Ainda no serão de quinta-feira ouvi várias pessoas a culparem o Natal por não terem tido presentes, uma árvore ou um presépio, na infância...Falavam com tristeza e mágoa.
Felizmente para mim o Natal sempre foi uma época de paz e alegria, desde que me lembro, mesmo sem a existência de farturas.
Na minha meninice não havia o pai natal, mas sim, o Menino Jesus. Era ele que descia pela chaminé e colocava os presentes no sapatinho...
Claro que nem eu nem o meu irmão, pequenotes, ficámos muito convencidos com esta história, até porque a chaminé era muito estreita...
Nessa altura também não fazíamos árvore de natal. Fazíamos sim o presépio, com muitas figuras e musgo, retirado dos pinhais que rodeavam o Bairro dos Arneiros...
Provavelmente sou capaz de me estar a repetir, porque as "Viagens" já vão no terceiro natal, e as histórias dos meus natais no Oeste, foram assim...
O que sinto na actualidade, é que se não tivesse os meus dois filhotes, passava um pouco ao lado de toda esta atmosfera consumista, que mesmo de bolsos vazios não consegue dar tréguas à "crise".
E para terminar, desejo-vos a todos Festas Felizes.
A pintura escolhida é de Rafael, "La Belle Jardiniére", do século XVI, pelo simbolismo, uma mãe atenciosa e protectora com as suas duas crianças, como foi e é a minha mãe (e todas as mães, claro).