantes do Oeste...

Embora tenha passado ao lado de muito boa gente, o velho Caldas completou o seu centenário em 2016. E eu ainda escrevi "35 postas" sobre esta efeméride. Acho que nunca contei aqui, mas tinha a ilusão de escrever 100 textos (por muito pequenos que fossem...) sobre o principal Clube de futebol das Caldas da Rainha. Ilusão que se foi perdendo com o tempo, por não ter muito tempo para investigar e principalmente por não ter imagens. E a blogosfera vive muito da imagem...

Mas pode estar aqui o segredo das largas centenas de visualizações diárias...

Claro que não é por toda esta afluência de "público" que vou voltar a escrever com mais regularidade por aqui. A minha "ausência" acontece porque nos últimos temos sinto-me mais distante da Cidade onde cresci, sem encontrar uma razão palpável. As visitas que faço são as mesmas, quase sempre "de médico", apenas para almoçar e conversar com a minha Mãe.

Há amigos de quem o meu irmão fala que não vejo há décadas. Alguns até poderei ter dificuldade em reconhecer às primeiras, porque o tempo, entre outras coisas, troca-nos o cabelo por um abdómen mais proeminente. E em alguns casos, transfigura-nos mesmo...

(Escolhi este postal antigo para ilustrar estas palavras, porque espero que façam alguma coisa com os "Pavilhões do Parque", há tantos anos abandonados e espezinhados. Sim, é porque não um hotel?)