Não sei muito sobre ti e, sinceramente, não me apeteceu investigar ou ler o que os outros escreverem sobre o teu talento de atleta, fora de série, ou fazer o teu resumo desportivo. Também nunca te vi jogar, quanto muito lembro-me de teres sido treinador do nosso velho Caldas, uma ou outra vez.
Havia duas marcas pessoais que tinhas, uma ligeira corcunda (não sei se te chamavam "marreco"...) e a brilhantina que colocavas no cabelo (também não sei se a substituíste por gel nos últimos anos...).
Foste sempre o ídolo número um das gentes das Caldas. Penso que continua a existir uma unanimidade à tua volta, como existia com Eusébio a nível nacional, graças ao talento que tinhas, de sobra para levares o Caldas "às costas" - podia ser uma explicação para a tua curvatura na coluna, em mais uma daquelas ironias da vida - e conseguires, de mão dada com os teus companheiros, o milagre de manter o Clube durante quatro épocas consecutivas na Primeira Divisão.
Nesses já longínquos anos 1950 as tácticas eram diferentes, assim como o posicionamento dos jogadores, mas tu eras o "maestro" de uma "orquestra" nem sempre afinada e também marcavas uns golitos, quando te deixavam à solta. O teu talento fazia com que fosses o alvo a abater dos muito adversários caceteiros (nesses tempos parece que havia quem gostasse mais de chutar a canela que a bola)...
Nesses já longínquos anos 1950 as tácticas eram diferentes, assim como o posicionamento dos jogadores, mas tu eras o "maestro" de uma "orquestra" nem sempre afinada e também marcavas uns golitos, quando te deixavam à solta. O teu talento fazia com que fosses o alvo a abater dos muito adversários caceteiros (nesses tempos parece que havia quem gostasse mais de chutar a canela que a bola)...
Os fulanos agarrados ao passado dizem que se jogasses hoje podias ganhar o dinheiro que querias. E que provavelmente estavas a jogar no estrangeiro. Não sei, mas pelo menos brilhavas na Primeira Liga e não no Campeonato de Seniores.
Sei apenas que envelheceste bem, sem tiques de vedeta e sem perderes o sorriso. Soubeste ser um campeão também fora das quatro linhas.
Já falei de ti aqui, António Pedro. E hoje tenho a certeza que eras mesmo tu, o velho simpático que estava à janela e cumprimentou a minha mãe (que continua a morar naquela que também era a tua rua...) e a mim por acréscimo.
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