terça-feira, setembro 08, 2015

Olhar pata Trás e Descobrir os Limites da Liberdade


Sem que existisse um motivo especial, lembrei-me do quanto era livre na infância...

Claro que houve logo uma voz (daquelas interiores...), que exclamou que a inocência e a ignorância tornam-nos aparentemente livres. E é verdade.

Como nasci e cresci distante de qualquer tipo de poder, no seio de uma família simples com hábitos vulgares, assentes no trabalho diário, o tal de "onde nasce o pão", tenho dificuldade em me ver  a viver numa ditadura na infância.

Mas se pensar mais um pouco, descubro que havia coisas estranhas, embora nem me desse ao trabalho de pensar nelas. Havia um medo diferente do que existe hoje. As pessoas tinham mais consciência dos limites que existiam na sociedade, do que podiam e não podiam fazer.

Era ainda mais fácil alguém abusar da autoridade que tinha. Qualquer soldado da GNR tinha "um rei na barriga" (e as deles eram quase sempre enormes...).

Havia uma ideia generalizada (pelo menos no seio da minha família...), de que quem era polícia (GNR, PSP ou PIDE) não era boa pessoa. Os seus elementos eram escolhidos a dedo, por serem tipos capazes de cometer  até actos criminosos, a coberto de uma lei  com demasiados olhos.

Claro que esta minha visão (que pode estar um pouco distorcida), era de quem cresceu numa cidade de província e passava férias na aldeia...

O óleo é de Célia Reisman.

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