A meio do telefonema saiu-se com esta: «É preciso ter lata. Largas a sarda nas tuas "Viagens" e piras-te.» Seguida de uma gargalhada sonora.
Depois de o acompanhar na gargalhada disse que não acontecera nada disso. Ele é que era um distraído. Se passasse mais vezes por aqui sabia que era normal estar mais de uma semana sem escrever nada nas "Viagens", com ou sem sardas.
E esta conversa fez com que me lembrasse que houve tempos que as únicas sardas que conhecia eram aqueles pontinhos que algumas miúdas tinham no nariz e no rosto, que se notavam mais no Verão, que torna tudo mais visível e claro, como acontece com a cor dos nossos olhos.
Anos mais tarde percebi que também chamavam sardas às sardinhas maiores.
Mas a língua portuguesa é useira e vezeira nestes usos avulsos das palavras. Não há nada a fazer, além de sorrir.
(Óleo de Brian Scott)
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