Ouvia-o falar e recordava uma história parecida, mas com contornos diferentes.
Ele era o imprescindível, ao contrário de mim, que poderia ser substituído por qualquer outro, com o mesmo êxito.
E isso não aconteceu apenas no futebol, também se passou no voleibol, no basquetebol e no andebol. Não passava de um jogador mediano, que normalmente fechava as equipas.
Explicações? A amizade, mas também a minha entrega. Acho que todos sabiam que se fosse preciso corria mais que eles, porque além de forte fisicamente, era extremamente generoso e solidário para com as equipas onde jogava.
Foi assim, como "sétimo jogador" que ganhei vários torneios populares de futebol de sete, para miúdos entre os doze e os catorze anos, com amigos que ainda prezo, mesmo que não os encontre há mais de duas décadas (e alguns casos três...).
O guarda-redes das equipas era sempre o Xico Madeira, franzino e pequenino, mas capaz de fazer defesas "impossíveis", tal como o seu irmão Jorge, um pouco mais velho. Depois jogavam o Zé da Silva, o Xico "Gago", o Paulo Gaspar, o Rui Pedro, o Nuno, o António Carlos (apenas uma ou duas vezes, o seu individualismo não se enquadrava muito no nosso sentido colectivo, por isso é que era conhecido pela malta como o "caga-manias"...) e mais um outro amigo que agora não recordo. Eu normalmente fechava a equipa (quase nunca existiam suplentes...).
O mais giro disto tudo foi um "craque" de qualquer rua, me ter recordado que não passava do "sétimo jogador"...