segunda-feira, setembro 30, 2013

Ainda Não Foi Desta...


Ainda não foi desta que fiquei agradavelmente surpreendido com os resultados eleitorais na minha "Cidade Natal"...

O caciquismo e o populismo têm um peso do caraças.

O óleo é de Douglas Martenson.

sexta-feira, setembro 27, 2013

"As Minhas Derrotas Eleitorais"...


Embora tenha deixado as Caldas aos dezoito anos, a tal idade maior para tanta coisa, inclusive para votar, a morada dos meus pais continuou a ser a minha primeira morada durante alguns anos. Só em 1987, quando decidi viver em Almada, é que deixei de ser "derrotado" nas eleições.

Nesses tempos já longinquos votava com convicção, e alguma ingenuidade, na CDU. Há um facto curioso que me une à presidente da Câmara de Almada, Maria Emília de Sousa: a sua primeira vitória eleitoral, coincidiu com a minha, enquanto eleitor.

E como me sentia bem nesta terra de operários, onde ainda não havia o hábito de se olhar os outros com sobranceria, o que acontecia nas Caldas (e em todas as Vilas e Cidades pequeno-burguesas...).

Tanta coisa que mudou nestes vinte seis anos...

O "cavaquismo" e os dinheiros da CEE foram a nossa perdição, embora muita a gente continue a gostar de dar "porrada" no Sócrates...

O óleo é de François-Emile Barraud.

segunda-feira, setembro 23, 2013

A Chegada do Outono na Minha Infância


Quando era mais pequenote a chegada do Outono nunca me mereceu grandes cuidados, nem nunca a olhei como uma "estação maldita".

Provavelmente por ainda desconhecer o significado da palavra melancolia...

Uma das coisas que o Outono anunciava era o fim das férias e o começo das aulas. Recordo que isso nunca foi uma tragédia para mim, pelo menos na escola primária. Ficava mesmo com algumas saudades da professora e dos meus amigos.

Também gostava do "festival das folhas caídas", que quase ofereciam uma "alcatifa" ruidosa ao parque...

Nesses tempos, não só gostava de Setembro, como ainda não tinha nada contra Outubro...

sábado, setembro 14, 2013

Tempo das Vindimas


Se há algo que me deixa bastante nostalgia, dos tempos que passava nos campos, é a época das vindimas.

Hoje, à distância de mais de uma década (a última vez que participei nas vindimas deve ter sido em 2000...), sinto saudades de toda aquela movimentação, das pessoas e das suas conversas (mesmo das brejeiras...), da paragem para a "bucha", que era quase um piquenique, das viagens até ao lagar por caminhos levados da breca e depois do exercício de força que travávamos para esmagar as uvas e ver o vinho a escorrer para a pia, que depois o motor levava para os depósitos.

Até consigo ver o rosto de felicidade do avô, a medir o grau do vinho...

E se recuar mais tempo, vejo-me ainda pequenote a ficar quase coberto até à cintura pelas uvas, descarregadas da tina, no momento em que ainda as posso pisar, antes de entrarem os homens para trabalharem e não brincar no lagar...

sábado, setembro 07, 2013

Não Quero e Não Posso


A propósito do comentário da Rosa, ao último texto publicado, em que dava conta do "desaparecimento físico" da cada dos meus avós maternos, só posso dizer que não quero nem posso desistir de Salir de Matos.

Não são apenas as memórias que me prendem, felizmente ainda tenho por lá familiares (tios e primos). Acho que vou gostar sempre de passar por lá, mesmo que as visitas sejam cada vez mais espaçadas...

Mesmo não sendo uma certeza absoluta, penso que se a "casa da avó" (foi sempre a casa da avó e nunca do avô, vá lá saber-se porquê...) tivesse calhado em herança à minha mãe, ainda era da família e estaria habitável.

Isto não é uma crítica à opção dos meus tios, que venderam  casa à paróquia (que na altura disse o contrário do que veio a acontecer, a casa era para recuperar e não para cair em ruínas). É mais uma constatação sentimental, de um lugar com tão boas memórias...

terça-feira, setembro 03, 2013

Os Nossos Olhos Só Vêm o que Querem Ver


No dia 15 de Agosto passei por Salir de Matos e vi que já nada restava da velha casa dos meus avós, onde nasci há cinquenta e um anos.

Disseram-me que a casa já tinha "desaparecido" da última vez que tinha vindo a Salir.

Fiquei a pensar que os nossos olhos só vêm mesmo o que querem ver...