Embora nem tenha grandes pretensões a chamar-lhe poesia, acabei por aproveitar uma notícia absurda da Nova Zelândia (uma aldeia que quer por fim aos gatos...) e recordar a minha avó, que nos seus últimos anos de vida, desistiu de ter gatos, graças ao seu espírito libertário e também suicida (além de a deixarem sozinha lá por casa, acabavam por ficar sempre debaixo de algum carro...).
Também quis recordar e homenagear a Gena, que adorava gatos e é a autora da fotografia...
uma notícia, duas memórias…
Quando li a notícia sobre a aldeia neozelandesa
Que quer proibir os gatos domésticos
Pensei em ti avó (e na Gena…).
Sei que ias ser contra
Apesar de não gostares
«de toda aquela liberdade»
Porque saiam de casa e deixavam-te sozinha
Talvez tenhas percebido, demasiado tarde,
que
os gatos são donos de si próprios,
e não tanto nossos animais de estimação.
Eu não te disse,
Mas o que eu mais adorava, e adoro, nos gatos
Era, e é, esta forma de vida, livre e espontânea…
Palavras de Luís
[Alves] Milheiro
Fotografia de Gena
Souza
(este poema e esta fotografia fazem parte da 3.ª Exposição de Poesia Ilustrada da SCALA, patente na sede /galeria da SCALA, em Almada)
1 comentário:
Independente de como chamar-lhe, é um belo texto poético, Luís, em que há, sim, poesia. A fotografia é bonita. E a notícia da Nova Zelândia é mesmo absurda. Abraço.
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