Volto aos campos, para falar das vindimas, que me lembro desde sempre e que se iniciavam durante o mês de Setembro (normalmente na segunda quinzena).
Fazer vinho era um dos maiores orgulhos do avô, e depois passou a ser do meu pai, quando herdámos uma das vinhas, o Arneiro.
Há quase algo de mágico na arte de fazer, é quase uma quimera que enche de orgulho quem trata de uma vinha desde o seu início, a poda, até ao fim, a apanha das uvas...
Além do vinho que chegava aos lagares, havia a aguardente, o açúcar (e um pó branco, conservante acho eu), que se misturam na pia, que era despejada com o motor para um dos depósitos enormes da adega (que também herdámos...), onde ficava a fermentar.
O avô (e o pai, posteriormente...), iam medindo o grau do vinho, quase tina a tina, não escondendo o orgulho da fortaleza deste néctar, em anos mais quentes e com menos chuva na Primavera e Verão...
O óleo é de Ernesto Arrisueno.