Estava a escrever mais um capítulo de um "possível" romance, e ao dar um nome a uma personagem (Zeca), lembrei-me de dois irmãos que foram meus amigos de infância e do meu irmão.
Chamavam-se Zeca e Jaime e tinham mais ao menos a nossa idade. Não lhes consigo dar um rosto, nem existe qualquer fotografia para os identificar, sei que eram "reguilas" como nós e davam cabo da paciência dos avós. Moravam num das transversais da rua da Estação (a última, a mais próxima da passagem de nível). Lembro-me que moravam com os avós e um dia qualquer mudaram-se e nunca mais os vimos.
Provavelmente foram morar com os pais. Nesses anos sessenta e setenta era comum os filhos ficarem entregues aos avós, devido à emigração. Nem sempre os pais tinham a possibilidade de ter os filhos com eles, especialmente aqueles que pensavam exageradamente no dinheiro que ganhavam, fazendo logo o "câmbio" de cabeça, no tempo do escudo, do marco e do franco...
O óleo "vivo" é de Mikael Bridges...
10 comentários:
Que quadro Lindo!
Ao ler lembrei-me de amigos que perdi na infância e que nunca mais encontrei.
A vida é muito madrasta.
também deixei de saber de amigos e colegas de escola lá de caldas... vamos mudando, perdemos o rasto uns dso outros...
beijinhos
Era o tempo de filhos criados sem pai e de viúvas de vivos...
Também houve avós que se assumiram como pais dos netos! :-((
Amei o óleo!
Beijos
pois é, Laura.
é feita de perdas e ganhos, Ana...
sim, Gaivota, é o ciclo da vida...
tantos, Rosa...
(pela emigração e pela guerra)
é soberbo, Cris.
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